"SOBRE O ATO NO RIO: Hoje pela primeira vez na vida, corri de um - TopicsExpress



          

"SOBRE O ATO NO RIO: Hoje pela primeira vez na vida, corri de um linchamento. E eu merecia apanhar por que sou comunista. Por que decidi tomar partido, e entrei no que eu mais concordei. E por isso eu tinha que apanhar. Eu não estava sozinho. Era uma multidão correndo comigo. Rostos jovens e velhos. Rostos brancos e negros. Rostos fatigados e em pânico. Todos militantes. Todos que juraram servir e defender seu povo a vida toda. E todos igualmente perseguidos. Fomos perseguidos por que tomamos partido. Fomos perseguidos por que tínhamos um bandeira na mão. Qualquer que fosse a bandeira. E o pior que era uma cena linda que eles estragaram, nossos agressores. A Esquerda se uniu toda em um único palanque. Por mais democracia, menos corrupção, mais igualdade e menos fome. Era bonito. Oposição, Governo, Trotskismo, Leninismo, Socialismo, Social-Democracia, tudo. PCdoB, PT, PSOL, PSTU. Todos companheiros, em uma oportunidade única. Mas vieram os provocadores. Como os que seguiam Hitler, Salazar, Franco e Mussolini, aquele grupo de gente violenta e intolerante nos impedia de levantar nossas bandeiras. "SEM PARTIDO" eles gritavam. E como nos tempos dos militares, começamos a ser caçados. Jogavam bombas sobre nós. Nos batiam e perseguiam. Arrancavam as bandeiras de nossas mãos. Nos chamavam de oportunistas e vendidos. Nós. Nós que iniciamos tudo isso. Nós que tanto lutamos pela democracia brasileira. Justo nós. Foi aí que senti um terror cruel que jamais senti. Mais do que o medo de morrer ou ser agredido. O medo de que tudo o que eu lutei a vida toda seja sacrificado. E ali encarei o fascismo. Aquele mesmo. O dos Nazistas. Da Ditadura, do terror. Eles conseguiram. Abaixamos as bandeiras. As bombas continuaram a chover. Os tapas e socos em quem estava no lado detrás também. E agora, podemos vê-los nas TVs, depredando patrimônio público. A vida toda ouvi falar do tal Fascismo. O estudei. Li sobre ele. Mas finalmente o vi. Ele estava na multidão infiltrado. Não era o simples agitador profissional que atirava pedras e bombas contra nós. Nem o covarde que se erguia incitando a multidão. Ele era um sentimento. Ele era o simples ódio irracional contra nós. Um ódio direcionado. Todos protestam. Todos sabem dos problemas, ninguém sabe como resolvê-los. E alguém, nos gabinetes da elite, decidiu arranjar um culpado para tudo: Os Partidos. Os de esquerda, que estavam ali, ao lado de quem protestava. Esse Fascismo vem sutil ainda, aos olhos de quem não o enfrenta. Vem em novas cores, formas e sabores. Eis o veneno. Vem na medida em que a emoção da massa caótica substitui o raciocínio político crítico do povo organizado. Vem no extremismo que condena fatos, pessoas, ideias, sem sequer se atrever a pensar o contexto que as envolve. Condena tudo, menos o sistema perverso ao qual ele serve. E o Adversário? Seu discurso é simplificado e caricaturado. Se coloca na boca dele coisas que ele nunca disse, e diga-se dele coisas que ele nunca fez. Muitos dos que seguem a agitação destes fascistas querem combater a Corrupção, mas não sabem atacar os empresários e banqueiros corruptores. Querem "que a nação acorde", mas não acordaram ainda para os interesses cruéis que a Mídia tem em sua mobilização desorganizada e infantil. Enquanto escrevo estas palavras, a Globo anuncia "Veja no Fantástico: Quais as reivindicações dos protestos que ocorrem por todo o Brasil!?" Quem sabe de que lado a Globo está, entendendo como a Globo apoiou a ditadura, sabe como será a resposta. Sempre o achei o Fascismo um monstro derrotado. Morto em 1947. Causa Mortis: A união entre socialistas, democratas, e patriotas do mundo todo contra ele... na luta heroica dos povos livres do mundo. E hoje ele ressuscita. Quer tirar de nós nossas bandeiras. Quer calar nossas vozes. Hoje o vi, o olhei nos olhos. Ele se escondia sob uma máscara do V de Vingança. Ele se escondia sob o senso comum. Ele me atacava de todos os lados, e com as mãos dos que sempre defendi. Dos que SEMPRE DEFENDEMOS. Ele serve aos que querem ver o movimento agonizar e morrer. Aos encapuzados, nas ruas ou não, inocentes ou conspiradores, que querem prostituir pra si a beleza do momento histórico. Por mim, por minha classe, por minha profissão e meu país, junto com os milhares e milhões de companheiros e camaradas que sei que temos mundo afora, é preciso dizer neste Rio de Janeiro o que se disse na Madrid, em Stalingrado, em Caracas e em todo o mundo: FASCISTAS, NÃO PASSARÃO!!!" Texto de Yuri Saiyé
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 04:50:14 +0000

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