Síntese da História do Maranhão Colonial No século XV a - TopicsExpress



          

Síntese da História do Maranhão Colonial No século XV a Europa estava vendo decair o consumo de seus bens produzidos na zona rural drasticamente, o que deixava o mercado internas europeias em complicadas situações econômicas. Para conseguir estabilizar, a economia europeia, precisou empreitar uma expansão marítima, tendo como Portugal a primeira nação da época a realizar tal evento. Através das Grandes Navegações ouve uma expansão das atividades comerciais, contribuindo para o processo de acumulação de capital na Europa, objetivo alcançado graças à colonização de territórios a custo de muito sangue derramado, tudo por conta da ganância e para a sustentação do luxo europeu. A colonização do Brasil não foi diferente, uma nação inteira foi massacrada e praticamente destruída. Chegando aqui o império português teve de sustentar uma luta contra os nativos da terra brasileira e combater corsários de nações variadas. Nessas lutas eram feitas combinações de forças, a Coroa entrava com o poder naval, e para defesa interna, ficava a cargo da colônia, que para manutenção dos efetivos do exército era necessário tirar dos próprios recursos. Os colonos eram totalmente dependentes da produção local e sempre eram afetados quando estavam em tempo de guerra, pois era necessário sustentar os militares com sua renda, mas nunca ficavam sem seus suprimentos básicos. A coroa não tinha muitos recursos para disponibilizar armadas, além daquelas para socorros, dispunha somente de artilharia, munições e o mínimo de contingente. As tecnologias militares efetivamente necessárias eram amparadas pelos moradores das cidades coloniais. No Nordeste sempre faltava contingente, isso se dava pela dificuldade em recrutar tropas luso-brasileiras. Somente em 1593, depois do ataque do pirata inglês Lancaster, Pernambuco conseguiu receber duas companhias: uma em Recife e outra em Olinda, com militares vindo de Portugal, entre mosqueteiros e arcabuzeiros. Não fosse o reforço que o exército regular recebia da milícia urbana e rural, mais numerosa e socialmente mais valorizada, munidas à custa dos colonos, as capitanias não teriam como enfrentar seus oponentes. Não havia o rigor do treinamento militar nos efetivos. Recrutas portugueses eram incorporados à força em aldeias. Tupis e tapuias também eram integrados às tropas luso-brasileiras, e tinha uma atuação muito importante para o combate corpo a corpo. Se era recorrido com muita frequência a força do indígena para serviços auxiliares. Transportavam mantimentos, armas, munições, soldados feridos, construíam jangadas para servir como pontes sob-rios, ajudavam na edificação de defesas e paliçadas; o cultivo dos roçados de mandioca ficava a cargo das mulheres que acompanhavam seus maridos na guerra, dentre outros trabalhos diários. Outro fator importante na atuação dos índios em guerras brasileiras se dava quando a marcha era muito distante nos ataques surpresas em pequenos grupos, no conhecimento de terra e técnicas de sobrevivência no mato, atributos esses que faziam necessária a colaboração tanto do índio quando do mameluco, mais do que de um soldado do colono do litoral ou de guarnição. Militares e civis portugueses, mazombos e índios constituíam os pelotões de artilharia que enfrentavam constantes conflitos coloniais contra a ação estrangeira ou a reação de tribos indígenas inimigas. Essa mistura na composição do efetivo colonial resultou na compilação de táticas de guerra europeia e formas de luta nativa. Combinações que proporcionaram uma aplicação de táticas e de estratégias mais eficazes, de acordo com o momento e lugar. Em 1534, quando Dom João III dividiu a Colônia Portuguesa no Brasil em Capitanias Hereditárias, os portugueses ainda não chegaram a colonizar o Maranhão. Entretanto, os indígenas não lhes favoreceram essa ocupação. E em razão da difícil penetração para esta região no norte do país. O fracasso de uma colonização efetiva no norte da colônia levou os franceses a incentivarem uma empreitada nessa região em 1612, o que ficou conhecido como França Equinocial. Alguns motivos levaram a fundação dessa colônia francesa no Maranhão, entre elas podemos destacar a corrida colonialista, a cobiça por metais preciosos e drogas do sertão nesta região. Fundada a França Equinocial, que mantida financeiramente por Daniel de La Toche e alguns financistas, foi construído o Forte de São Luís, do qual se estabeleceu a fundação da hoje conhecida capital maranhense. “Cuidaram então os franceses de, iniciado a catequese dos indígenas, consolidar sua amizade, explorando os ressentimentos dos portugueses que, conquistando o Brasil, os havia forçado a emigrar do sul; ao mesmo tempo, faziam reconhecimento de terra.” (MEIRELLES, Mário. História do Maranhão. p.45). Os franceses já instalados no Maranhão, prosseguiram no reconhecimento das terras e sempre tentando assegurar a sua colonização, isso incluía a tentativa de fortificar relações com os povos nativos. Essa campanha foi interrompida com a chegada, a São Luís, de Martim Soares Moreno, em agosto de 1613. Jerônimo de Albuquerque e Diogo de Campos aproximaram-se, com suas tropas divididas, ágil e discretamente frente ao inimigo, sem bandeira e toque de caixa, atravessando o mato. Sem barulhos e à espera de ordens do comandante, posicionados na montanha, aguardaram para dar início ao confronto em Guaxenduba. Em seguida se ouvia uma trombeta, com armas reais da França, a tropa luso-brasileira logo respondeu atendendo. Já nas trocas de cartas a batalha se deu de imediato, ataques vindo das montanhas e da praia, deixando mortos e feridos, assim conquistaram a primeira trincheira os portugueses. Índios, aliados dos franceses, logo que viram os portugueses se aproximarem, fugiram apavorados. O sabor da vitória não escondia o temor de um novo embate. Mas nada aconteceu. Um curto período de combate, uma inacreditável derrota dos franceses. Após a Batalha de Guaxenduba, as tropas francesas restantes no Maranhão estavam recolhidas no Forte de São Luís. Para ganhar tempo, La Ravardière propôs um tratado de paz aos portugueses e sua proposta foi aceita, ficando estipulado que um oficial português e um francês fossem à França e um oficial português e um francês fossem a Portugal, para procurar nas cortes desses países uma solução para o conflito. Com o cessar fogo anunciado, portugueses, franceses e nativos permaneceram em paz. Em outubro de 1615, chega a Guaxenduba o capitão-mor de Pernambuco, Alexandre de Moura, trazendo um reforço de tropas e mantimentos. Por ser de patente superior, assumiu o comando geral das tropas portuguesas. Sob seu comando, os portugueses violaram o tratado que haviam feito com os franceses e intimaram Daniel de la Touche a abandonar o Maranhão em 5 meses. Três meses depois, chegaram da Europa Diogo de Campos e Martim Soares, trazendo mais tropas portuguesas e ordens terminantes da corte para os franceses abandonarem definitivamente o Brasil. Em 1º de novembro de 1615, Alexandre de Moura ordenou que o Forte de São Luís fosse cercado e desembarcou suas tropas na ponta de São Francisco, onde foi construído o Forte de São Francisco do Maranhão. Vendo-se incapaz de permanecer em luta, La Ravardière acabou entregando aos portugueses o Forte de São Luís e rendendo-se. Foi preso por Alexandre de Moura e permaneceu encarcerado por três anos na Torre de Belém. De fato, a colonização do Maranhão inicia-se após a expulsão dos franceses, que aqui procuravam fundar um núcleo de povoamento. A primeira preocupação dos estados colonizadores era de resguardar a área de seu império colonial face às demais potências colonizadoras. Desta forma, dado o grande isolamento desta região com relação à sede do governo geral do Brasil, este em Salvador, e na prática, visando protegê-la das constantes investidas estrangeiras, o monarca Felipe II fundou em 1621, o Estado Colonial do Maranhão e Grão-Pará, com sede em São Luís, abrangendo uma área que se estendia do Ceará ao Amazonas. A exploração econômica e o povoamento do Maranhão estruturavam-se em duas bases, no agro negócio e na pecuária. As origens do Maranhão, tal como conhecemos, não está no litoral, mas nas caatingas nordestinas, de onde vieram seus primeiros povoadores e sua riqueza principal, o gado. A ocupação foi motivada pela expansão da economia gerada pelo açúcar que, dependendo do gago como alimento básico da população livre e escrava e como motor dos engenhos, estimulou-se a multiplicação dos currais e sua interiorização no interior do Maranhão. PEDRO DA SILVA PEREIRA - IMPERATRIZ, MA. 2013. Síntese da História do Maranhão Colonial Trabalho apresentado à disciplina de História do Maranhão Colonial, com intuito de obter nota de avaliação. Profº Edmilson. Referências Bibliográficas: História do Maranhão. Mário-M. Meireles. São Paulo. Siciliano, 2001. Caminhos do Gado: conquista e ocupação do sul do Maranhão. Maria Socorro Coelho Cabral. 2ªed. São Paulo. Edufma, 2008. Jerônimo de Albuquerque Maranhão: guerra e fundação no Brasil Colonial. Maria de Lourdes Lauande Lacroix. São Luís. UEMA, 2006.
Posted on: Thu, 11 Jul 2013 04:56:41 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015