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SER PROFESSOR! É muito comum dizer que o professor precisa ser bem remunerado, o que não é errado, mas, você já parou pra pensar na saúde desse profissional? Ou melhor, dizendo, quais as dificuldades enfrentadas pelo professor ao desempenhar sua atividade profissional? A seguinte reportagem publicada pela REVISTA ESCOLA PÚBLICA chama atenção para o mal-estar do docente, más condições de trabalho aumentam adoecimento docente. Dentre os principais problemas temos “O transtorno de Ansiedade”. É bom que todos façam uma leitura dessa matéria, para que possamos conhecer os problemas que afetam esse profissional, e quem sabe assim, possamos ajudá-los diante dessas dificuldades. MAL – ESTAR DOCENTE (Paulo de Camargo) Doenças associadas à atividade docente elevam os índices de faltas e prejudicam o ensino, além de afetarem a qualidade de vida dos professores; incidência de casos de hipertensão aumenta no final do ano letivo. Na sala de aula, o professor tenta vencer o barulho dos alunos e a indisciplina enquanto explica o conteúdo de sua matéria. Em seu corpo, cordas vocais estressadas pela vibração em alta frequência por horas. Ouvimos submetidos constantemente a sons acima do limite adequado para o trabalho. Tendões sobrecarregados e músculos cansados por estar em pé horas a fio, todos os dias, ao longo dos anos. Acrescente a esse quadro a administração constante de conflitos. Por fim, o retorno muitas vezes é parco, os salários são baixos e, mais, a sociedade observa atenta seu trabalho, reiterando que dele depende o futuro do país. Ainda que muitas profissões exijam do corpo humano um sobre-esforço, a vida profissional dos docentes vem chamando a atenção dos pesquisadores. Estudos, realizados principalmente nos últimos 10 anos não deixam dúvidas. “A saúde do professor deve ser entendida como um problema da Educação e da Saúde, e o quadro é muito grave”, atesta a psicóloga Flávia Gonçalves da Silva, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. De acordo com as pesquisas, os problemas mais comuns são os ligados a voz e à audição, ao aparelho respiratório (alergias), ao sistema musculoesquelético e aos problemas psíquicos e comportamentais. Vejamos a seguinte representação: DOENÇAS DIAGNOSTICADAS DOS PROFESSORES PAULISTAS Renite e alergias 33% Hipertensão arterial 30% Tendinite, bursite ou dor muscular 29% Transtorno de ansiedade ou pânico 23% Laringite ou rouquidão 21% Depressão 18% Artrose 14% Diabetes 10% Doença do coração 8% Doença respiratória 7% Acidente vascular 2% AS DOENÇAS PSICOLÓGICAS Embora os problemas ligados à voz e ao corpo sejam bem conhecidos dos docentes, o que mais vem chamando atenção dos pesquisadores é o quadro psicológico do professor. Segundo um levantamento da APEOESP do ano passado, quase 40% dos professores afastados por problemas de saúde apontaram como causas quadros depressivos. “as doenças que mais vêm aumentando são as psíquicas, especialmente depressão e estresse”, diz a pesquisadora Flávia. No entanto, ela ressalta que os índices de transtornos psíquicos têm crescido na população em geral, e não só entre esses trabalhadores. Alem disso, diz, há uma tendência do que chama “Patologização da vida”, que iguala indevidamente sentimentos universais de tristeza e melancolia a quadro de depressão. Quando se trata dos alunos, por exemplo, o processo correlato promove uma explosão de diagnósticos de hiperatividade e déficit de atenção. Contudo, a pesquisadora reconhece a existência de um outro tipo de mal-estar psicológico, que vem se tornando o objeto de estudo mais frequente no campo da saúde do professor: a síndrome de BURNOUT: O termo surgiu na Europa na década de 1970 e permitia uma abordagem dos sentimentos, afetos e da saúde dos trabalhadores no estudo de fatores como desmotivação, o desgaste emocional e a sensação de exaustão. Como vemos, a missão de um professor é um desafio que nem sempre é compreendido. Voltado ao assunto, esse tipo específico de estresse ocupacional – que impacta o exercício da profissão – acaba por se estender para todas as dimensões da vida. Os conflitos diários com alunos e professores levam os professores a um quadro de esgotamento. Nesse caso, o professor, para cumprir seu trabalho, utilizará um dispêndio de energia maior do que o necessário. No comportamento diário, é nítida a discrepância entre o trabalho idealizado pelo professor - o que e como ele gostaria de realizar -, o trabalho prescrito pelas políticas, secretarias e de educação e diretores das escolas e o que ele consegue efetivamente fazer, o trabalho realizado, explica a pesquisadora Flávia. Para ela, não se trata de um problema circunscrito a regiões ou etapas da escolaridade. Ela mesma desenvolve seus estudos em Diamantina (MG), cidade com menos de 50 mil habitantes. “O processo de adoecimento e sofrimento esta diretamente ligado às políticas de formação do docente e sua valorização como profissional, o que, salvo algumas exceções, é a mesma condição para todo país”. PARA REVERTER ESSE QUADRO Para Flávia, “é fundamental que as redes de ensino criem espaços para os professores discutirem seus problemas ligados ao trabalho. Isso pode acontecer no âmbito da escola ou das redes e, além de aumentar a sensação de conforto e solidariedade entre os docentes, produz efeitos práticos para o encaminhamento de melhoras no ambiente de trabalho. O fato de professores poderem conversar sobre seus problemas, suas angústias e de não se sentirem sozinhos em suas dificuldades é um aspecto muito positivo”. No entanto, é importante encontrar soluções para alguns problemas cotidianos, como lidar com a indisciplina do aluno. Portanto, para uma melhora efetiva na qualidade de vida do docente, no entanto, é preciso avançar nas Políticas Públicas para a educação como um todo, que afetam também a carreira do professor, como aumento dos salários, as perspectivas de desenvolvimento na carreira e a melhora das condições de trabalho. REFERÊNCIA: Disponível em: WWW.revistaescolapublica.br
Posted on: Mon, 28 Oct 2013 00:01:10 +0000

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