Paulo Gray é actualmente director-geral da StormHarbour, a - TopicsExpress



          

Paulo Gray é actualmente director-geral da StormHarbour, a consultora contratada pelo actual Governo para assessorar o IGCP, a agência que gere a dívida pública portuguesa, na renegociação de contratos de swaps de empresas públicas. Noutros tempos, de mais decoro, seria o entrevistado mais improvável de uma televisão. Primeiro, por não fazer sentido entrevistar alguém para lhe extrair uma versão sobre acontecimentos que envolvem um cliente seu, mas, sinal dos tempos que vivemos, os critérios jornalísticos da RTP já engoliram a velha máxima que, tal como aconselha o fornecedor a dar sempre toda a razão ao cliente, mesmo que não tenha nenhuma, também recomenda prudência a todos os jornalistas que se sintam tentados a sujarem-se em tais caldinhos. Depois, porque para dizer umas larachas que, para desgosto do cliente, não ilibam Joaquim Pais Jorge de coisíssima rigorosamente nenhuma, tal como ter dito que provavelmente terá sido ele próprio a propor o negócio dos produtos tóxicos ao gabinete de José Sócrates, assumiu ter sido director-geral e responsável de vendas de produtos tóxicos do Citigroup para a Península Ibérica. Ou seja, novo sinal dos tempos que vivemos, aquele que outrora pilhava o galinheiro foi contratado pelo actual Governo e está actualmente a guardá-lo sem qualquer embaraço. Foi uma entrevista realmente curiosa. O lobo que impingia swaps do Citigroup e agora os renegoceia com o antigo patrão a tentar safar outro lobo da mesma matilha, alegadamente mal sucedido a vender swaps mas aproveitado por José Sócrates para renegociar PPPs. Escapou ao entrevistador perguntar ao seu convidado se também foi ele a convencer Manuela Ferreira Leite a vender ao Citigroup 11,4 mil milhões de euros de dívidas ao Estado por apenas 500 milhões pelo toma lá dá cá de um ajuste directo e não por concurso público internacional, como mandava a lei, um negócio que Teixeira dos Santos se encarregou de tornar ainda mais lucrativo para o mesmo Citigroup. mas de certeza que foi por falta de tempo e não para impedir que os portugueses percebam de uma vez por todas para quem trabalham há tanto tempo e que não há melhores nem piores no tal "arco da governabilidade" que promove toda esta podridão. Vivemos décadas acima das nossas possibilidades e agora até temos falta de tempo. É a vida. (O original do texto que aqui reproduzo inclui os links para posts mais antigos que descrevem os negócios citados)
Posted on: Thu, 08 Aug 2013 19:59:02 +0000

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