Um raio de sol em uma noite escura O estado de perplexidade que muitos estão apresentando, inclusive a presidente da república anunciada pela grande mídia brasileira, diante deste grande movimento nacional que se inscreve em nossa história, pode ser explicado poeticamente como o movimento de “um raio de sol em uma noite escura”. A noite escura poderia representar o estado aparente de apatia, indiferença, calma, tolerância e conformismos que nossa população vinha demonstrando ante as grandes mazelas sociais políticas e econômicas que vivemos nos últimos anos, sobretudo na gestão da coisa pública. A população brasileira diante de tudo parecia anestesiada mergulhada em um sono profundo enquanto que em outras partes do m mundo a população se insurge contra politica sujas e ordinárias. O raio de sol pode ser entendido como luz que ilumina a escuridão que cega e nos imobiliza a todos ante aos graves problemas que a população se encontra. Este importante movimento nacional, entremeado de rebeldia e ideais firmes, pacifista, revela entre outras coisas que a população brasileira não aguenta mais os desmandos, os descasos, as mazelas sociais, as contradições políticas, as falcatruas, a corrupção, a desmoralização na gestão da coisa pública, a mediocridade à frente da gestão pública, situações comuns em nossos dias que nos envergonham. Não aguenta mais a impunidade, que alimenta o crime, o culto às incompetências, e a prática fraudulenta na gestão publica. Estamos quiçá revivendo um dos maiores momentos de nossa história dos últimos 20 anos quando os “cara-pintadas, um grupo de jovens brasileiros entoando frases de esperança e incentivo e, com gestos de bravura, civismo e patriotismo, liderados por líderes e políticos sérios, arrojados e corajosos, se insurgiram contra uma quadrilha de políticos sujos e trapaceiros que dominavam o país e hoje, semelhantemente àquela ocasião, com atores diferentes mas, com os mesmos ideais, também de forma intrépida e inconformados surgem pelas ruas deste país, como um “raio de sol na escuridão”, entoando com vozes firmes frases de esperança e incentivo que clamam por justiça, igualdade, paz social e, sobretudo por moralidade na gestão e nos gastos públicos onde uma meia dúzias espertos e esfomeados por dinheiro não se importam com os mais pobre e com o bem estar da população. Esta luta aparentemente inesperada que gera a tal perplexidade, mas que iria acontecer a qualquer momento, como havíamos dito antes, demonstra a imensa insatisfação que se encontra nossa população, quanto aos desrespeitos nos cumprimentos de seus interesses básicos e primordiais, especialmente quanto à saúde pública, á educação, segurança dos cidadãos, do trabalho e renda e das políticas de bem estar social. Este levante social revela a indignação profunda da população quanto às incongruências na aplicação do erário público, não só pela corrupção deslavada quando ao destino que é dado a esse dinheiro, pois enquanto se constrói estádios para atender aos interesses sagrados da FIFA do Sr. Blatter e do Gerome Walker para a população faltam leitos em hospitais públicos para se tratar com dignidade, não se tem uma política educacional digna e competente pois falta gente e escolas nos grande municípios, e não tem casa para as pessoas morarem, entre muitas e muitas outras mazelas. Considero pessoalmente um grande movimento cívico por se tratar de reconquista de nossos direitos e de nossa cidadania. É um movimento que sinaliza para a necessidade de se repensar e reconstruir novos princípios e paradigmas que atendam de fato os interesses de nossa população, que nos leva a repensar práticas antiéticas e de se fazer política destituídas de compromisso social. Enfim, é um movimento de bases éticas. Para muitos deveríamos separar rebeldes e vândalos, porém entendo que sociologicamente ambos caminham juntos de mãos dadas entre as diferentes situações em um só movimento com sentidos diferentes. Um movimento como este um pode predominar sobre o outro, até que suas legítimas e justas reinvindicações sejam atendidas. Na história, o presente é o amanhã modificado e o que é adorado hoje pode ser um sacrilégio amanhã. Entendo que a base sociológica deste movimento popular são os desmandos no ato de se governar. Entendo que governar é administrar o que é de todos, é saber proteger o bem comum, é visar a segurança do coletivo, é redistribuir renda, é lidar com as contradições políticas e com o contraditório, é liderar, é promover o bem comum, é garantir a justiça à todos e não a uma minoria. Governar é distribuir poder e a governança e não concentrá-lo, é zelar e amar a cidade, o país e o povo. Nestas condições se houver manifestações sociais nunca será rumo ao vandalismo, porém caso haja o contrario, os movimentos poderão se vandalizar exaltando os vândalos que temos em cada um de nós.
Posted on: Sat, 29 Jun 2013 21:53:51 +0000
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