Seedorf, o intocável Beirava às quatro da tarde quando os - TopicsExpress



          

Seedorf, o intocável Beirava às quatro da tarde quando os autofalantes da Arena anunciaram a escalação do Botafogo. Um a um, o estádio em uníssono vaiava os integrantes da equipe adversária. Até que chegou na hora do camisa 10 dos cariocas. O narrador anunciou “Clarence Seedorf” e por um momento eu me senti fora da realidade. Já havia presenciado o holandês em campo no jogo do Olímpico, ano passado, mas desta vez pareceu diferente, talvez fosse a atmosfera do novo estádio, ou, até mesmo, a proximidade com o gramado. Pois bem, ao que o narrador proferiu o nome do vovô atleta, olhei para um amigo ao lado e nos questionamos ao mesmo tempo “Não tem pra que vaiar o cara, né?”. Dando de ombros, concordamos. O holandês é um gentleman e, até, um ídolo do esporte para muitos – como eu. A bola rolou e o jogo mostrou sua face. Um novo Vargas se apresentava à nação gremista, marcando gols e jogando onde gostava de jogar. Fantástico. Porém, havia o gentleman do outro lado das trincheiras, e ele não é bobo. Como numa jogada de Pro Evolution Soccer, o negão nascido em berço sulamericano, nas províncias do Suriname, cortou pro meio, segurou R1 no controle do videogame, carregou a barra do chute e fez uma obra de arte. Nem dois Didas pegariam. Não fiquei bravo com Seedorf naquele instante, fiquei bravo com a defesa do Grêmio por dar-lhe tanta liberdade. Aquilo é o que se espera de grandes atletas. E grandes atletas precisam de atenção re-redobrada. Mas, diga-se de passagem, talvez eu não fosse tão educado com o holandês caso o Grêmio tivesse perdido a partida. Estaria o chamando de cretino, maldito ou qualquer outra coisa. Mas o que se tira disso tudo, é que poucos atletas conseguem proporcionar tanta admiração em uma torcida adversária. E de outros setores também. E é aí que me refiro. Há certa disparidade entre os critérios de arbitragem em relação a certos jogadores. Como eu admiro Seedorf, talvez Paulo César de Oliveira também admire. E é inacreditável o quanto o jogador é intocável. Desarmes na bola: falta. Encostou no jogador: falta. Respirou perto dele: falta. E isso não se aplica a lances semelhantes de outros jogadores. Coisas como essa me fazem perder a compostura em um estádio (não que eu tenha alguma, sou extremamente mal educado) e, a partir de então, tive Seedorf como um inimigo, vaiando como não vaiei no início (mas nada pessoal, beleza?). Se o Botafogo reclamou da arbitragem, eu também posso. Vi um jornalista falando que houve, também, favorecimento à pessoa Zé Roberto. Que naquele carrinho lateral malsucedido que, infelizmente, vitimou o tornozelo do lateral Lucas, não teria passado em branco caso fosse um jogador mais “cascarra”. Fato é, revendo o lance, fica nítido que Zé Roberto não teve a intenção de machucar o adversário e aquilo foi uma fatalidade de jogo. Ouvi também outro jornalista afirmando que o Grêmio não merecia a vitória. Não merecia sequer um empate. Botafogo dominou o jogo todo e o Grêmio foi pouco punido por “bater tanto” em Seedorf. Tudo bem. Vamos aceitar essa opinião. Mas trago apenas uma novidade que não é nada nova: futebol não é merecimento, futebol é vitória, futebol é ganhar jogando mal. Se o Grêmio vencesse todas as partidas que merecia na história, seriamos heptacampeões do mundo. Mas não somos, apesar de merecermos. Renato Portaluppi: dois jogos, quatro pontos e três gols de atacantes na seca. Esse é o Grêmio que não merece, que ganha e que não chora por qualquer toque. Um Grêmio que ressurge pra brigar por posições onde merece: nas cabeças. Não somos intocáveis, somos imortais. Créditos: Lucas Von Dalhe Grêmio!
Posted on: Tue, 16 Jul 2013 17:46:59 +0000

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