Problemas com Móveis Planejados A indústria moveleira de massa dispõe de lojas, show rooms e projetos personalizados que – compostos de módulos intercambiáveis – projetam a realização de um sonho. O pagamento facilitado e a promessa de altíssima qualidade são outros fatores que costumam atrair cada vez mais novos consumidores. Mas é preciso ter muita atenção na hora de escolher a empresa com a qual fechará o negócio. Algumas marcas se destacam nesse segmento, com lojas espalhadas por toda cidade, dando impressão de se tratar de um grupo grande e sólido, o que nem sempre reflete a realidade. Poucas empresas detém o processo de fabricação de móveis e seus nomes geralmente não aparecem nos produtos. Esses fabricantes detém as marcas comerciais, geralmente mais que uma, e autorizam lojistas independentes a explorá-las comercialmente. O que significa que, se um lojista fecha sua loja por qualquer razão, o cliente fica sem os móveis. Ao tentar reclamar em outra loja que ostenta a marca daquela fechada, é informado que os pontos comerciais são de proprietários diferentes e um não tem responsabilidade pela venda do outro. Mas não é bem assim. O Código de Defesa do Consumidor – Lei 8.078/90, estabelece de forma clara que tanto o fabricante, quanto vendedor e lojista são solidariamente responsáveis perante o consumidor, independente da existência de culpa. Em outras palavras, caso a loja onde a compra foi realizada feche as portas, a fábrica ou outras lojas do mesmo grupo deverão ser acionadas para o cumprimento da obrigação assumida, entregando todos os itens contratados, independentemente de terem assinado qualquer contrato com o consumidor. Caso o fabricante tente se esquivar de sua responsabilidade, dizendo que não realizou a venda ou não recebeu os cheques, o cliente deve imediatamente procurar um advogado e ingressar com uma ação judicial, para força-lo a honrar o contrato firmado. Por isso, a pessoa interessada em comprar móveis planejados precisa tomar uma série de cuidados para não cair em armadilhas e amargar prejuízos que podem ser grandes. A seguir algumas dicas de como proceder no momento da compra: • Consulte nos sites do Procon, do Tribunal de Justiça e sites de reclamações, queixas sobre a empresa com a qual está fechando o negócio. Como cada uma tem uma razão social própria, diferente do nome comercial, consulte também pelo nome da pessoa jurídica e do CNPJ; • Descubra se aquela loja pertence a algum grupo e tem filiais ou se trabalha de forma isolada, apenas como representante de uma marca e há quanto tempo atua no mercado; • Faça orçamentos com mais de uma empresa e desconfie de preços muito baixos para produtos semelhantes ou ofertas irresistíveis; • Tudo o que for combinado precisa necessariamente estar em um contrato, no qual o fabricante deve ser identificado e qualificado. Esse contrato deve ser assinado tanto pelo lojista como pelo fabricante, comprovando que a indústria tem ciência da venda realizada; • Exija um canal de comunicação com a detentora da marca, um e-mail, por exemplo, e peça que a fabricante confirme que tem ciência da venda realizada pelo seu representante; • Uma via do projeto detalhado, assinado pela vendedora precisa ser entregue ao consumidor, com medidas, especificações e material a ser empregado. Datas de entrega e montagem também precisam constar de forma clara; • Evite cheques pré-datados. As lojas normalmente prometem o pagamento facilitado mas exigem a entrega de vários cheques, o que é um problema. Normalmente esses cheques são trocados com bancos ou empresas de factoring e, como são títulos de crédito à vista que independem de vinculação a qualquer produto, poderão ser exigidos por que os detém independente da entrega dos produtos. Se for parcelar, opte por boletos bancários, emitidos pela própria loja; • Cuidado com financiamentos disfarçados. É comum os vendedores fazerem parcerias com financeiras e o cliente acaba assinando um CDC (muitas vezes sem se dar conta) no momento da venda para quitação dos móveis. O lojista recebe o dinheiro da financeira e o cliente fica com a dívida, que também pretendem que fique desvinculada dos móveis e o problema do cheque pré-datado se repete; • Veja outros projetos já entregues pela loja, consulte amigos ou conhecidos que já compraram o produto, busque referências sobre a qualidade dos móveis.
Posted on: Tue, 27 Aug 2013 00:32:24 +0000
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