Uma outra coisa que foi dita na outra intervenção é a respeito - TopicsExpress



          

Uma outra coisa que foi dita na outra intervenção é a respeito dos 400 bilhões de dólares do orçamento militar americano: Se dessem 400 bilhões de dólares para o Brasil ou para a África, nós sairíamos do buraco. Eu lembraria a vocês um outro dado: só no ano de 2000 (é a informação mais recente que eu tenho, não tenho outra mais atualizada), os cidadãos americanos cidadãos e empresas, sem contar o governo fizeram um total de 200 bilhões de dólares de contribuições para entidades de caridade, principalmente do Terceiro Mundo. Some com o governo, e veja quanto saiu. Ora, o que acontece com esse dinheiro? É dado diretamente aos necessitados? Não, é dado a uma estrutura burocrática da democracia participativa: é a comissão, é o conselho, é não-sei-o-quê etc. E tudo isso tem despesa: tem de pagar telefone, tem de pagar aluguel, tem de pagar empregados etc. Vocês sabem como os americanos definem FMI? FMI é uma entidade que se dedica a tirar dinheiro das pessoas pobres nos países ricos para dar às pessoas ricas nos países pobres. Essa definição é muito precisa. De vez em quando nós vemos a nossa esquerda irritada com o FMI (Ah, porque o FM etc.) como se o FMI fosse um propugnador da economia liberal e não um dos maiores controladores da economia que existe no mundo: é o órgão controlador por excelência fundado por Lord Keynes, que além de ser um estatista feroz era um colaborador da espionagem soviética. Ora, isto quer dizer que ficam brabos de vez em quando com o FMI, usando-o como símbolo do capitalismo. Mas, quando o FMI estrangulou economicamente o governo Somoza para dar o poder aos sandinistas, ninguém ficou brabo. Ou seja, o FMI não tem essa identidade ideológica que lhe estão dando, ele tem uma outra. Quer saber qual é a outra? Eu lhe digo: se o senhor fala das grandes fortunas, veja as duas grandes fortunas, Rockefeller e Ford. Vocês sabem que se não fossem Rockefeller e Ford não existiria a esquerda nacional. Elas subsidiam partidos, ONGs, o Fórum Social Mundial etc, e ninguém pára para pensar que talvez a equação socioeconômica do mundo seja um pouco mais complicada, um pouco mais sutil do que o esqueminha marxista admite que você veja. Na verdade, se você pensar: mas por que é que esses grandes capitalistas contribuem para o movimento revolucionário? É por um motivo muito simples. O sujeito enriquece dentro da economia liberal e acumula tanto dinheiro, mas tanto dinheiro, que dali a pouco ele entra na seguinte consideração: Não podemos permitir que essa fortuna, que custou tanto esforço, esteja à mercê das forças irracionais do mercado. É preciso preservá-la. Então, ele deixa de raciocinar capitalisticamente e passa a entrar em considerações dinásticas. Ele tem de assegurar a continuidade daquela fortuna: o mercado não pode fazer isso, somente o Estado pode. Por isso é que se você pegar as duzentas maiores fortunas de Wall Street, elas jamais apoiaram uma política liberal. Entre dois candidatos nos EUA, eles apóiam sempre o mais intervencionista e estatista. Isto é regular. Por que é que eles podem fazer isso? Porque eles sabem, pelo menos desde a década de 20, que o estatismo total jamais acontecerá. Então, eles estão seguros: por mais estatismo que venha, haverá uma margem de liberdade econômica para quem tenha o poder de assegurá-la. Eles sabem que o estatismo total não funciona, porque isto lhes foi demonstrado. Eles aprenderam e nós, parece que até hoje não com o economista Ludwig von Mises na década de 20. Ludwig von Mises disse o seguinte: se você implanta o socialismo, você elimina o mercado; se elimina o mercado, as coisas não têm preço; se não têm preço, não dá para fazer cálculo de preço; se não dá para fazer cálculo de preço, não dá para fazer economia planejada; portanto, não existe socialismo. Por isto mesmo, tanto os metacapitalistas quanto os dirigentes socialistas se prepararam para isto. Na União Soviética, por exemplo, sempre se reservou uma quota de 30 a 40% para a economia capitalista clandestina. E é por isso que se explica o surgimento dos grandes milionários russos. Que, se era tudo do Estado, de onde apareceu tanto milionário do dia para a noite? Já eram milionários. Sempre existiu capitalismo na Rússia, como sempre existiu na China. Ou seja, a estatização total nunca acontecerá. Os líderes comunistas sabem disso, e os grandes banqueiros sabem disso. Por isto, os grandes banqueiros, as grandes fortunas, só têm um inimigo: chama-se economia liberal. Porque ela dissolve as grandes fortunas na concorrência do mercado e eles precisam do Estado para garantir o seu poder monopolístico; por isto fomentam movimentos socialistas e estatistas em todo o Terceiro Mundo. E nós, idiotas, caímos nessa acreditando que estamos lutando contra o poder do capitalismo quando o estamos servindo. Muito obrigado.
Posted on: Sun, 27 Oct 2013 02:41:20 +0000

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