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Segue o artigo publicado no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, na edição de 7/10/2013 página 15 O povo de cobaia O governo uruguaio pressiona o Congresso para legalizar a maconha no país. Contrariando a opinião pública de lá, o presidente Mujica alega ser a melhor forma de combater o narcotráfico. Afirma ainda que: "vamos experimentar, mas se não der certo voltaremos atrás." Trata-se portanto de um experimento, com o povo de cobaia. A proposta uruguaia, porém, ignora a história humana e as evidências científicas. As drogas consideradas ilícitas no Brasil, são proibidas em todos os países, muito antes da "guerra às drogas" dos EUA. A razão: todas as experiências de liberação se transformaram em tragédias e obrigaram os Governos a voltar atrás. Após um período liberado na China, o ópio foi proibido em 1799. Um decreto de 1810, do Império Qing, dizia: "O ópio é destruidor. O ópio é veneno. Seu uso é proibido por lei.." Entre 1839 e 1860, a China guerreou contra a Inglaterra, que lhe impôs a liberação do ópio. Até 1969, a Suécia liberou as drogas. A situação social, sanitária e de segurança, ficou tão grave que seu Congresso voltou atrás e aprovou a lei mais rigorosa da Europa. Suécia e China, fruto de suas histórias, têm hoje leis duríssimas contra as drogas. Assim, reduziram muito a oferta e consumo, o número de dependentes químicos, de homicídios e de acidentes de automóvel. A proposta do governo uruguaio ignora evidências importantes: 1) embora o tráfico seja um problema sério, mais grave é o transtorno mental produzido pelas drogas, incapacitante e incurável.; 2) tal transtorno não afeta só quem as usa, nem arrasa só suas famílias, afeta a sociedade, aumenta muito os gastos públicos, os acidentes de transito e a violência em geral. Pesquisa feita em 2009 no RS, mostra que a droga que mais causa acidentes de trânsito é a maconha, com o álcool em segundo lugar (Soibelman, Mauro et cols.); 3) o desespero para conseguir a droga, somado a seus efeitos de impulsividade maior, são tanto ou mais importantes na gênese da criminalidade, que o tráfico em si. O álcool, legal, ainda é a maior causa de violência doméstica. Legalizar drogas não garante nem redução do consumo nem da violência, ao contrário; 4) a maconha, além de ser a porta de entrada para as outras drogas, em 83% dos casos, causa dependência elevada, déficits cognitivos severos, danos graves aos pulmões e sistema cardiovascular além de levar a psicoses graves e incuráveis ( UNODC-2012-"Cannabis. A short review" ); 5) não há razão lógica para crer que legalizando a maconha, haverá menos tráfico de drogas. Ela continuará a ser traficada além dos limites permitidos, e com preços mais competitivos, bem como todas as outras drogas ilícitas terão seu tráfico incrementado. A liberação de drogas no Uruguai teria importantes reflexos no Rio Grande e no Brasil. Com o mercado limitado pela sua população mais reduzida, o Uruguai, acabaria sendo uma grande plataforma de exportação para o Brasil. Agravaria, aqui, mais ainda, a epidemia de drogas ilícitas. Sei que o Governo brasileiro não estimula a experiência uruguaia, mas também sei que não poderá ficar assistindo muito tempo, sem se posicionar claramente. Osmar Terra Deputado Federal,PMDB/RS
Posted on: Tue, 08 Oct 2013 01:48:45 +0000

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