William Tyndale (1483-1536) O pai da BĂ­blia Inglesa William - TopicsExpress



          

William Tyndale (1483-1536) O pai da BĂ­blia Inglesa William Tyndale nasceu aproximadamente em 1483, na vila de North Nibley. Ordenado ao sacerdĂłcio em 1502, ele se distinguiu em Oxford recebendo o seu diploma de Bacharel em Artes, em 1515. Mais tarde ele se transferiu para Cambridge, onde se tornou familiarizado com Erasmo e o seu Novo Testamento Grego. Enquanto atravessava esse tempo de reflexĂŁo, Tyndale experimentou uma iluminação espiritual semelhante Ă  de Lutero. Quanto mais ele estudava esse tesouro recĂ©m descoberto, mais acentuada se tornava a sua preocupação no sentido de que os seus companheiros ingleses dele compartilhassem. Foi durante esse perĂ­odo de formação que aconteceu a clássica discussĂŁo de Tyndale com um papista fanático. Antagonizado pela sua incapacidade de refutar a racionalização BĂ­blica de Tyndale, o exasperado sacerdote gritou: "seria melhor que ficássemos sem as leis de Deus do que sem as leis do papa", ao que Tyndale retorquiu indignado: Desafio o papa e todas as suas leis; e se Deus me poupar a vida por muitos anos, levarei um garoto que conduz o arado a conhecer mais a Escritura do que vĂłs. Com essas audaciosas palavras representando a motivação de toda a sua vida, Tyndale decidiu resgatar os seus iletrados patrĂ­cios da desesperança e infelicidade do Romanismo, declarando: Essa causa apenas me conduziu a traduzir o Novo Testamento. Porque eu havia percebido, por experiĂŞncia, como seria impossĂ­vel levar o povo leigo Ă  verdade, a nĂŁo ser que as Escrituras fossem claramente colocadas diante dos seus olhos na lĂ­ngua mĂŁe. O pedido de Tyndale para se alojar com o renomado Cuthbert Tonstal, Bispo de Londres, recebeu uma fria negativa. Do mesmo modo como o estalajadeiro de BelĂ©m negou abrigo Ă  "Palavra Viva" o prelado indiferente fez o mesmo ouvido surdo Ă  "Palavra Escrita", nenhum deles reconhecendo o tempo de sua visitação. O Senhor compensou essa humilhação, enviando Tyndale atĂ© um comerciante simpático, o qual nĂŁo apenas abriu sua residĂŞncia em Londres, para o Reformador, como ainda lhe deu dez libras de presente, pedindo-lhe que orasse por "seu pai, sua mĂŁe, suas alma e todas as almas cristĂŁs". Contudo seis meses depois do inĂ­cio da tradução, Tyndale detectou uma crescente hostilidade dos oficiais lacaios contra o seu projeto. Grande parte dessa pressĂŁo foi atribuĂ­da Ă s pazes de Henrique VIII com Roma, a respeito do controvertido pedido de anulação do seu casamento com a "estĂ©ril" rainha Catarina. Tyndale conclui com tristeza: A partir daĂ­, percebi que nĂŁo apenas no palácio do bispo de Londres, mas em toda a Inglaterra, nĂŁo havia lugar onde eu pudesse tentar uma tradução das Escrituras. Em face dessas condições inaceitáveis, Tyndale transferiu-se para a Alemanha, em 1524, sem imaginar que jamais colocaria os pĂ©s novamente em solo inglĂŞs (Contudo, Foxe chamou Tyndale de "o ApĂłstolo da Inglaterra"). Tendo garantido alojamento em Hamburgo, o fugitivo fez uma peregrinação imediata atĂ© Wittenberg. O patrocĂ­nio negado a Tyndale por Tonstal foi mais do que compensado pelo audacioso Lutero, que iria declarar sem timidez: "Nasci para a guerra e a luta contra as facções e os demĂ´nios". O Dr. J. R. Green captou o espĂ­rito contagiante de Lutero com a narrativa da visita deste a Tyndale: Encontramo-lo em seu caminho para a cidadezinha que havia repentinamente se tornado a cidade sagrada da Reforma. Estudantes de todas as nações ali se reuniam com um entusiasmo que lembrava aquele dos cruzados. "Quando vinham para ver a cidade", conta-nos um contemporâneo, "retornavam graças a Deus com as mĂŁos preparadas para de Wittenberg, como a partir de JerusalĂ©m fosse a luz da verdade do evangelho espalhada atĂ© aos confins da terra". Foi por insistĂŞncia de Lutero que Tyndale ali traduziu os evangelhos e as epĂ­stolas. Tyndale receberia muita coragem para suas futuras experiĂŞncias da parte do austero alemĂŁo, cuja visĂŁo pessoal sobre os perturbadores era essa: "vocĂŞ nĂŁo pode enfrentar um rebelde com a razĂŁo. Sua melhor resposta Ă© esmurrá-lo no rosto atĂ© que ele sangre pelo nariz". Com o coração reanimado, Tyndale iniciou o seu esforço pioneiro de produzir a BĂ­blia Inglesa traduzida diretamente das lĂ­nguas originais. Partiu dele uma excepcional concessĂŁo para uma tĂŁo grandiosa ventura. O professor Herman Buschais descreveu Tyndale para Spalatin como: Um homem tĂŁo versado nas sete lĂ­nguas: Hebraico, Grego, Latim, Italiano, Espanhol, InglĂŞs e FrancĂŞs, que qualquer uma que ele falasse poderia dar a impressĂŁo de ser a sua lĂ­ngua nativa. Esta erudição foi confirmada no comparecimento de Tyndale diante dos editores de ColĂ´nia, Quental e Byrschmann, antes de completar um ano. Embora desconhecido a Tyndale, o arquinimigo de Lutero, o teĂłlogo catĂłlico John Cochlaeus, DeĂŁo da Igreja da Bendita Virgem em Frankfurt, seguiu direto em suas pegadas. Quando viu os catĂłlicos na Alemanha preparados com BĂ­blias atĂ© Ă s orelhas, Cochlaeus se queixou: O Novo Testamento de Lutero se multiplicou e espalhou de tal maneira atravĂ©s dos editores que atĂ© mesmo alfaiates e sapateiros, sim, atĂ© mesmo as mulheres e as pessoas ignorantes, que aceitaram esse novo evangelho luterano e podiam ler um pouco de alemĂŁo, estudavam-no, com a maior avidez, como sendo a fonte de toda a verdade. Alguns o memorizaram, carregando-o no Ă­ntimo. Em poucos meses esse povo ficou tĂŁo letrado que nĂŁo se envergonhava de debater sobre a fĂ© e o evangelho, nĂŁo apenas com os leigos catĂłlicos, mas atĂ© mesmo com os padres e monges e doutores em divindades. Cochlaeus nĂŁo podia permitir que esse pesadelo alcançasse a Inglaterra. Certo dia ele escutou por acaso alguns tipĂłgrafos discutindo a respeito da obra de Tyndale. Embriagando-os com uma certa quantidade de vinho, ele ficou perplexo ao descobrir que o Novo Testamento InglĂŞs já estava sendo impresso. Depois de ver apenas dez folhas completadas, Tyndale foi advertido da chegada de magistrados. Auxiliado pelo seu amanuense, William Roye, ele pĂ´de transferir os preciosos documentos para Worms, deixando ao chĂŁo um padre frustrado. Com a comparativa segurança da "retaguarda" oferecida por Lutero, as primeiras trĂŞs mil cĂłpias do Novo Testamento de Tyndale foram completadas em 1525 pelo editor de Worms - Schoeffer – e contrabandeadas para a Inglaterra, em barris, pilhas de roupa e sacos de farinha. Ao contrário da tradução dos manuscritos latinos de Wycliff, a obra de Tyndale foi diretamente traduzida do Grego e, mais que isso, do Textus Receptus da segunda e terceira edições de Erasmo. (Erasmo havia rejeitado as leituras Alfa e Beta da Vulgata, pavimentando, assim, a estrada para centenas de mártires em Smithfield, os quais iriam morrer por causa do Texto Majoritário). Tendo sido alertado por Cochlaeus da "importação pendente de perniciosa mercadoria", o clero inglĂŞs ficou de sobreaviso nos portos. Muitas BĂ­blias foram interceptadas e queimadas em cerimĂ´nias, na Saint Paul Cross em Londres, pelo bispo Tonstal, que as chamava de "uma oferta queimada ao Deus Todo Poderoso". Esse bispo enfatuado afirmava ter encontrado 2.000 erros na mesma. Sir Thomas More acrescentou: "tentar encontra erros no livro de Tyndale foi o mesmo que tentar água no mar". More seria degolado mais tarde, como um traidor da pátria. Sem se intimidar, Tyndale exclamou no espĂ­rito do seu mentor alemĂŁo: Ao queimar o Livro eles fizeram exatamente o que eu esperava; provavelmente eles vĂŁo tambĂ©m me queimar, se for essa a vontade de Deus. Contudo, apesar desse diabĂłlico esforço, muitos dos volumes reprovados foram dispersos pela terra (quase 50.000, segundo alguns cálculos). As dores sofridas no sentido de proteger esses Novos Testamentos podem ser vislumbradas atravĂ©s do que um sĂłbrio cristĂŁo escreveu: Guardas perigosos cheios de whisky, que em vĂŁo buscavam essa coluna, gozavam de clandestinidade e esconderijo com sofrimento ansioso. Enquanto tudo Ă  volta era misĂ©ria e escuridĂŁo, Este livros nos mostrava o beijo sem fronteira, alĂ©m da tumba, libertos dos padres venais – do castigo feudal. Ele permitiu ao sofredor seus passos fatigados atĂ© Deus. E quando essa sofrida maldição na terra aconteceu Esta principal riqueza do seu filho desceu. Que o poder do Novo Testamento de Tyndale foi causa de alarme entre os catĂłlicos ficou evidenciado pela carta do bispo de Nikke ao seu superior, na qual se lia em parte: "está alĂ©m do meu poder, ou de qualquer homem espiritual, impedir isso agora, e se assim continuar por muito tempo, ele a todos nos destruirá". Com a cabeça erguida, Tyndale se mudou para Marburg, em 1528, onde ficou sob a proteção de Philip, o Magnânimo, Conde de Hesse. ApĂłs ter trabalhado, por quase um ano, no Pentateuco, ele embarcou para Hamburgo, porĂ©m sofreu um naufrágio na viagem, perdendo o manuscrito de DeuteronĂ´mio recĂ©m concluĂ­do. ApĂłs uma chegada com atraso em Hamburgo, ele foi residir com Margarete von Emmerson, onde concluiu a tradução de GĂŞnesis atĂ© DeuteronĂ´mio. Com o seu aparecimento na cidade livre de AntuĂ©rpia (para conseguir a impressĂŁo desses novos livros), Tyndale arquitetou um plano engenhoso para repor suas urgentes carĂŞncias financeiras. Já ficou conhecido que o arrogante bispo Tonstal, levado ao desespero pela divulgação do Novo Testamento, havia tentado salvaguardar-se, removendo-os do comĂ©rcio atravĂ©s de uma compra ilegal. Contudo, sem que Tonstal o soubesse, o comerciante intermediário do qual ele se aproximou, Augustine Pakinghton, era um dos simpatizantes e mantenedores de Tyndale. Foxe o descreve com esta maravilhosa narrativa poĂ©tica de justiça: Alguma semanas mais tarde, Pakinghton entrou no humilde alojamento de Tyndale, cujas finanças ele sabia terem se esgotado. Pakinghton – "Mestre Tyndale, encontrei para vĂłs um bom comprador dos vossos livros. Tyndale – quem Ă©? Pakinghton – o senhor bispo de Londres. Tyndale – mas se o bispo quer esses livros será apenas para queimá-los. Pakinghton – bem... e entĂŁo? O bispo os queimará de qualquer maneira e bom seria que conseguĂ­ssemos dinheiro para imprimir mais. Tyndale – ficarei contente por esses benefĂ­cios que advirĂŁo: vou receber o dinheiro para me livrar dos dĂ©bitos e o mundo inteiro vai gritar contra a queima da Palavra de Deus. O restante do dinheiro me possibilitará corrigir o dito Novo Testamento, e novamente imprimir o mesmo, confiando em que o segundo será bem melhor do que o primeiro já impresso. Depois disso, os Novos Testamentos reimpressos logo alcançaram a Inglaterra. EntĂŁo o bispo mandou procurar novamente Pakinghton indagando como era possĂ­vel que os livros fossem ainda tĂŁo abundantes? "Meu senhor", respondeu o comerciante, "realmente eu acho que seria melhor que comprásseis tambĂ©m os tipos pelos quais eles sĂŁo impressos". Que esse conselho nĂŁo foi seguido, nem Ă© preciso declarar. Com o lucro do seu "mais novo cliente", Tyndale entregou o seu Pentateuco, em 1530, atravĂ©s da Casa publicadora Hans Luft, de Marburg, com a sua tradução de Jonas sendo publicada na AntuĂ©rpia, no ano seguinte. Por esse tempo a animosidade contra Tyndale havia aumentado consideravelmente. AlĂ©m das traduções desprezadas, seus diversos ataques verbais contra Roma nĂŁo estavam lhe angariando muitos amigos: "A parábola do Maligno Mamom", 1528; "A ObediĂŞncia de um CristĂŁo" e "Como os Governantes de Cristo Devem Governar", em 1530; e sua "Prática de Prelados" , tambĂ©m em 1530. Numa de suas notas marginais em Jonas ele comparou a Inglaterra com NĂ­nive. No ano de 1535, um crĂ©dulo Tyndale foi traĂ­do por um agente secreto catĂłlico, Henry Phillips, o qual havia angariado a confiança do reformador. Depois de tomar um emprĂ©stimo de Ăşltima hora no valor de 40 shillings, de sua generosa vĂ­tima, os dois homens seguiram para a pensĂŁo de Tyndale, a fim de jantar. O traidor Phillips insistiu pretensiosamente como o seu "amigo", para ir na frente. Logo que saiu, Phillips, no espĂ­rito de Judas Iscariotes, apontou na direção dele pelas costas, como sinal combinado para identificá-lo aos oficiais. O idoso santo foi depressa levado para o calabouço da fortaleza prĂłxima de Vilvorde, dezoito milhas ao norte de AntuĂ©rpia. Como o julgamento do seu Mestre por Pilatos, o caráter de Tyndale era inquestionável, impressionando atĂ© mesmo o promotor do Imperador que o levara a considerá-lo "homo doctus, pius, et bonus" (homem sábio, piedoso e bom). Durante os dezoito meses do seu encarceramento, Tyndale se manteve firme. Um dos documentos mais tristes existentes em toda a histĂłria da igreja (tirado dos arquivos do ConcĂ­lio de Brabant) Ă© uma carta escrita em Latim, pela prĂłpria mĂŁo do reformador, para o governador de Vilvorde, talvez o MarquĂŞs Burgon: Creio, cheio de legĂ­tima adoração, que nĂŁo estarei despercebido do que pode ter sido determinado com respeito a mim. DaĂ­ porque peço a Vossa Senhoria, e isso pelo Senhor Jesus, que se devo permanecer aqui pelo inverno, Vossa Senhoria diga ao comissário que faça a gentileza de enviar-me, dos meus pertences que estĂŁo com ele, um bonĂ© contra o frio, visto como sinto muito frio na cabeça e sou afligido pelo contĂ­nuo catarro, que aumentou muito nesta cela. TambĂ©m uma capa de inverno, pois a que tenho Ă© muito fina; tambĂ©m uma peça de roupa para agasalhar minhas pernas. Meu sobretudo está gasto; minhas camisas tambĂ©m estĂŁo gastas. Ele tem uma camisa de lĂŁ e por favor, ma envie. TambĂ©m tenho com ele perneiras de pano grosso para usar por cima. Ele tem tambĂ©m toucas quentes de dormir. Peço que me seja permitido ter uma lâmpada Ă  noite. É de fato aterrador ficar sentado sozinho no escuro. Mas, antes de tudo, peço que ele gentilmente me permita ter uma BĂ­blia hebraica, uma gramática hebraica e um dicionário hebraico, para que eu aproveite o tempo estudando. Em compensação Vossa Senhoria possa conseguir o que mais deseja, contanto que seja apenas para a salvação de sua alma. Mas se qualquer outra decisĂŁo foi tomada a meu respeito para ser executada antes do inverno, terei paciĂŞncia, aceitando a vontade de Deus, para glĂłria da graça do meu Senhor Jesus Cristo, cujo EspĂ­rito eu oro que possa dirigir sempre o vosso coração. AmĂ©m! Assinado: W. Tyndale De fato, foi a vontade de Deus que o seu servo passasse ali, nĂŁo apenas aquele inverno, mas a prĂłxima primavera e tambĂ©m o verĂŁo. Temos confiança de que ele conseguiu seus auxĂ­lios lingĂĽĂ­sticos, visto como deixou atrás dele a tradução completa de JosuĂ© atĂ© II CrĂ´nicas. Com as folhas do outono de 1536 anunciando a aproximação certa de outro inverno, o tempo da partida de Tyndale havia chegado. Condenado pelo decreto do Imperador, na assemblĂ©ia de Augsburg, a data de sua execução foi estabelecida para 6 de outubro. Foxe nos transporta atĂ© essa cena sombria: Trazido para o local da execução, ele foi atado Ă  estaca, estrangulado por um carrasco e depois consumido pelo fogo, na cidadezinha de Vilvorde em 1536 d.C., gritando na estaca, em alta voz com fervorosa preocupação: "Senhor, abre os olhos do Rei da Inglaterra! Quando o fiel Tyndale estava terminando a obra de sua vida, com uma Ăşltima e incompreensĂ­vel oração pela iluminação do rei, ele nĂŁo podia imaginar que a resposta do cĂ©u já estava a caminho. McClure relata o miraculoso testemunho de que: O que foi mais estranho em tudo isso e inexplicável para aqueles dias Ă© que na hora exata em que Tyndale, por obtenção dos eclesiásticos ingleses e pelo tácito consentimento do rei inglĂŞs, foi queimado em Vilvorde, uma edição paginada de sua tradução era impressa em Londres, com o seu nome na página titular e por Thomas Berthlet, com a prĂłpria patente de impressĂŁo do rei. Essa foi a primeira cĂłpia das Escrituras impressa em solo inglĂŞs. Contudo, muito mais significativo do que esse misterioso rasgo da ProvidĂŞncia foi a sanção oficial dada pelo prĂłprio Henrique de duas BĂ­blias Inglesas dentro de um ano, a partir do martĂ­rio de Tyndale. A primeira destas foi a BĂ­blia Coverdale, nomeada segundo o antigo revisor em AntuĂ©rpia, Miles Coverdale (1488-1569). A BĂ­blia Coverdale mantĂ©m a honra exclusiva de ser a primeira BĂ­blia Inglesa completa já impressa. Como Wycliff, Coverdale era fraco nas lĂ­ngua originais, de modo que sua obra consistiu do Novo Testamento e do Pentateuco, com os demais livros do Velho Testamento sendo conseguidos, primeiramente da tradução alemĂŁ de Lutero, com pequeno emprĂ©stimo da Vulgata Latina e da BĂ­blia Suíça de Zurique. Embora Coverdale tivesse sido forçado a publicar sua primeira edição em ColĂ´nia (1535), ele muito prudentemente dedicou-a ao rei da Inglaterra e tambĂ©m teve o cuidado de excluir o estilo controverso das notas marginais associadas com a BĂ­blia de Tyndale. NĂŁo Ă© difĂ­cil entender a boa vontade de Henrique de pessoalmente autorizar essa BĂ­blia (segunda edição da Coverdale de 1537), quando a capa o apresentava sentado e coroado, empunhando uma espada na página dedicatĂłria, creditando-o como "defensor da fĂ©". A diplomacia de Coverdale coincidia com a recente quebra do controle de Roma sobre as igrejas inglesas. Embora sem renunciar Ă s doutrinas catĂłlicas o Ato de Supremacia aprovado pelo Parlamento em 11/11/1534, foi certamente o passo mais importante em direção Ă  Reforma Inglesa. A segunda BĂ­blia a receber sanção especial naquele ano foi outra aventura discreta. Conhecida como a BĂ­blia de Mateus, essa tradução foi realmente feita por John Rogers (1500-1555), o qual usou o pseudĂ´nimo de Thomas Matthews, em vista de sua bem conhecida associação com Tyndale. O melhoramento fundamental da BĂ­blia de Matthews foi a inclusĂŁo das obras de Tyndale "escritas no cárcere" – JosuĂ© e 2 CrĂ´nicas. Com o Pentateuco de Tyndale e o Novo Testamento basicamente intactos, a BĂ­blia Coverdale preencheu o vácuo, visto como Rogers assegurou alguma assistĂŞncia das versões francesas de Le Fevre e Olivertan. Como a BĂ­blia Coverdale, a de Rogers foi tambĂ©m autorizada pelo rei, que tornou legal que a mesma pudesse ser comprada, lida, reimpressa e vendida. Do lado mais claro, a BĂ­blia de Mateus Ă© algo referido como "a BĂ­blia do homem que apanha da mulher", por causa da nota, fora de Ă©poca, em 1 Pedro 3:1, onde se lĂŞ: "Semelhantemente, vĂłs, mulheres, sede sujeitas aos vossos prĂłprios maridos; para que tambĂ©m, se alguns obedecem Ă  palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra". Logo depois veio a Grande BĂ­blia de 1538, nomeada conforme o seu tamanho especial (16" por 11"). Ela era basicamente uma revisĂŁo da BĂ­blia de Mateus feita por Miles Coverdale, com pouca mudança, exceto pela remoção das notas marginais controversas de Rogers. A Grande BĂ­blia teve a distinção de ser a primeira BĂ­blia oficialmente autorizada para uso pĂşblico nas igrejas da Inglaterra, pelo que foi exigido que ela fosse literalmente acorrentada a uma parte do mobiliário da igreja, onde os paroquianos tinham "acesso Ă  mesma para ler". Com a obesidade de Henrique forçando-o provavelmente a pensar na eternidade (tendo engordado tanto que precisava ser levantado com roldanas para montar no cavalo), o rei sancionou oficialmente a Grande BĂ­blia com: "Em nome de Deus, deixe-a partir para o estrangeiro, junto do nosso povo". Sem dĂşvida, Tyndale teria dado uma risada, por razões Ăłbvias. Em janeiro de 1547, o prĂłprio Henrique partiu desta terra. Nota da tradutora: Aqui tivemos um esboço da vida do pai da BĂ­blia inglesa, que se entregou Ă  morte por amor Ă  Palavra de Deus, levando ao seu paĂ­s uma grande renovação espiritual, a qual aconteceria dentro de pouco anos. Mary Schultze ([email protected]) Dados compilados do capĂ­tulo 9 do livro "Final Authority", do Dr. William P. Grady, Th.D. Fonte: solascriptura-tt.org
Posted on: Sun, 06 Oct 2013 03:57:28 +0000

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