Terra Estrangeira Saudades do Brasil. Nossa terra querida parece tão distante agora, com pouco mais de duas semanas fora. Tanta coisa acontecendo e nós aqui, na distante Praga, palco da Primavera de 1968 e das desventuras românticas de Tomás, Teresa e Sabina, personagens que Milan Kundera criou. Paralelos são inevitáveis. 1968 já não ecoa tão forte por aqui. A nova geração de tchecos mal conhece sua própria história, mesmo com o cheiro ainda fresco do sangue que escorreu pelas ruas desta bela cidade. Simbolicamente o museu dedicado aos duros tempos do comunismo na então Tchecolosváquia fica no mesmo prédio do Mc Donald’s, no centro de Praga. Nenhum jovem sabe onde é. Mas adoram ir ao Mc. Quanto ao livro de Kundera, os tchecos também não o valorizam, pelo menos os locais com quem tive a oportunidade de travar uma conversa mais profunda. O amor e a compaixão, tão fortes nas linhas do autor se diluíram num torvelinho de sentimentos levianos e fáceis. No mundo moderno não temos muito lugar para uma insustentável leveza do ser. Tudo é rápido, leviano e descartável, numa juventude que se desvaloriza, enquanto os mais experientes se resignam. Mau caminho. Como diria um hermano argentino:”Hay que endurecerse sin perder jamás la ternura.” No caso tcheco perderam a ternura, a dureza e a leveza do ser. Espero que quando voltar ao Brasil, encontre um povo diferente do que deixamos. Menos tcheco de agora e mais de 68.
Posted on: Wed, 26 Jun 2013 10:22:20 +0000
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