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leiam, é importante e repassam "RELATO DO QUE ACONTECEU ONTEM na capital mineira por um colega advogado, Dr. Daniel Thadeu Assis. Uma afronta à CR/1988 e a toda classe de advogados. "Depois de receber informações de outros participantes do grupo de que havia pessoas presas na Delegacia de Venda Nova, me desloquei o mais rápido que pude para lá, juntamente com outra advogada (Luana Areda), a fim de prestarmos apoio jurídico aos mesmos. Entretanto ao chegar lá, nos encontramos com mais dois membros do grupo (Sabrina e Otávio) e fomos informados pelo delegado de plantão de que ele havia sido informado, num primeiro momento, por uma Promotora de Justiça que as ocorrências registradas na manifestação estavam sendo encaminhadas para lá. Entretanto, logo depois, ele nos chamou em uma sala e nos disse que o delegado regional de Venda Nova tinha entrado em contato com ele dizendo que todas as ocorrências seriam encaminhas ao CEFLAN, que fica na Pouso Alegre. Imediatamente nos deslocamos pra lá. Ao chegar fomos informados que não havia ninguém preso lá, e não havia chegado nenhuma ocorrência relativa às manifestações. Ora, ficou claro que havia alguma coisa errada. Já passava das 22:00 da noite. Presenciamos a praça de guerra que se tornou a avenida Abraão Caram e ficamos sabendo que na Praça Sete houve algo parecido ou até pior, e NENHUMA OCORRÊNCIA havia sido feita? Nenhuma prisão? Óbvio que havia alguma errada. Já era quase 23:30 da noite decidimos ir embora, pois, não tínhamos nenhuma notícia de nenhuma ocorrência. Sabíamos que deveriam ter pessoas presas, mas não tínhamos como saber onde, nem quantas, nem nada, ou seja, não havia o que fazer. Já no caminho pra casa, recebi uma msg no celular dizendo que na 4ª CIA da PMMG (Rua da Bahia) havia muita gente detida. Então, eu a Luana nos deslocamos imediatamente para lá. Quando chegamos, vimos que havia mais dois advogados lá, que não fazem parte do nosso grupo e tbm tentavam ajudar. Eles nos disseram que tentaram conversar com os presos e a PM não permitiu. Entrei no local, me identifiquei como advogado e mesmo assim não me foi permitido ter com os detidos. Pude ver que havia várias pessoas no hall de entrada da CIA esperando para serem ouvidas (vejam as fotos). Ao conversar com eles pela janela, eles me disseram que lá dentro havia muitas outras pessoas detidas, entre elas menores e mulheres, e havia, inclusive, um estrangeiro que teria sido espancado pelos policiais. Nem mesmo com a presença de delegado de prerrogativas dos advogados nos foi franqueada a entrada. Ou seja, aqueles pessoas já estava a horas sob custódia da PM completamente INCOMUNICÁVEIS, num flagrante desrespeito à CRFB e ao Estatuto da Advocacia. Presas num local inadequado, sendo homens, menores e mulheres todos juntos. Depois de várias tentativas infrutíferas, a palavra final da PM foi manter as pessoas incomunicáveis, sendo que nos disseram que tão logo a ocorrência fosse encerrada, tais pessoas seriam levadas para a CEFLAN. Como vimos que ali não seria nada resolvido, nos dirigimos para a CEFLAN para acompanhar a oitivas das pessoas e atuarmos ali naquele local. Depois de algum tempo, as pessoas começaram a chegar na CEFLAN. Saiam das Blazer’s da PM dizendo que haviam sido espancadas, e até mesmo mostrando papéis sujos de sangue. Consegui nesse momento conversar com uma moça e ela me mostrou os braços todos marcados pelo que, segundo ela, foram as agressões feitas pelos policiais. Ela me disse que levou tapa na cara, socos e pontapés. Havia marcas de lesões em seus braços e mãos (tirei fotos). Aos poucos as pessoas iam chegando. Entretanto, não sabíamos quantos estavam presos lá na 4ª CIA, ou seja, não era possível saber se todo mundo já havia sido levado para a CEFLAN ou se ainda havia gente lá embaixo. Num claro óbice ao nosso trabalho, nenhuma informação nos era dada. Eu e Luana ficamos até quando aguentamos esperando o início do procedimento na CEFLAN e nada era feito. Claramente estavam tentando nos vencer pelo cansaço. RESULTADO: Às 05:30 de manhã, não havia sequer iniciado o procedimento com a oitiva das pessoas que estavam lá, e nós nem sabíamos se ainda havia pessoas lá na 4ª CIA (provavelmente havia, pois tínhamos relatos de testemunhas que viram mais de 20 pessoas entrando presas lá). Não havia mais o que fazer. Liguei para a coordenadora do EDH (Escritório de Direitos Humanos, órgão ligado à SEDS) e ela esteve no local e presenciou tudo isso, juntamente com o representante da central de prerrogativas dos advogados. Quando vimos que eles estavam nos “pirraçando”, não diretamente impedindo nosso trabalho, mas, nos fazendo esperar lá fora sem que sequer começassem os trabalhos, resolvemos ir embora e entrar em contato com alguém do nosso grupo para que pudessem nos substituir no dia seguinte, eis que estávamos completamente exaustos. Bom, houve mais coisas que depois eu colocarei. Foram muitos abusos, muita ilegalidade (inclusive confessada pelo Major que estava responsável lá na 4ª CIA). Agora só me resta o sentimento de indignação e esperança (minúscula, confesso) de que alguma medida seja tomada em razão do que acontecera ontem em nossa cidade. Algo que eu só conhecia por relatos, de quem vivera na época da ditadura militar." Copie, e cole!
Posted on: Mon, 24 Jun 2013 00:08:43 +0000

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