Trecho do "Livro Tibetano dos Mortos" ou "Bardo Thodol" "Agora vais experimentar três Bardos. Três estados de perda do eu. Primeiro aparece a clara luz da realidade. Vêm em fogo os jogos de alucinações fantasticamente variados. Mais adiante encontrarás o estado de reentrada. De voltar a ter um eu. Oh, amigo. Pode ser que tua experiência seja de transcendência do eu, a saída de teu antigo eu. Mas tu não és o único. A todos chega alguma vez. És afortunado ao ter gratuitamente esta experiência de renascimento que se te oferece. Não te apegues com essa debilidade a teu velho Eu. Inclusive se te apegas a tua mente, já perdeste o poder de a manter. Pela luta não poderás conseguir nada neste mundo alucinatório. Não te apegues. Não sejas débil. Qualquer que seja o medo ou terror que te embargue Não olvides estas palavras. Introduz o seu significado no teu coração. Segue em frente. Aqui mesmo está o segredo vital do conhecimento. Recorda, oh amigo: Quando o corpo e a mente se separam, experimentas uma rápida visão da verdade pura, sutil, radiante, brilhante. Vibrante, gloriosa. Não temas. Esta é a radiação de tua verdadeira natureza. Reconhece-o. (...) Se não reconheces tuas próprias formas de pensamento. Se olvidas tua preparação. As luzes te deslumbrarão. Os sons te atemorizarão. Os raios te aterrorizarão As pessoas ao teu redor te confundirão Recorda a chave dos ensinamentos Oh, amigo. Estes reinos não vêm de algum lugar exterior a teu ego. Vêm de teu interior e brilham sobre ti. Tampouco as revelações vêm de nenhum outro lugar. Existem desde a eternidade dentro das faculdades de teu próprio intelecto. Reconhece que são desta natureza. A chave da iluminação e da serenidade durante o período de dez mil visões é simplesmente esse: Descanso, relaxamento. Une-te a ele. Aceita encarecidamente as maravilhas de tua criatividade. Não te apegues nem estejas assustado. Nem atraído nem repelido. Sobre tudo, não faças nada sobre as visões. Existem somente dentro de ti. A fonte (Olhos fechados, estímulos externos ignorados) (...) A energia radiante da origem, semente da qual vêm todas as formas viventes brota em direção a fora e golpeia contra ti com uma luz tão brilhante que tu apenas poderás mirar. Não te assustes. Esta é a Energia da Origem que esteve radiando bilhões de anos. Sempre manifestando-se de outras formas. Aceita-a. Não tentes intelectualizá-la. Não brinques com ela. Funde-te com ela. Deixa-a fluir através de ti. Perde-te com ela. (...) Tu não podes controlar estas ondas universais de energia. Deixa que os sentimentos se fundam todos sobre ti. Faz-te parte deles. Permite-te a ti mesmo palpitar com as vibrações ao teu redor Relaxa. Não lutes. Teus sintomas desaparecerão tão rapidamente como todo o rastro de ego concentrado, esforçando-se, desapareça. Aceita-os como a mensagem do corpo. Dá-lhes as boas-vindas. Goza deles. O fluir interno de processos arquetípicos (Olhos fechados, estímulos externos ignorados, aspectos intelectuais) (...) O fluir da vida está girando através de ti Uma demonstração infinita de formas e sons puros. Deslumbrantemente brilhante. Sempre volúvel Não tentes controlá-la Flui com ela Experimenta os antigos mitos cósmicos da criação e manifestação Não tentes compreender Há muitíssimo mais tempo para isto mais tarde Funde-te com ela Deixa-a fluir através de ti Não há necessidade de atuar ou pensar Se te estão ensinando as grandes lições de evolução, criação e reprodução. Se tu tentas retê-lo, podes cair em mundos infernais e sofrer intolerável miséria criada por tua própria mente. Evita brincar às interpretações Evita pensar, falar ou fazer Tem fé na corrente da vida Confia em teus companheiros nesta aquosa jornada Funde-te na Luz de Arco Íris No Coração do Rio das formas criadas"
Posted on: Wed, 31 Jul 2013 00:43:28 +0000