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Parabéns, Cruzeiro! * Esta coluna é originalmente publicada aos sábados no Estado de Minas. Parabéns, Cruzeiro, pela reinvenção da álgebra! Assim como Einstein ficou eternizado por seu E=mc2, o cruzeirense será para sempre lembrado como aquele que somou um mais um e encontrou três – o já famoso 1+1=3. Embora Roberto Carlos já tenha cantado a bola em Como dois e dois são cinco, o atleticano precisa admitir: foi ele, o cruzeirense, que chegou à fórmula fundamental – aos prótons, nêutrons e elétrons dessa conta revolucionária. Por ser algo excessivamente complexo, não há espaço aqui para nos estendermos aos meandros matemáticos que conduziram a tão importante descoberta. Centenas de teoremas foram abandonados, com suas teses e hipóteses, até que se pudesse cravar, ao final de um deles, a vitoriosa frase Conforme demonstrado acima. O cruzeirense, já tão cheio de vaidade, está a ponto de tornar-se uma dona Redonda, a personagem de Saramandaia que acabou explodindo. Depois de vencer o Brasileiro e o Mundial de Clubes de Betim, o Prêmio Nobel tornou-se uma obrigação. Especialista em subtração (de assinaturas em CPI, claro), o senador Zezé Perrella parece não ter influência sobre o sucesso do 1+1=3, embora o 2 tenha sumido da conta. Aparentemente, a mudança do paradigma matemático só foi possível em razão de outra descoberta recente, a Partícula de Deus – que mesmo invisível a olho nu, deve ser somada ao “um” e ao outro um, formando obviamente uma trinca de três. Na matemática, dá-se o nome de corolário às consequências dedutivas de determinada proposição. A fórmula 1+1=3 – já conhecida no meio científico internacional como Teorema do Dale 1,2,3 – apresenta uma infinidade de repercussões. A mais importante delas diz respeito ao zero, que a partir de agora ganha qualidade (e quantidade) de um. Explico melhor: tendo o Cruzeiro conquistado dois Brasileiros e sendo tricampeão, o Atlético, por exemplo, pode celebrar duas conquistas mesmo tendo levantado a taça apenas uma vez. O mesmo se aplica ao nosso bicampeonato da Libertadores. E ao bi Mundial, se ele vier. Tudo isso porque a Partícula de Deus já teria se manifestado na perna de esquerda de Víctor, podendo assim ser considerada válida. Os cruzeirenses mais céticos – e portanto descrentes da Partícula de Deus – apontam esse terceiro elemento do tri como sendo uma certa Taça Brasil disputada em 1966. A tese, no entanto, está em desacordo com a linguística, visto que Taça Brasil não é Campeonato Brasileiro, por simples verificação semântica. Esse grupo dos cruzeirenses céticos apoia-se em resolução da CBF que equiparou ambos os torneios. Feliz ou infelizmente, porém, a ciência não funciona na base da canetada, não sendo possível, por decreto, extirpar nenhum câncer ou mesmo colocar no lugar um simples braço quebrado. Ademais, a CBF goza de tanta credibilidade quanto o senado federal. Se for para fazer equiparações, melhor fiarmos nos jornais e revistas de época, além de nossos antepassados. Sabe-se, por essas fontes, que o Campeonato do Gelo de 1950 foi na verdade o primeiro Mundial a ser disputado. E que o Atlético venceu um Brasileiro em 1936 e outro em 1978. Ou seja, mesmo aplicando a tese dos céticos, o Galo será bi Mundial se ganhar em Marrocos. E, no lugar de ser bi Brasileiro (segundo o Teorema do Dale 1,2,3), já teria sido tri em 78. Conforme demonstrado acima.
Posted on: Sat, 09 Nov 2013 16:19:54 +0000

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