Viver honestamente e com boa fé no Rio de Janeiro é difícil. - TopicsExpress



          

Viver honestamente e com boa fé no Rio de Janeiro é difícil. Ser mulher e viver honestamente e com boa fé no Rio de Janeiro é 10 vezes mais difícil. Eu diria até “é duro”... Não... Isso é pouco! É muito árduo. Quase uma tarefa impossível e que custa muitas lágrimas de indignação. Segue um dos dias de luta da minha amiga Perfeitinha: “Acordei com uma boa notícia: ‘SICOP INFORMA: ALVARÁ PRONTO (RETIRAR)’. Mas alegria de mulher dura pouco e de vez em quando, eu esqueço e me entrego ao mundo do faz de conta onde todos são bonzinhos e honestos. Eu tinha um sonho e paguei por ele, não quis esperar a sorte bater a porta e preferir escancarar algumas com meu produto pronto em mãos. O entreguei nas mãos de uma empresa, que ainda hoje, leva toda a fama da bela publicação. Não me pagou por nenhum produto vendido, mesmo eu tendo pago integralmente por toda a produção. Tentei novamente e apostei numa distribuidora, que além de ter sumido com meus produtos, mudou de endereço, telefone e e-mail, e até agora nada de retorno financeiro. Fui pessoalmente às lojas, mas eu precisava de uma nota fiscal. Claro! Como eu pude me esquecer desse singelo detalhe legal?! Tirei nome e CNPJ, mas precisava do tal alvará de funcionamento. Beleza! Fácil! ‘Sai em 10 dias corridos caso não caia em exigência.’ No segundo comparecimento para cumprir exigência eu fui chamada de burra e broto. Não sei o que eu engoli pior. Pedi com toda a educação para ser chamada pelo meu nome e expliquei com toda a paciência que burra eu seria se eu tivesse tido informação e mesmo assim me faltasse a competência de acatá-la. Dois meses se passaram e eu precisava de dinheiro. Não tinha alvará que me permitisse emitir nota fiscal, daí não consegui negociar nenhum produto para venda. Sem vendas, sem dinheiro e as minhas contas foram acumulando. Diplomada, tive a ideia de arrumar um trabalho enquanto meus negócios não iam pra frente. Já na entrevista fui surpreendida com a seguinte questão: ‘O que mais você vai me dar em troca?’ Além do meu intelecto especializado e pós-graduado, ele teria meu comprometimento, simpatia, assiduidade, eficiência e todos os demais atributos de um bom funcionário. Entretanto, ele foi muito claro, queria mais, pois competência profissional qualquer uma poderia lhe oferecer. ‘Pois, bem chefe, para quase tudo há um preço. Para o meu trabalho há a minha pretensão salarial. E para o meu desejo... Aff... Esse é muito caro. Vale mais que uma cobertura no Leblon e uma boa mesada para meu sustento. O meu desejo vale o que muitos poucos homens poderão me dar: TESÃO. Já a minha buceta... Esta não está à venda no momento!’ Porra! Se eu não me prostituí aos 18 anos para pagar a faculdade, não será agora após os 40 e com seis diplomas em mãos que o farei! E mesmo com essa atitude meu marido se separou de mim achando que eu dava para Deus e o mundo, inclusive para os amigos dele sem um tostão nos bolsos. Inseguro! Nem tudo estava perdido. Lembra-se da boa notícia?! Fui correndo pegar o meu passaporte para a alegria. Chegando a real notícia: ‘Seu processo está em exigência. Vá ao terceiro andar falar com a diretora.’ Como não estava pronto? Compareci três vezes e fiz exatamente tudo o que me orientaram. Mas como sou uma pessoa muito educada eu me propus a conferir. ‘Acerta isso, isso e isso e volta quando seu alvará estiver pronto. Pode sair!’ Como assim?! Esse povo que é concursado público acha que pode falar ‘deseducadamente’, me mandar ir embora e sem direito a réplica. E ainda voltar de mansinho com a desculpa de que eu sou artista e por isso eu estava muito sensível, após eu ter soltado um zoológico inteiro de indignação em cima dela. Aff... Eu apenas pedi um telefone que eu pudesse ligar, pois... – ela me interrompeu - ... Pois, no site... – ela me interrompeu novamente -... No site havia a informação que... – ela em interrompeu pela terceira vez aos berros, e eu simplesmente queria saber um telefone para que eu pudesse me certificar de que o tal alvará estaria pronto, pois, o site informa algo e quando compareço a informação é outra. Simples assim. ‘A senhora agora vai ouvir... Não é porque você é diretora que vai falar comigo como se eu fosse uma ignorante qualquer. Eu conheço os meus direitos e blá blá blá.’ Duvido que se fosse um homem 4x4 ela falaria com tamanho desprezo e aos gritos. Mas como sou mulher, meio osso, baixinha e pequena, com carinha de coitada nego acha que engulo qualquer coisa. Vejo que não são apenas as pessoas que gritam ou me propõe indignidade. É todo um sistema regido por pessoas de má fé que acham que como a si, qualquer ser humano é corruptível ou passível a ter sangue de barata.”
Posted on: Mon, 24 Jun 2013 16:25:39 +0000

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