Uma palavra a você que já pensou - ou está pensando - em mudar de igreja. Eu estava viajando outro dia e ouvi uma canção que dizia assim: ♪ "perguntaram pra mim se ainda gosto dela. respondi tenho ódio - e morro de amor por ela" ♪ Imediatamente parei e pensei: poxa, esse padrão do mundo está cada vez mais entrando dentro das igrejas. Mas não é bom que seja assim. O Senhor falou ao meu coração para escrever sobre isso, portanto vou compartilhar da minha própria experiência sobre o assunto. Todo mundo sabe: desde que vivo para Cristo, não levanto bandeira de denominação nenhuma, e talvez por isso muitos até hoje se surpreendam com minha dedicação nos últimos dois anos à Primeira Igreja Presbiteriana de Irecê, no sertão da Bahia. Eu cheguei ali ferido e emocionalmente abalado, porque o ministério de evangelismo que me foi confiado pelo Senhor fora atacado de maneira mentirosa e inescrupulosa por um secto de religiosos - que pela justiça de Deus não conseguiram nada além de prejudicarem a própria credibilidade - insatisfeitos com a verdade das Escrituras jamais negociada por mim em seu meio ou em qualquer outro lugar, afinal eu - GRAÇAS A DEUS - não tinha o sobrenome, dinheiro, ou status social da família que mandava naquela igreja para que a liderança fizesse vista grossa às minhas objeções sempre recebidas com entusiasmo pelos poucos irmãos piedosos restantes que suspiravam como as corças pelas águas da vida naquele lugar. E por muitas vezes me disseram que eu era necessário ali, e não deveria sair, porque não se pode deixar uma igreja por causa das pessoas - como se igreja não fosse um ajuntamento de pessoas. Quando cheguei então - pela necessidade do salvo de congregar - à Primeira Igreja, logo ouvi também que estavam precisando de "alguém assim" por lá. Mas a grande verdade é que EU precisava desta comunidade. Deus sabe como eu precisava aprender a - finalmente - confiar em uma liderança responsável. Precisava de irmãos que fossem amigos na hora da angústia e que gostassem de mim do meu jeito. Todo mundo precisa disso. E lá eu encontrei. Encontrei também ali uma doutrina equilibrada - por causa de um Pastor sábio, sem cair em excessos de legalismo ou liberalismo. Um convívio feliz com a família da fé: crianças, jovens, mulheres, homens, idosos. A rara oportunidade de ter minha identidade cultural respeitada e valorizada pelos que congregam comigo. Outras comunidades foram imprescindíveis neste doloroso processo de cura ministerial. A Igreja Assembléia de Deus sede da mesma cidade me alimentou igualmente com palavras de esperança, em cada culto de doutrina ali dirigido pelo Presbítero Rubens, e sob a prudente autoridade do Rev. Vilson Roque na época. Preciso inclusive visitá-la sob essa nova direção, porém ainda não houve oportunidade desde meu retorno da reserva pataxó. A Igreja Batista Betel da cidade de João Dourado que me acolheu de maneira extraordinária, me recebendo NA MESA sem qualquer distinção doutrinária, e me doando a palavra profética em todo o tempo por parte dos seus membros, que diga-se de passagem, são nutridos em excelência pelo genuíno leite espiritual da Palavra, através do missionário Everson Augusto - um grande homem de Deus - FIEL AO VERDADEIRO EVANGELHO - que tive a honra mais que imerecida de conhecer. O fluir do rio de Deus nessa comunidade até hoje me é extremamente visível, e jamais saí de lá como entrei. Creio que é porque onde Jesus está algo diferente acontece. E em minha míope visão, o único lugar onde Jesus realmente está (completamente feliz por estar presente) nesta cidade é na Igreja Batista Betel. Creio que não preciso dizer mais nada. A Igreja Presbiteriana Betânia de Irecê, que tão cordialmente me recebeu desde o princípio na pessoa do Rev. Valtenor, outro homem de Deus raro em sua tenacidade como líder. Ainda ali o departamento jovem me comoveu bastante, permitindo e insistindo que eu aceitasse o privilégio de participar do altar me envolvendo com os ministérios da igreja. O irmão Wagner Leandro por si só, membro desta amada igreja, já seria suficiente para personificar um tipo de Cristo transformador na vida dos que tem a oportunidade de conviver com ele, a quem eu jamais poderei retribuir o favor abençoador de simplesmente tê-lo por perto. As Igrejas Batista Calvário, Presbiteriana do Brasil e Primeira Batista (avenida Navegantes) da cidade de Porto Seguro, em 2013, que desempenharam um papel fundamental no processo de fechamento deste ciclo de cura. A intercessão do Pastor João, a amabilidade do Rev. Jean Joás e a forma surpreendente com a qual o Pastor Adson Pituba me conduziu ao ministério de louvor jovem da Primeira Batista me levaram a clara percepção de que a mão poderosa do Senhor estava ali como nos primeiros dias de minha caminhada. O fluir do primeiro amor do Senhor invadiu novamente a minha vida, restaurando o que pessoas levianas sutilmente destruíram: minha essência de trigo pesado, cultivado pessoalmente pelo Jardineiro e carregado de grãos. A imensurável receptividade das famílias desta igreja selou em mim a percepção de que nada se perdeu no Corpo, e que os que geram divisão, na verdade sequer participam dele. Minha palavra é que, se você está sendo movido a sair do lugar onde congrega, primeiro consulte a Deus pedindo que lhe mostre além de qualquer raiz de amargura que porventura exista, esclarecendo se esta motivação vem mesmo dele, e mesmo independente disso, procure estas pessoas com que está em diferença e peça por reconciliação, não importando quem errou. Segundo, converse com a liderança da sua igreja, e se mesmo assim a liderança não compreender sua visão, não levante a sua voz contra ela ou sobre ela. Terceiro, procure compreender o significado de igreja. Não existem pessoas perfeitas, e portanto, não existem comunidades cristãs perfeitas. Mas a igualdade, o respeito e o amor são imprescindíveis. Se essas três colunas essenciais para o convívio humano faltam em sua comunidade - ou pelo menos faltam para você, segura na mão de Deus e vai, meu irmão. A igreja são as pessoas. Se você está vivendo sérias dificuldades de relacionamento em sua comunidade, essa conversa de "tenho ódio - e morro de amor por ela" não condiz em nada com o padrão de comportamento do cristão. Se você for o problema, o Senhor vai te revelar. Se não, Ele também vai te revelar. Mas se você tem motivos concretos para mudar de congregação - não pertinentes à vida DOS OUTROS, mas à sua, é melhor que você indague uma boa consciência para com Deus e mude mesmo. Porque congregar em um lugar por obrigação não agrada ao Senhor, e tudo o que não provém de uma motivação pura é pecado. Louvo ao Senhor por ter encontrado estas comunidades que me acolheram e abençoaram muito além do que eu pedi ou pensei ser possível. Que assim seja também em sua vida. Na graça e paz do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Jaime Filho. --
Posted on: Thu, 29 Aug 2013 02:51:09 +0000
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