Vários jornais hoje noticiavam que a UE é um dos principais alvos da espionagem dos Estados Unidos. Nada de novo, sabe-se isso há muitos anos e, apesar do cínicos protestos por parte da UE, a espionagem continua. Coloco aqui uma nota que escrevi e foi publicada no Jornal do Algarve no Outubro de 2004. O General Garcia Leandro escreveu recentemente num artigo no Diário de Noticías o seguinte : "Os Estados Unidos já elegeram como seus opositores mais preocupantes,por razões várias,a UE e a China.No caso da Europa é devido à sua influência política,cultural e poder económico.Assim,quanto mais problemas forem criados à Europa,menos poder esta tem e, neste caso,mais despesas terá a fazer.Enquanto andar entretida,menos oposição económica fará aos EUA." Isto fez-me lembrar uma entrevista dada o ano passado ao jornal belga Le Soir,por Armand De Decker,um liberal flamengo,Presidente do Senado belga e actualmente também Presidente da Assembleia Parlamentar da União da Europa Ocidental (UEO).Dizia ele a propósito da guerra no Iraque que nos EUA existe o sentimento de que a UE irá ser muito em breve a primeira potência económica do planeta,com um sistema social muito mais poderoso que o dos EUA.Faltava à UE para tal maior unidade política e uma política de defesa.Esta sua convicção resultava da experiência de inúmeras viagens ao longo dos anos para tratar de questões relacionadas com as relações transatlânticas.A propósito contava um episódio que sustentava as suas declarações,que passamos a citar : "A equipa actual,que trabalha à volta de Dick Cheney ( actual Vice-Presidente dos EUA,recordamos nós),é composta de pessoas que procuram dividir a Europa.Vai para seis anos fui recebido na Heritage Foundation em companhia de outros parlamentares da UEO e deram-nos um documento interno - parece que por engano -,sobre os laços transatlânticos cujos principais capítulos eram Como enfraquecer a Europa e Como dividir a Europa.Os autores deste cenário eram pessoas que tinham trabalhado na equipa de Busch pai.Este último acabou por afastá-los e substituir a equipa a favor de James Baker.Clinton,por sua vez,também os colocou de parte,mas hoje eles estão de novo no cimo." Outros políticos e analistas da política internacional têm feito observações semelhantes e vêm com desconfiança serem os EUA os mais ardentes defensores da entrada da Turquia na UE,e os esforços actuais de Busch para unificar a coordenação e o reforço das quinze agências governamentais de espionagem e recolha de informações.Temem que a UE venha a ser um dos alvos preferidos de tal zelo de espionite. Martins Coelho
Posted on: Sun, 11 Aug 2013 18:03:58 +0000
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