Perguntaram-me se queria ir a um outro lado do mundo festejar o Natal. Coloquei a hipótese, recuei a seguir. Porque celebrá-lo em pleno Verão não é experiência que se queira – prefiro preservar as memórias que tenho coladas à pele; no Natal existe bacalhau, frio, lareira, sonhos, peru e um Menino Jesus acabado de nascer num presépio com fios de neve. O meu Pai Natal é gordo e tem o nariz constipado e, mesmo nos dias tristes, o final de Dezembro é feito de luzes, pessoas apressadas da chuva e o cheiro ao Inverno de todas as infâncias. Quanto muito vou pensar nos que, à mesma hora que eu, abrem prendas, bebem caipirinhas e dão uso a havaianas. Prometo neles pensar, mais não posso.
Posted on: Fri, 22 Nov 2013 21:13:32 +0000
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