Política Pública de Segurança do bairro Santa Bárbara - - TopicsExpress



          

Política Pública de Segurança do bairro Santa Bárbara - Niterói/RJ "A solução virá da construção do comum! Com a dor devemos aprender, mas é preciso calma para não agir através de impulsos e tirarmos os ensinamentos com a devida reflexão. É preciso refletir e identificar quais os fatores geradores dos problemas e quais são os melhores caminhos a serem seguidos para a superação das dificuldades. Neste sentido, acreditamos que seja precipitado já definirmos as soluções, sem antes debatermos, discutirmos e produzimos coletivamente os consensos. Só para lembrar, no Caramujo, em Maria Paula, na Ilha da Conceição, no Morro do Estado, no Cavalão, possuem DPO e estas regiões não tiveram o problema da violência resolvido. Acreditamos que a medida mais centrada foi sugerida pela Cláudia Ennes, em que sugere a convocação de uma Assembléia Extraordinária da Associação de Moradores para tratar especificamente sobre o tema. Consideramos esta a medida mais equilibrada no momento e os motivos que justificam este posicionamento são inúmeros. Primeiro, trata-se de constituir um espaço que mobiliza os moradores para a produção de consensos, como também, reafirma que a solução sempre deve ser construída de forma coletiva e SÓ COM A PARTICIPAÇÃO PODEREMOS ENFRENTAR O PROBLEMA. Segundo, que o aumento do controle não é necessariamente o aumento da segurança e o Amarildo é mostra disso. No momento de desespero não podemos responder com medidas desesperadas que não vão à raiz do problema e que geram como único efeito imediato o cerceamento do direito de ir e vir do cidadão de bem. Por outro lado, temos a oportunidade de debatermos outras questões que evidenciam o quão é irracional a política de segurança atual e que seu único compromisso é a defesa do patrimônio e não da vida humana. Para se ter um exemplo, no último debate realizado no bairro, quando o coronel anterior do 12° batalhão foi perguntado sobre qual o sentido de se ter um carro de polícia a cada esquina no bairro de Icaraí e em Santa Barbara só ser possível manter um carro no período de 10h00 as 22h00; a sua resposta foi que no bairro da zona sul o comércio era mais desenvolvido e tinha bancos. O problema que subjaz não é a declaração em si mesma do coronel, mas o que ela reflete quanto ordem de prioridade, quanto concepção de política pública e de sociedade, pois a defesa do patrimônio é mais importante do que a vida. Arriscamos-nos a dizer, que este é um dos motivos da nossa ausência de segurança. É no mesmo sentido, que as UPP’s foram implantadas, pois só levam em conta um corte sócio-econômico da cidade do Rio de Janeiro (levam em conta também os grandes eventos, criando um cinturão de segurança na região onde serão realizados) e desconsideram completamente outros critérios — um deles, que poderia ser levado em conta, seria a definição de quais áreas seria estratégicas e prioritárias para a desarticulação das organizações criminosas, no entanto, este critério não foi considerado — não se pensou, por exemplo, o combate às milícias na zona oeste da cidade do Rio e no resto do estado. Não levou em conta o fluxo migratório da própria criminalidade que não fica e nunca ficará parada, pois é fruto de uma ordem social desigual em todas as dimensões e isto também se reflete na própria prioridade ao seu combate. Contraditoriamente a zona sul do Rio de Janeiro exportou sua insegurança (fruto da sociedade desigual, que constrói suas ilhas de riquezas) para muitas regiões do estado que anteriormente eram tranquilas, ou não tão perigosas. Isto reflete a raiz conservadora e excludente das políticas de segurança do governador Sergio Cabral que só se compromete com o patrimônio, dando para as elites a tranquilidade, mas para as camadas populares, apenas as migalhas que sobram das políticas públicas. Outro aspecto, que a nossa segurança não depende somente da polícia militar, mas a municipalidade tem também o seu papel, melhorando a iluminação das nossas ruas, garantindo a presença — assim como nos bairros “nobres” da cidade — da guarda municipal no mínimo na praça e na ronda escolar. Por fim, gostaríamos de dizer que o trágico fato, não nos permite desconsiderar o sofrimento dos familiares e a morte de mais um jovem do nosso bairro que morre de maneira trágica, como também dos feridos, pois se tivéssemos uma política de segurança mais coerente e cidadã, possivelmente as perdas seriam menores!" Por Raphael Xavier
Posted on: Fri, 13 Sep 2013 19:00:44 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015