Quem conhece a fundo o que realmente é o SUS? O que definiu a estratégia de atuação do Sistema Único de Saúde neste país foi a VII Conferência Nacional de Saúde, ocorrida no ano de 1980 ( sim, senhores, em pleno Regime Militar!). Uma ampla e democrática discussão entre as maiores autoridades no assunto levou a um modelo único descentralizado de atenção à saúde, com várias esferas de atenção, desde o nível primário, ocorrido em pequenos postos de saúde sem a presença de médicos até os centros especializados de alta complexidade. Todos os aspectos foram visualizados e receberam orientações de tudo que deveria ocorrer para que o SUS fosse implementado e funcionasse satisfatoriamente e fosse efetivo e eficiente. Um dos pontos mais importante estava lá escrito na página 224, quando falava de recursos humanos e determinava a criação de uma carreira funcional para os funcionários de saúde. Após 33 anos, nada foi feito neste sentido, nem sendo necessário lembrar que todos os pressupostos básicos para a execução do SUS foram negligenciados. Toda a implementação do sistema foi feita de forma absolutamente desajustada e sem coordenação, o financiamento do sistema nunca foi regular e nem seguiu uma política coerente por parte das 3 esferas públicas envolvidas: município, estado e governo federal. A saúde virou uma moeda de trocas de interesses e favores, sem nenhuma preocupação com a população desassistida. E porquê agora toda esta confusão? Bem, quem sabe o que acontece neste Sistema, sabe que não é a contratação a peso de ouro de médicos que irá melhorar a condição de saúde desta enorme população sem atenção de saúde. Os médicos estrangeiros farão alguma coisa muito melhor? Não, pois o que os médicos poderão fazer é a mesma coisa que as equipes básicas de atenção de saúde fariam por um valor 5 vezes menor sem precisar pagar nenhum centavo para um regime escravocrata . As condições sanitárias serão alteradas? Não, um funcionário contratado sem nenhuma garantia de estabilidade e que ainda tem o risco de ser expulso e ser obrigado a devolver o que receber não irá nunca denunciar as péssimas condições de trabalho, entre outros, a falta de saneamento básico, de boa parte do país. Mas, se houver um médico nos rincões mais esquecidos, o paciente terá mais chances de sobreviver? Provavelmente não, pois não há serviços de atenção secundária, com centros de saúde para referenciar os pacientes atendidos pelos médicos escravos. O que irá acontecer com estes pacientes? O que já ocorre hoje: várias ambulâncias e ônibus das cidades do interior a levar montes de pacientes para os hospitais dos grandes centros hospitalares onde serão despejados como um monte de bois no matadouro; esperando a morte pelos corredores dos hospitais! E com um agravante: os médicos hoje são os colocados pelo governo como os grandes antagonistas desta história macabra. Se nada foi feito no sentido de melhorar a saúde nos últimos 33 anos, não será uma medida provisória inconstitucional que, num passe de mágica, fará a revolução bolivariana tupiniquim a mudar esta loucura.
Posted on: Sun, 25 Aug 2013 22:06:01 +0000
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