Queridos colegas, bom dia. Só a mobilização e a participação - TopicsExpress



          

Queridos colegas, bom dia. Só a mobilização e a participação de todos nós é que poderá proporcionar conquistas, uma vez que o Estado do RJ está destruindo a educação e aviltando cada vez mais nossa categoria. Vou levantar questões, perguntas e problematizações para nossa reflexão, as quais são resultado de observação e conversas com amigos. 1) Por que o Governador Sérgio Cabral não cumpriu as promessas que fez e assinou do próprio punho em 2006, quando era candidato, que julgava importantes para alavancar a educação no Estado do Rio de Janeiro? As propostas envolviam, entre outras, reajuste das perdas salariais dos últimos dez anos, algo em torno de 68%, reconhecidas por ele, contratação de funcionários, o fim das terceirizações e o diálogo. Obs: a) Este governo tentou aprovar em 2011 o Projeto de Lei nº 41 que visava retirar a integralidade e a paridade dos aposentados em 2011. Porém tal projeto imoral foi impedido de ser aprovado devido à mobilização dos grevistas; b) O governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN 4782), no Supremo Tribunal Federal (STF), na qual pede liminar para suspender os efeitos de dispositivo da Constituição estadual (artigo 83, inciso IX) que assegura aos servidores públicos civis do estado a incidência da gratificação de adicional por tempo de serviço sobre o valor dos vencimentos; c) Segundo o DIEESE no governo Cabral já estamos com 15,7% de perdas salariais. 2) Por que o Estado do Rio de Janeiro nunca quis fazer e nem faz avaliação diagnóstica dos alunos que chegam ao Ensino Médio, no 1º dia de aula, a fim de averiguar o que os mesmos aprenderam ou não no Ensino Fundamental? Assim ao serem detectadas as dificuldades, os educandos poderiam ser de fato ajudados. Obs: Há um motivo para isso, é porque a realidade seria mostrada e a política educacional do Estado teria que ser mudada! 3) Por que o Estado não possibilita um diagnóstico com apoio de médicos, psicólogos, psiquiatras, fonoaudiólogos etc. para identificar os alunos autistas, com dislalia, discalculia, dislexia etc? Isto sendo feito contribuiria e muito para a maior eficácia do processo ensino-aprendizagem e uma maior inclusão dos aluno(a)s. 4) Por que o Estado não propicia uma avaliação médica para saber o quantitativo de professores e demais profissionais da educação com síndrome de burnout? Obs: É uma doença que afeta grandemente o educador e por extensão o educando, inviabilizando quem possui esta síndrome de exercer o trabalho pedagógico. 5) Por que as disciplinas de Sociologia e Filosofia possuem somente 1 tempo de aula semanal? Isto é uma vergonha! Pois inviabiliza pedagogicamente um trabalho sério. 6) Por que o Estado de forma covarde coloca os professores de 16 horas para lecionarem em duas, três, quatro escolas. 7) Por que o Estado pratica a pressão quando constata um alto quantitativo de alunos que podem vir a ser reprovados? O professor que exija e mostre a realidade com certeza será pressionado na escola, uma vez que isto fará a escola perder pontos? Daí que alunos acabam sendo aprovados, ainda que não saibam nada. O dinheiro acima de tudo acaba prevalecendo para atingir as metas. Não podemos aceitar isso e nem praticar a APROVAÇÃO AUTOMÁTICA DISFARÇADA! 8) Por que a estatística da evasão escolar é falseada? Os alunos têm a matrícula efetivada no sistema no início do ano letivo, após este fato, a direção dos colégios, sob a orientação e fiscalização do inspetor escolar, cancelam as matrículas dos alunos que tiverem 10 ou mais faltas consecutivas. Entretanto as matrículas canceladas não são computadas como evasão escolar. ISTO É UM VERDADEIRO FALSEAMENTO DA REALIDADE. 9) Alunas grávidas tiram ponto da escola e este fato contribui para que a escola não atinja a meta. Além do preconceito contra a aluna, responsabiliza-se a escola por algo que no contexto cultural atual, é função da família. A escola deve contribuir sim para o esclarecimento e formação do jovem e da consciência crítica. Porém responsabilizar a escola por algo que não é sua responsabilidade principal é brincadeira. O pior é que isso consta no ganho ou na perda de pontos para se atingir metas. 10) Há escolas que atingiram metas e foram desativadas. A Escola Municipal Castelo Branco de Realengo, por exemplo, que pertence ao Município do RJ e à noite funcionava como Colégio Estadual atingiu as metas do GIDE em 2011 e 2012. Todavia, recebeu como prêmio a desativação do Ensino Médio noturno. 11) Ausência de democracia e de gestão democrática, pois os diretores não são eleitos por pais, alunos e professores. 12) Ausência de autonomia, pois a direção é mera cumpridora de ordens. Isso também ocorre com os demais profissionais da educação. 13) O Programa Autonomia é uma verdadeira vergonha. Por quê? Porque o real objetivo do Programa Autonomia , é resolver o problema do fluxo escolar e diminuir a defasagem idade-série, a qual atrapalha demais os números do IDEB, já que toda a atual política educacional do Estado do RJ é voltada para resolver números e não obter resultados efetivos de ensino. Some-se a isso, o fato de que o Estado do RJ visa economizar os gastos, utilizando um único professor para dar aulas em várias disciplinas para as quais não foi habilitado. Será que também não há outros interesses econômicos escondidos? Obs: Vou contar um fato real. Certa vez estava preparando uma avaliação para alunos do 1º ano do Ensino Médio que estavam em recuperação, quando ao terminar a elaboração meu filho de 9 anos, que estava no 4º ano, pediu: - Papai posso fazer a prova? Redargui: - Você quer fazer filho? Ele respondeu: - Sim, o Sr. deixa? Eu aquiesci. Como era a prova? Prova objetiva com 5 questões e com três alternativas (A, B e C) com uma folha de uma página para consulta. Em pouco tempo meu filho terminou a prova e acertou 4, das 5 questões propostas. Detalhe: não expliquei o assunto. O que fiz então? Tornei a questão que meu filho errou a mais fácil e no dia da avaliação que seria aplicada para os treze alunos em recuperação do 1º ano do Ensino Médio, a apliquei da mesma forma e em melhores condições do que a do meu filho. Por quê? Porque li a folha única de consulta e indiquei os parágrafos em que estavam as respostas. Sabe o que ocorreu? Dos treze alunos, sete tiraram nota Zero e somente dois acertaram todas as questões. Por que citei a prova aplicada a meu filho e aos meus alunos? Porque muitos alunos como esses que estão no Autonomia possuem baixíssimo grau de escolaridade. Como podem estes, ou boa parte destes educandos, colega professor, ter autonomia para estudar algo que sequer têm conhecimento cognitivo para isso? Quando necessitam primeiramente do reforço que não é feito? Isto é outro agravante que o Estado do RJ não tem qualquer interesse em resolver, uma vez que se tivesse faria, como já sinalizei, uma avaliação diagnóstica para tentar ajudar realmente o aluno em seu aprendizado. 14) O PDCA adaptado para a educação sequer segue as normas da indústria para o qual aquele foi criado vide citisystems.br/pdca-metodo-melhoria-continua/ e datalyzer.br/site/suporte/administrador/info/arquivos/info80/80.html Obs: Como um profissional desmotivado e desvalorizado financeiramente em uma indústria, neste modelo neoliberal poderá ser produtivo? Assim o modelo escola-indústria adaptado, do qual discordo, também não dará certo, pois sequer as premissas originais são respeitadas por aqueles que defendem ou adaptaram os ditos princípios à educação escolar. 15) Educação com teor mercantilista e que quer padronizar os alunos, não respeitando as características e o saber cognitivo de cada educando. 16) Valorização do estímulo-resposta. Exemplo: os alunos que fizerem o SAERJ ganharão pontos e ajudarão a escola a atingir as metas. Obs: a) Muitas aulas são perdidas por se aplicar o SAERJ nos dias da semana; b) É errado professores aplicarem as provas do SAERJ, pois não é função dos professores serem fiscais de provas externas e nem ganhamos para fazer isso; c) Por que o Estado do RJ, com a ampla participação dos professores na elaboração, não faz uma avaliação diagnóstica no 1º dia de aula dos alunos que ingressam no Ensino Médio? Simples, eles são espertos da pior maneira possível: 1) É porque sabem que a política educacional do Estado seria seriamente abalada com os resultados e 2) Seria necessário modificar boa parte do que foi construído de baixa para cima. Vide a observação do item 10, que também se aplica, se tal diagnóstico for feito para todos os alunos do Ensino Médio. 17) Estímulo à competição e à desonestidade, uma vez que induzem a direção e o educador a atingir metas, sendo infelizmente mero fazedores de ordens, a não reter o aluno e a fazer coisas pré-programas definidas pelo modelo educacional imposto e proposto. 18) Por fim, recebi uma informação, não sei se procede, que turmas que não tiveram aula de determinada disciplina acabam tendo esta nota lançada no sistema. Não sei se isso é verdade, e nem estou afirmando. Porém é algo que poderia ser verificado, pois fere a lei e mostra, se comprovado, o descaso com a educação. É triste dizer, entretanto é forçoso externar que esses caras do governo são profundamente desrespeitosos com os profissionais da educação e com a Educação. Porém, não basta constatar isso. É necessário ter atitude para mudar a realidade. Pois, como dizia Mather Luther King: “ O silêncio dos bons é que permite aos maus prosperarem. Que não sejamos nós os tais. Por tudo isso e muito mais não podemos ser indiferentes e alheios. Assim é necessário: “TODO APOIO E ADESÃO À GREVE GERAL DOS PROFESSORES DO ESTADO DO RJ”
Posted on: Sun, 01 Sep 2013 23:02:07 +0000

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