QUANDO JULGAREMOS O JUDICIÁRIO E O RACISMO QUE O ESTRUTURA? ...O juiz da causa ao deparar-se com a figura da pessoa defendida por nossa entidade, uma mulher negra, mãe de santo, pobre, que não pôde acessar o mercado imobiliário formal pela exclusão sistêmica do direito à moradia digna, se utilizou de um clima de terror que a constrangeu e a humilhou: “Estou cansado de gente vagabunda que vem aqui achando que pode morar de graça”. Esta frase reiterada ao longo da audiência pelo magistrado poderia ser justificada como uma postura abusiva, todavia individual e, portanto, excepcional dessa particular circunstância. Ocorre que as bases do Poder Judiciário estão fixadas e são refletoras da desigualdade racial e social estruturais no Brasil e, justamente por isso, é cotidiana a observação de atitudes semelhantes vindas de juízes. A condição social e racial da população que não tem acesso aos seus direitos, e nem à justiça para fazer valê-los, sofre de uma separação abismal da condição social e racial dos magistrados do Judiciário. Isso implica uma falta de identidade, de reconhecimento humano e de sensibilidade com as questões mais candentes que passam todos os dias pelos gabinetes e pelas salas de audiência. O juiz, ao chamá-la de “vagabunda”, não o faz porque tem uma elaboração jurídica contrária à sua permanência no imóvel; o faz, em realidade, porque tem consciência do seu poder como profissional e, mais do que isso, porque reconhece nela uma oposição de classe e de raça. Sente-se ameaçado pelo antagonismo que ela representa na sua frente, como se fosse ele o próprio proprietário do imóvel objeto da discussão... RACISTAS DE TOGA: NÃO PASSARÃO! ABAIXO O ESTADO RACISTA-PATRIARCAL! #PeloFimdoGenocídoContraaJuventudeNegra #PeloFimdosMassacresContraoPovoPreto
Posted on: Tue, 03 Dec 2013 17:53:33 +0000