Saiu no Diário Popular hj 18/07/2013 Brasileiros pedem Joaquim - TopicsExpress



          

Saiu no Diário Popular hj 18/07/2013 Brasileiros pedem Joaquim Barbosa na disputa pela presidência em 2014 Tanto no clamor das ruas quanto nas pesquisas, o presidente do STF parece ter caído no gosto do eleitor brasileiro; ele seria, nesse caso, o primeiro negro presidente da República Indicar Corrigir Comentar voltar Pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha confirma a preferência já percebida nos mais diversos ambientes (Foto: Divulgação DP) Pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha confirma a preferência já percebida nos mais diversos ambientes (Foto: Divulgação DP) Por: Taís Brem - Especial para o Diário Popular A veracidade das pesquisas de opinião, sobretudo quando se fala em política, sempre é alvo de dúvida. Traduziriam elas a absoluta verdade ou o verdadeiro retrato da manipulação? As últimas pesquisas liberadas sobre a intenção de voto dos brasileiros para 2014, entretanto, parecem estar mais inclinadas para a primeira opção. Afinal, os mesmos eleitores que transformaram o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa praticamente num super-herói da nação brasileira não estão apenas nos números que colocam o ministro em terceiro lugar como presidenciável preferido do povo. A pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha confirma a preferência já percebida nos mais diversos ambientes. Valem as faixas, os cartazes e os gritos de protesto contra a corrupção nas ruas do Brasil inteiro, o Carnaval - quando a máscara do ministro foi a mais usada pelos foliões -, a citação na imprensa internacional - como a revista americana Time, que colocou Barbosa como uma das cem personalidades mais influentes do mundo - e a empolgação na internet. Lá, até um site foi criado especialmente para apoiar a candidatura do presidente do STF à Presidência do Brasil. Na página é possível, inclusive, que o internauta tenha acesso a um adesivo para divulgar a causa. Barbosa, entretanto, ao contrário de Dilma Rousseff, Marina Silva, Aécio Neves e Eduardo Campos, também citados pelos eleitores, não demonstrou até agora vontade alguma de se candidatar. Diz-se lisonjeado com os resultados. Mas a presidência, por enquanto, é coisa exclusiva para o STF. O cientista político e professor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) Renato Della Vechia, avalia o quadro como apenas um momento de precipitação dos brasileiros que viram em Barbosa “o justiceiro, aquele que está acima do bem e do mal”. Della Vechia diz não acreditar que a candidatura do ministro ocorra, nem, portanto, sua eleição para a Presidência. Para ele, a espetacularização do julgamento do Mensalão, que foi até transmitido ao vivo pela televisão, como nunca antes na história do Judiciário brasileiro, pode ter sido o principal motivo para toda essa expectativa criada. “Acontece que, na prática, as coisas são bem mais complicadas. Ninguém foi imediatamente para a cadeia e o julgamento do Mensalão, embora feito de forma muito dura, não iria simplesmente acabar com todo o problema da corrupção. Não consigo enxergar essa perspectiva. A não ser que ocorra uma reviravolta e as pessoas condenadas comecem a ser presas mesmo”, comentou. “Essa expectativa (pela candidatura de Barbosa) não se mantém e, na minha opinião, já está começando a ficar desgastada.” Até agora Barbosa teria recebido propostas de candidatura apenas de partidos pequenos, que viram em seu sucesso uma oportunidade de se lançar com mais força na campanha. Della Vechia, porém, considera que ele não aceitaria. Os partidos grandes, por sua vez, não abririam mão de seus candidatos. “Por mais desgastada que esteja a imagem dos partidos maiores, eles ainda têm o controle na mão. Não haveria campo.” O fator racial Pode ser apenas para explicar que o principal é a competência. Ou para justificar que o voto em alguém que veio de raízes humildes e pertence a uma raça que está à margem da sociedade é um diferencial importante. De uma forma ou outra, a questão racial sempre é lembrada quando se fala de Joaquim Barbosa. Não por acaso. Afinal, além de ser o primeiro negro presidente do STF, seria também o primeiro negro a ocupar o maior cargo de autoridade no país, se eleito presidente da República. Pelotenses e moradores de Pelotas - cuja população negra é de pouco mais de 10% do total de 34 mil - ouvidos pela reportagem afirmaram, em sua maioria, ser uma boa ideia a possível eleição do ministro. “Penso que Pelotas, cidade marcada pela diversidade cultural, acolheria essa candidatura com muita força. Pelotas gosta do novo. E Joaquim Barbosa representa algo novo, na questão ética e, inevitavelmente, na questão racial”, opinou o publicitário e membro do Movimento Quilombista Contemporâneo, Paulo Umberto Soares. A pedagoga Márcia Rachinhas concorda: “Ele representa a ascensão da etnia negra ao poder. É um ser humano com uma trajetória de vida impressionante e louvável de ser seguida”. Já a cabeleireira Simone Santiago destaca que o sucesso de Barbosa independe da cor de sua pele, entretanto, o fator racial é, sim, positivo. “O preconceito é um obstáculo que só alguns negros transpõem e vencem.” No contexto, também é inevitável associar Barbosa no comando do Brasil ao que a eleição - e reeleição - de Barack Obama foi para os Estados Unidos, embora o conflito racial naquele país seja bem mais acirrado - ou bem menos disfarçado. Porém, mesmo que os dois simbolizem uma significativa quebra de paradigmas pelo ineditismo, na opinião de Della Vechia, a comparação fica resumida ao tom da pele. “Poderia ser qualquer outro, a Marina, por exemplo. Obama tinha uma tradição partidária dentro dos Estados Unidos, Joaquim Barbosa não.” Paulo Soares também não crê na validade dessa associação, mas demonstra mais otimismo. “Não penso que chegaria a ser um novo Obama na empolgação da campanha por ser mais discreto. Mas, tenho certeza que, se fizer uma boa escolha partidária, de centro-esquerda, terá um mandato marcado pela continuação das transformações sociais, controle mais rígido da máquina pública e pelo restabelecimento de valores nacionais, imprescindíveis ao pleno desenvolvimento”, disse. Quem é Joaquim Barbosa? O jurista que presidiu o maior julgamento político contra a corrupção no país é um dos dez filhos de um pedreiro e uma dona de casa evangélica. Joaquim Benedito Barbosa Gomes nasceu em Paracatu, interior de Minas Gerais. Fruto da escola pública, cursou bacharelado em Direito e mestrado em Direito do Estado na Universidade de Brasília. Bem-sucedido em sua carreira jurídica, exerceu vários cargos ligados à administração pública no Brasil e no exterior, além de manter uma estreita ligação com o mundo acadêmico. Trabalhou na Finlândia, na França e nos Estados Unidos e é conhecido por sua cultura refinada, notada no gosto por música clássica e no domínio de línguas estrangeiras. Foi indicado para o cargo no STF pelo então presidente Lula em 2003. Chegou à condição de ministro do Supremo como o terceiro negro na história - antes dele já ocuparam o cargo Hermenegildo de Barros, de 1919 a 1937, e Pedro Lessa, de 1907 a 1921. Em setembro de 2007 condenou 40 mensaleiros e não poupou sequer os filiados ao PT, partido em que votou duas vezes para a Presidência. “Joaquim Barbosa é aquela pessoa que quer mostrar que ‘ele é ele’, não deve nada a ninguém”, disse Della Vechia. Em 2012 tomou posse como o 56º presidente do STF. Para o jornalista e mestrando em Ciências da Computação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) Rafael Varela, a postura que consagrou Barbosa transmite transparência, motivo pelo qual chama tanto a atenção dos eleitores. “Ele coloca na mesa questões engavetadas e parece, por exemplo, querer acabar com o coronelismo mascarado que ainda impera em muitos lugares do Brasil, além de demonstrar querer terminar com o coleguismo e a troca de favores”, enumerou. Paulo Soares, que compara a situação vivida por Barbosa hoje com a vivenciada pela juíza Denise Frossard, que há 20 anos condenou à prisão 14 dos principais bicheiros do Rio de Janeiro, destacou a relação com a onda de protestos que o Brasil tem visto nas últimas semanas. “A favor de Barbosa, pesam o momento de clamor das ruas por mudanças, a firmeza que demonstra em ritos continuados, que coincidem com a opinião pública e a identificação com um projeto político de perfil mais aproximado ao cumprimento das leis e, consequentemente, mais justo.” Números Barbosa, que, de tão popular, tem até fã-clube na Internet, tem 15% das intenções de voto para a Presidência da República, atrás de Dilma Rousseff e Marina Silva e empatado com Aécio Neves, segundo o Datafolha. Quando o cenário coloca Lula como o candidato do PT, o petista tem 45% das preferências, Marina, 14% e Barbosa, 13%. Após, vêm Aécio, com 12%, e Eduardo Campos, com 4%. Votos brancos, nulos e de eleitores indecisos somam 12% no primeiro cenário e 8% no segundo. E você, votaria em Joaquim Barbosa para Presidente da República? Sim “Eu acho que sim. Gostei muito da postura dele em relação aos políticos do Mensalão. Pode não ser uma base forte para um presidente, mas achei ele firme em seus propósitos. Sem contar que é negro e vem de raízes humildes.” Alexandra Fernandes, arte educadora e microempresária Não “Não votaria, porque, apesar de ter sido um baluarte no julgamento do Mensalão, demonstrou um quê de megalomania ao, como membro do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ter participado da aprovação do casamento gay no Brasil e declarado que, se o Supremo já havia aprovado, bastava o Legislativo adequar as leis do país para tal. A gente nunca vai conseguir viver tranquilo se os líderes não souberem o limite do seu poder.” Daniel Avellar, militar Talvez “Depende. Qual partido será o dele? PT? PSDB? PSC? DEM? Não se faz política sozinho e a escolha do partido já define meu voto. Além disso, ele não é um político e ser presidente exige vivência política. Eu também não votaria nele só pelo fato de ser negro como eu (embora o admire muito). Temos outras opções para a Presidência (Paulo Paim, Pedro Simon e, a minha preferida, Heloísa Helena. Aliás, Heloísa presidente e Barbosa vice seria uma ótima pedida).” Marco Antônio Soares, administrador de empresas
Posted on: Thu, 18 Jul 2013 12:28:50 +0000

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