Que lindo o escrito de uma ex-aluna, que está nessa luta pela - TopicsExpress



          

Que lindo o escrito de uma ex-aluna, que está nessa luta pela DIGNIDADE do BRASIL! Muito me emocionou o relato dela a seguir, e de seu irmão, que vivenciou HORAS de REPRESSÃO ontem... Confiram!! Ananda Da Cas Malheiros e João Victor Da Cas Malheiros, Muito, mas MUITO ORGULHO de vcs! Principalmente por poder ver os cidadãos que vcs se tornaram! Parabéns Silvana Pinheiro, pela bela orientação aos teus filhos! Amo vcs D+!!! Ananda Da Cas Malheiros Para os pacientes: Infelizmente, não fui à manifestação ontem mas acompanhei de perto o terror ao esperar a saída do meu irmão do prédio da UFRJ, o IFCS, após 5 longas horas lá dentro. O terror não era do lado de dentro, e sim, de fora. Durante a passeata, meu irmão se juntou a um grupo de Psicologia da UFRJ e, com esse mesmo grupo, ele foi para o IFCS se abrigarem, depois de tentarem sair - em vão - da região do confronto. Os policiais militares fizeram uma verdadeira repressão. Começaram esvaziando a Av. Presidente Vargas e ocupando as ruas transversais para dificultar a saída dos manifestantes. Encurralaram. No começo, esse grupo estava sentado no chão na expectativa de parar a polícia, quando bombas foram lançadas ao lado deles. Muitas bombas, tudo ficou cinza, "fiquei cego por um momento". As pessoas seguraram uma nas outras e saíram correndo dali, andaram tanto que acabaram encontrando o prédio da UFRJ e entraram. Desde o início, o reitor afirmou que ninguém da polícia entraria no prédio e pediu para que os manifestantes ficassem no pátio da faculdade, uma área mais escondida, para a maior proteção deles. A céu aberto. Com muitas informações, eles já sabiam a situação na Lapa, onde policias jogavam bombas de helicópteros. "Não podem entrar, mas e se começam a bombardear aqui?" Eram em torno de 300 pessoas abrigadas ali. A situação da FND era pior, a tropa de choque cercou as ruas em volta de lá antes, então, nem daria para mais ninguém correr para o local. A tropa de choque chegou ao IFCS e fez o mesmo. Lá dentro estava seguro, mas quem sabia o que aconteceria lá fora? A OAB mandou seus advogados de plantão que, juntos ao reitor da instituição, intermediou a saída das pessoas. No primeiro momento, afirmaram que a PM escoltaria os manifestantes até a Central. Oi? Como? Quem queria sair de um manifesto escoltado pela PM? Sim, a mesma PM que estava bombardendo naquela mesma hora. Ninguém. Depois, chegou o pessoal dos Direitos Humanos que os escoltariam. "Não teve mais nada depois que os caras de terno preto e gravata chegaram". Mesmo assim, um grupo de 50 pessoas insistiu em não deixar o local, meu irmão foi um deles, pois moravam muito longe dali e estavam com medo do que enfrentariam depois que os engravatados saíssem de vista. Foi, então, que a OAB e a UFRJ fizeram um acordo com uma cooperativa de táxi e disponibilizou táxi para os manifestantes, divididos em regiões. Digno. Meu irmão chegou por volta das 3h e 30 da manhã. Bem e ainda mais atordoado. O discurso dele foi o que eu já pensava em casa: O MOVIMENTO PERDEU O CONTROLE. O movimento chegou a uma dimensão tão grande - e não esperada por todos - que virou uma bagunça. O movimento não tem uma liderança, uma cara, uma identidade. Tem várias caras. As diversas caras vão para rua fazer parte do que está acontecendo. Isso não é ruim, é ótimo que tantas pessoas estejam saindo das suas zonas de conforto para mudarem o rumo do nosso país. Mas calma, o movimento precisa sentar, organizar as ideias e planejar o que será feito. Do jeito que está, cada grupo age de um jeito, faz o que quer. "Vamos da Candelária à Prefeitura". Tá, mas e ao chegar na prefeitura? Vai embora pra casa? Fica parado cantando e gritando? Senta no chão? Entra em confronto com os policiais? Tenta invadir? O que é para ser feito? Daí, tudo foi feito. Nesse auge da participação, só sair à rua não basta. Não que a PM parará de atacar os manifestantes - muitas vezes, gratuitamente, como tem sido feito - mas com uma maior organização, talvez, muitas cosias sejam evitadas e o movimento se torne ainda mais eficiente. Não é bonitinho ir para rua com um cartazinho na mão pra postar uma foto sorrindo no Instagram. Quem está sorrindo aqui? Que felicidade é essa que faz as pessoas passarem por todo esse caos? Fique em casa, você está criando outra imagem pro movimento. Também não é bonitinho levar o seu filho de 4 anos segurando um cartaz para rua. Isso só é bonitinho na televisão, como uma criancinha aparecendo no telão do Maracanã com o rosto pintado. Não, o movimento não é para todos, poupe-o. Infelizmente, chegamos a um estado de GUERRA. Ainda não entra na minha cabeça que bombas estavam sendo jogadas de helicópteros, contra HOSPITAIS, dentro de estações de metrô. O BOPE estava nas ruas, o Caveirão do BOPE estava na ruas. Para que? A Tropa de Choque cercando os prédios federais, as ruas, as praças, os hospitais, os metrôs, as pessoas. O que está acontecendo? Que lugar é esse? Que país é esse em que a população tem medo de quem deveria defendê-la? Paes, Cabral, Dilma? Cadê vocês que não mostram as caras? A Polícia Militar e o BOPE estão mostrando as caras por vocês, não é mesmo? "Viva a democracia", Cabral? Nos poupe da sua ironia. Que lugar é esse? Pare, por favor, a nave Brasil que eu quero descer. Não, não vamos descer. O movimento é grande, vamos em frente! "O que adianta ir à rua, tomar bomba, se nada vai mudar?" Será que nada vai mudar? Quem vai saber? O movimento está causando barulho. Não sei, mas sinto que os governantes temem o povo. Senão, para que tanta repressão? Afinal, viva a democracia né, Cabral? Viva o direito de ir e vir, o direito de expressão! Bandido.. Sentemos e nos organizemos, mas - de jeito algum - paremos!
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 16:21:09 +0000

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