PORTUGAL INDUSTRY MAGAZINE Abertura das economias ao comércio - TopicsExpress



          

PORTUGAL INDUSTRY MAGAZINE Abertura das economias ao comércio mundial precisa de esforço muito maior, segundo o ‘Open Markets Index’ da CCI · Os países do G8/G20 não demonstraram liderança mundial no comércio. · O Canadá é o único país do G20 no top 20 de abertura ao comércio. · Os BRICS estão a ficar para trás devido às políticas comerciais restritivas. Apesar das promessas recorrentes para reverter as políticas proteccionistas, o G8 e o G20 não estão a demonstrar uma liderança global na abertura ao comércio, segundo o Open Markets Index 2013 da Câmara de Comércio Internacional (CCI). O relatório bienal encomendado pela CCI indica que apenas um país do G20 se encontra entre os principais mercados abertos do mundo. O Open Markets Index classifica 75 países com uma pontuação final entre um e seis, tendo por base quatro factores: a abertura observada ao comércio, a política comercial, a abertura ao investimento estrangeiro directo e as infra-estruturas que favorecem o comércio. O estudo foi encomendado pela CCI para acompanhar o cumprimento dos compromissos assumidos pelos governos, de criarem economias abertas, incluindo os compromissos feitos pelos líderes do G20 durante a cimeira 2012 em Los Cabos, no México. O índice de 2013 demonstra que a pontuação média nos 75 países seja de 3,6, registando uma ligeira melhoria em relação à pontuação média de 3,5 em 2011. As duas economias mais eficientes e as duas únicas classificadas como excelentes em termos de abertura total de mercado (pontuação acima de 5,0) foram Hong Kong e Singapura. No extremo oposto, as economias com pior desempenho (pontuação abaixo de 2,0) foram Uganda, Bangladesh, Sudão e Etiópia. Nenhuma das economias do G8 surge no top 10 e apenas no top 20 encontramos o Canadá (19º). De uma forma geral, constatou-se que as economias do G20 estão abaixo do padrão mundial, com uma média final de 3,4. Quanto aos restantes líderes económicos do G8 e do G20: a Alemanha ocupa a 22ª posição, o Reino Unido a 29ª, a França a 35ª e os EUA a 38ª. O estudo concluiu ainda que os países do G20 têm, em média, um desempenho pobre em termos de comércio aberto, com 19 dos 20 países a obterem, naquele critério, a pontuação média ou abaixo desta. Os países BRICS estão a ficar para trás de outras economias no que concerne a abertura ao comércio internacional. Com a excepção da África do Sul, os BRICS registam indicadores de abertura ao comércio abaixo da média apesar das suas economias se encontrarem em franco crescimento. Enquanto a África do Sul regista uma pontuação final de 3,2, o Brasil a China, a Índia e a Rússia obtêm classificações entre os 2,0 e os 3,0. Uma das principais causas para este fraco desempenho são as políticas comerciais restritivas, em que o nível das taxas aduaneiras é, geralmente, mais alto que a média. "Os líderes do G20 têm salientado consistentemente a importância da abertura dos mercados, apesar da nossa investigação ter constatado que aqueles países registam um atraso em relação à média mundial de abertura ao comércio”, disse Jean-Guy Carrier, secretário-geral da CCI. "No geral, a ligeira melhoria na média global em relação a 2011 é encorajadora, pois significa que a comunidade internacional tem resistido à tentação do proteccionismo. No entanto, ainda há muito trabalho a fazer para melhorar os níveis de abertura de muitas economias." Portugal desceu uma posição no ranking geral, passando a ocupar o 42º lugar, uma posição abaixo de Itália e duas acima de Espanha. Apesar desta descida, o país acompanhou a tendência positiva e seguiu a média geral, passando de 3,5 em 2011 para 3,6 este ano. Nesta mesma categoria 3, que tem a classificação de abertura média, encontra-se grande parte dos países do G20: França, EUA, Japão, Arábia Saudita, Itália, África do Sul, Indonésia e México. Relativamente aos quatro critérios que servem de base ao resultado final, Portugal teve a sua melhor classificação no parâmetro de políticas comerciais, atingindo os 4,6, e o pior resultado na abertura ao comércio, onde se ficou pelo 2,5. No sentido de proporcionar uma estrutura para melhorar os níveis de comércio global, a CCI apresentou no ano passado a “Business World Trade Agenda”, uma iniciativa de resposta ao impasse nas negociações multilaterais sobre o comércio, no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC) durante a ronda de Doha, lançada em 2001. Trata-se de um conjunto de políticas direccionadas para a obtenção de resultados concretos, saídos das negociações da ronda de Doha e avançando para além da sua missão. Entre estas políticas: · Celebrar um acordo de facilitação do comércio até à 9ª Conferência Ministerial da OMC em Bali, na Indonésia, em Dezembro de 2013; · Implementar o acesso ao mercado com isenção de direitos aduaneiros sem limites quantitativos para as exportações dos países menos desenvolvidos; · Expandir o comércio de produtos das TI’s e incentivar o comércio electrónico em todo o mundo; · Liberalizar o comércio de serviços; · Promover uma actividade económica mais “verde” através do comércio, ao fazer um progresso concreto na redução das barreiras comerciais de bens e serviços ambientais; · Incentivar o avanço para um enquadramento multilateral de alto nível para o investimento. Segundo um estudo do Peterson Institute de Washington DC, se todos estes compromissos fossem ratificados, os ganhos totais das exportações mundiais a médio prazo poderiam ultrapassar os 2 triliões de dólares; o número total de empregos garantidos pelo crescimento das exportações pode atingir os 34 milhões; e os ganhos do PIB mundial podem chegar aos 2 triliões de dólares.
Posted on: Tue, 25 Jun 2013 06:43:12 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015