Sei que nos dias de hoje alguns princípios de convivência familiar estão caindo em desuso. Quem tem filhos e netos sabe que colocar as crianças na cama é sempre um momento mágico. Na última quarta, de improviso, meus outros dois netos, Davi e João Guilherme, encheram a casa com sua preciosa e super ativa presença. Optei por dormir na sala mas o João Guilherme (8 anos) quis me fazer companhia. Já estava ronronando quando ele salta do sofá e me aperta as bochechas. “Vô, vô, nós não rezamos ainda. Como é que nós vamos dormir sem rezar?” Envergonhado pelo esquecimento pedi que conduzisse as orações. Pai Nosso, a Ave Maria, Glória ao Pai e o Santo Anjo. A ordem era a mesma da que recitava quando a Tassiana era da idade dele. Rezávamos juntos todas as noites mesmo quando o fechamento do jornal durasse um pouco mais.. Encerrada a oração voltei a tentativa de dormir. Poucos minutos depois novo ataque: “Vô, a gente rezou para nós, mas não rezamos pelos outros”. Pura verdade. Mais uma vez solicitei que ele conduzisse a relação dos destinatários da nossa prece noturna. Foi citando nominalmente e eu repetindo os nomes de cada um: pais, irmãos, avós, amigos do condomínio, vizinhos, colegas de aula, professores, candidatas a namoradas (dele). E até “aos amigos do face do vô”. Deitamos e dormimos. De mão pegada “prá dar paz um ao outro”. Me perdoem os amigos da Confraria Florense não ter podido atender o convite para o jantar de quarta, que soube ter sido um sucesso. Mas eu tinha que viver mais este momento mágico.
Posted on: Sat, 28 Sep 2013 20:38:33 +0000
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