Professor explica química dos alimentos no Projeto Educação A comida que chega à mesa dos consumidores foi tema da reportagem de química do Projeto Educação do último dia 13.08(terça-feira). Da plantação à colheita dos alimentos, o conhecimento da disciplina se mostra importante para se entender conceitos como os de elementos antioxidantes, radicais livres e macro e micronutrientes. Nos supermercados do Recife, muita gente anda procurando o selo que indica se um produto é orgânico, ou seja, foi produzido de forma saudável. O advogado Pedro Malta leva sempre para casa produtos como barrinhas de cereais, sucos, frutas e verduras, todos com a menor incidência possível de agrotóxicos. “Apesar de ser um pouco mais caros, são produtos de melhor qualidade, que possuem menos produtos químicos e vão trazer benefícios à nossa saúde”, comentou. Cada vez mais procurados em muitas lojas, os produtos têm espaço reservado. Mas de tanto se usar a expressão “produtos orgânicos”, as pessoas acabam se esquecendo de que todo alimento, não importa a forma como ele foi produzido, tem substâncias orgânicas. Esses compostos estão presentes em todos os seres vivos. “Para a química, compostos orgânicos são aqueles que têm base de carbono. E praticamente todos os alimentos contêm compostos orgânicos. Mas, na verdade, essa preocupação maior com a saúde e o bem-estar desenvolveu essa nomenclatura de ‘alimentos orgânicos’. Esses alimentos são convencionalmente chamados porque se tem maior preocupação com o desenvolvimento deles, em que não se utilizam agrotóxicos, em que se respeita o tempo natural de desenvolvimento deles na terra, em que se usa a adubagem orgânica ou vegetal ou animal, e em que você deixa que toda aquela carga de nutrientes, de troca com a natureza, aconteça”, comentou o professor de química Gilton Lyra. No cultivo orgânico, são muitas as vantagens. Quanto menos agrotóxicos, mais proteção para o meio ambiente, para o agricultor e para o ser humano. A quantidade de nutrientes também é maior. “O alimento orgânico vem com grande quantidade de substâncias antioxidantes, que são aquelas que ele mesmo utilizou para se defender e podem ser utilizadas para nosso organismo se defender. Antioxidantes são substâncias que se oxidam para evitar a oxidação de outras espécies, por exemplo a vitamina C, vitamina E, alguns minerais, pigmentos responsáveis pela coloração de alguns vegetais, como a cor do tomate, da cenoura”, informou o professor. Com a ajuda de um limão e de uma maçã, o professor Gilton Lyra mostrou como agem os antioxidantes. A maçã foi partida ao meio: metade foi deixada exposta ao oxigênio do ar; na outra, foi passado um pouco de suco de limão, que possui vitamina C, uma substância antioxidante. “A vitamina C vai se oxidar em vez da maçã. O pedaço em contato com o oxigênio do ar começa a se escurecer, se degradar, a se oxidar, apodrecer”, contou. Hidropônico Na cidade de Paulista, no Grande Recife, a equipe de reportagem visitou uma área de cultivo hidropônico, que é quando os alimentos são mantidos sem contato com o solo. Eles se desenvolvem à base de uma solução feita com mais de dez nutrientes diferentes. “Isso tem várias vantagens, como impedir que algumas pragas entrem em contato, minimizar o uso de agrotóxicos, impedir contato de fungos, bactérias e vermes. No cultivo, a gente alimenta aquilo que está sendo cultivado com essa solução de nutrientes, composta pelos principais [elementos] necessários ao desenvolvimento, como o nitrogênio, o fósforo, o potássio e alguns micronutrientes para elevar o valor nutritivo e aumentar a beleza daquilo que se está plantando, cultivando”, explicou o professor Gilton. O assunto de “química dos alimentos” faz parte do programa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano.
Posted on: Sat, 24 Aug 2013 21:16:16 +0000