Passados 10 anos da entrada das sementes transgênicas no Brasil, - TopicsExpress



          

Passados 10 anos da entrada das sementes transgênicas no Brasil, alguns efeitos sociais e econômicos deste tipo de agricultura podem ser melhor visualizados. Dados indicam que há maior concentração no mercado de sementes, o que resulta em menor poder de escolha dos agricultores, sem contar que aumentou o uso de agrotóxicos, afinal as sementes geneticamente modificadas são mais resistentes a esses produtos químicos. “O objetivo prioritário das empresas parece associado à inserção de transgenes que permitem banhar as lavouras com venenos e alimentar mecanismos de vendas casadas capazes de ampliar a renda de controladores dos mercados de sementes e de agrotóxicos”, explica Leonardo Melgarejo, em entrevista por e-mail à IHU On-Line. De acordo com Leonardo Melgarejo, as promessas de aumento de produtividade das sementes transgênicas restaram improvadas, o que na prática nunca foi o objetivo na manipulação genética dos grãos. Ao contrário da expectativa, os transgênicos acabaram gerando mais custos. “Isto trouxe crescimento nos custos de produção e redução na rentabilidade, obrigando à busca de ganhos de escala via expansão no tamanho das lavouras. Os resultados práticos estão aí: aumento na concentração de terras, esvaziamento demográfico do campo, desaparecimento de atividades produtivas, desmatamentos, enchentes, problemas ambientais”, aponta. “Além disso, está sendo estimulada a dependência dos agricultores e a subordinação de nossa economia a interesses pouco comprometidos com nosso desenvolvimento”, complementa. A incorporação da transgenia na agricultura nacional gerou, segundo Melgarejo, degradação ambiental e socioeconômica, cuja avaliação de todos esses processos não pode se chamada de “desenvolvimento”, pois não tem perspectiva de futuro, apesar de certos ganhos setoriais. Leonardo Melgarejo é engenheiro agrônomo e mestre em Economia Rural pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Realizou doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Entre outras atividades profissionais, foi chefe da Divisão de Planejamento e Coordenador do Núcleo de Planejamento, Estudos e Projetos da Empresa de Assistência e Extensão Rural – Emater-RS. Realizou atividades de docência na FATES (atual UNIVATES), na UNIJUÍ e na UFRGS. No momento, é assessor da superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra-RS. É representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário junto à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança CTNBio, desde março de 2008, faz parte da AGAPAN e do GEA - NEAD/MDA (Grupo de Estudos em Agrobiodiversidade, do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural, do Ministério do Desenvolvimento Agrário). Confira a entrevista.
Posted on: Fri, 15 Nov 2013 12:13:59 +0000

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