Repostagem: |Não faça surpresa se não quiser ser - TopicsExpress



          

Repostagem: |Não faça surpresa se não quiser ser surpreendido| Depois de sete horas de viagem Manaus/Porto Alegre, retornei para casa cansado, despedaçado, com dores musculares e pedindo encarecidamente minha cama. Cheguei dois dias antes do previsto. A pesquisa sobre mico-leão dourado foi um sucesso e não havia mais o que fazer por lá. O avião aterrissou no aeroporto Salgado Filho às 2h02. Embarquei em um táxi e cruzei a cidade. Mansamente, coloquei a chave na fechadura e abri a porta. Estava sem força, cada movimento era feito lentamente. Deixei a mala ao lado da mesa de jantar e, sentando no sofá, tirei os sapatos e as meias. Agora os dedos respiravam e me agradeciam: Obrigado papai. O silêncio sepulcral me fazia companhia. Chaiane, minha esposa, deveria estar dormindo. Subi as escadas para o segundo andar. Lá, localizava-se dois quartos e uma biblioteca. Eu não tinha filhos, mas planejava ter um. Ao me aproximar do quarto principal, suspiros profundos ecoavam. Desconfiança. Por uma fresta da porta enxerguei Chaiane cavalgando empolgadamente sobre o pau de um homem. Ela parecia feliz. Pululava uma espécie de satisfação singular de seus suspiros. Naquele momento meu cansaço se esvaiu. Bolhas de raiva borbulharam dentro de mim. Vadia! Cadela! Piranha! Em uma fração de segundos, a razão gritou ao meu ouvido. Caminhei até a biblioteca e dentro da gaveta peguei meu revólver calibre 38 e o tubo da Super Cola Bonder. Abri o tambor da arma e seis balas descansavam amistosamente. Ok, tudo certo. Regressei para o quarto e observei a cópula silenciosamente. O primeiro a me ver foi o amante. Olhei para ele com o 38 na mão direita e a cola na esquerda. Digo: — Podem continuar até gozar. Cortei o barato da cavalgada. Imediatamente, Chaiane saiu de cima do homem e ele brochou. — Não vão continuar? — perguntei. — Então a palavra é minha. Arremessei o tubo de Bonder que caiu sobre a cama. Os olhos de ambos saltaram para fora das cavidades oculares. Gostei da cena. Detalhe: meu pau era maior do que o do amante. Ah, que satisfação! O homem tentou sair da cama e disparei um tiro que acertou a parede atrás dele, mostrando que eu não estava para brincadeira. — Coloque a cola no pau dele e segure-o — brandei para minha esposa. Chaiane chorava. O amante chorava. Eu sorria. Ela começou a lambuzar com a Bonder o membro reprodutor do homem. — Tá bom assim? — perguntou Chaiane. — Mais! Mais! E mais! Eu queria todo tubo emplastando o caralho. Mandei minha esposa agarrá-lo com força. Relutou. A dupla tentou me chantagear: 20 mil, 35 mil, 50 mil. Outro disparo foi dado e mais um furo feito na parede. Cogitei para minha esposa em trocar a mão pela boca. Chaiane agarrou o caralho no mesmo instante. Esperei alguns minutos até a cola secar. Sem mais nada para fazer, saí do quarto e chaveei a porta. Ambos blasfemavam contra a minha pessoa. Xingamentos jorravam em todas as direções. Eu pensava: “Dever cumprido. Sou um corno honrado. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando. Hahá.” Desci as escadas e sentei novamente no sofá, coloquei as meias e os sapatos, peguei a mala e me hospedei no Plaza São Rafael. A matéria sobre o acorrido saiu nos principais jornais do estado: Zero-Hora, Correio do Povo, O Sul, O Pioneiro; e em diversos sites da internet: Terra, UOL, Globo, IG. Parece que a cirurgia foi um sucesso e ambos já estão separados. Levaram-me para depor no dia seguinte enquanto tomava café da manhã no restaurante do hotel. Hoje, moro com a minha mãe e espero a data do julgamento ser marcada. Se você perguntar se estou arrependido, a resposta é não. Se você perguntar qual o real sabor da vingança, eu direi: doce como sacarose. E se você perguntar qual o aprendizado que tirei dessa história toda, responderei: Por mais pateta que seja o corno, um homem traído é sempre perigoso.
Posted on: Sun, 10 Nov 2013 04:42:47 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015