São Luís Uma cidade erguida Na confusão de muitos Que queriam - TopicsExpress



          

São Luís Uma cidade erguida Na confusão de muitos Que queriam explorar O que de fato já era. Fundida na fundação Como se fosse a primeira Alegre e grande fanfarra Na alma de cada nativo. Alma? Eles tinham? Sabiam o que era esse bicho? Queriam ter esta companhia? Melhor mesmo era vagar Com os bons espíritos Que davam vida à natureza! A linha do equador Tão perto do pertencimento Sagrando ali as correntezas Para vencer os mares... Era como plantar sonhos Na imensa disputa, Colhendo frutos futuros Para uma colheita Que ainda ia chegar. O que sonha Belfort? Somente levantar uma solidez Dando assim a expansão Para uma virtuosa economia. Ninguém queria perder Um pedaço do braço, A Coroa queria a ilha E toda extensão... O canal de comercio Era ouro puro! Quem pensou no Rei? A fome tomava conta De um combate cruel. Vieira bradou tantos sermões Falou dos peixes, da ceia, E gritou dizendo do céu a mentira Que era engendrada no sumo do poder. E o que então causou a revolta De Manuel Beckman? Deu em morte e pouca sorte De um discurso solto ao vento. Os negros caçados, sofridos, Tirados do seu solo, Vendidos a preços leves Para aumentar o capital de poucos. O que tinham de especial? Todo tecnologia de um tempo, Dando sustentação econômica De uma gananciosa classe. Para os brancos os negros Não tinham alma, Mas deram alma Para cultura brasileira. Catarina Mina uma forte luz Na escadaria da liberdade, E tambor suava um canto Cheio da mais pura saudade. Firmina desbravou conhecimento Correndo nas trilhas dos versos E dando brilho para a prosa Quebrando correntes do tempo. O que mais pesou dos ocorridos? O crime da Baronesa Ou a lenda de Ana Jansen Nos fragmentos da história? O fogo, o tambor, o suor, Na celebração da vida, Fugindo da triste proibição Segurando a cultura Não perdendo a identidade. Ilha dos náufragos encantos Onde o poeta foi banhar Deixando a sua saudade No canto do sabiá dos séculos. Atenas? São passados de luzes Que hoje ainda ofuscam O caminho da flexibilidade Criando técnicas para poder Enfim expor os sentimentos. Bandeira, Ferreira, Correa, E bem antes um Hino a Tarde, Para a fuga de Azevedo Que azedou toda verdade Escondida nos lençóis Bordados de hipocrisias. E agora que “minha terra é uma belezinha” No urro do boi tantas vozes São espadas cortantes e escudos de defesas, Mas muitas vezes levadas Como estampa de uma boa terra Na cegueira de um novo projeto, Que só se projeta na fome do povo. São Luís que agora é tragada Pelo insaciável progresso Que não se cansa de ceifar vidas. Ilha bela, magnética, De um tambor, cacuriá, Boi passeia no terreiro Uma pérola vai rolar. Era o discurso da ponte Palavra de um lavrador, Palafitas são paisagens Chora a trova o trovador. Tão cedo as garças Choram a solidão E voam sem destinos Já que o campo de prerizes Foi submergido Pelo avanço Da sede do homem. Enquanto São Luís Despacha sua sorte na maré Nas noites de lua cheia. Samuel Barrêto
Posted on: Tue, 01 Oct 2013 21:20:53 +0000

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