POLÍTICA (77) - De confissões percebem e bem católicos e comunistas, as confissões confidenciais, secretas, no remanso dos confessionários e as confissões públicas de auto-punição, auto-castigo, auto-defesa de quem reconhece erros e volta ao bom caminho. Ambas purificam: no campo da consciência perante Deus, no caminho da absolvição pelo partido. Rui Manchete ao fazer confissão pública da podridão existente não o fazia (credo!, cruzes!, canhoto!) como comunista, mas como bom católico, ainda que, no caso, não precisasse (ou procurasse) o perdão de Deus, mas da compreensão / aceitação dos seus concidadãos, alargando-se para fora do grupelho onde entrava. Aqui, no FB, já li que era o velho no meio dos garotos, só que há garotos velhos e velhos que podem ser garotos. Adiante. Isso de catolicismo e comunismo já é coisa de velhos, Rui Manchete, na sua pública confissão, assimila tudo, coloca-se noutros tempos e noutra idade, ainda que procure princípios, a sua necessidade, seu valor ou reconhecimento. A garotada de hoje está fora. É hedonista e diverte-se, a política é um faire diverse, é para mostrar a sua superior esperteza, mesmo com laivos de cabotinismo não perceptível e atingir uns fins muito concretozinhos: a vantagem, o poder económico, o poder estar por cima, governar-se e bem, pregando uma coisa, fazendo outra. Como na fábula do velho, o rapaz e o burro este governo, faça o que fizer, está sujeito à malidecência, à crítica atroz: o pecado original com que nasceu não permitirá outra coisa, as brilhantes soluções que as mentes brilhantes da garotada ergue como salvação pelos fados a que ninguém foge, transformar-se-á em perdição. Desejo, sinceramente, estar enganado. Mas será preciso, mesmo, bater no fundo para substituir a garotada? (inclusivé o garoto-mor, não palhaço?)
Posted on: Sun, 28 Jul 2013 08:03:57 +0000