É “o sujo falando do mal lavado”. Impossível não me lembrar desta frase, dos tempos de minha avó, quando leio as manchetes dos dois jornais (infelizmente) mais lidos deste Estado. Ambos atirando pedras sobre o telhado de vidro alheio. Ambos construídos sobre suspeitas de corrupção, favorecimento ilícito, enriquecimento à custa do erário público. Há anos somos reféns desses veículos tendenciosos e perniciosos, símbolos máximos do poder de duas famílias que mais malefícios do que progresso trouxeram para nossa população. Jornais que só noticiam o que lhes é conveniente, distorcendo fatos e criando factoides para defender seus interesses e manter a massa desinformada e potencialmente manipulável. Uma imprensa nojenta, que envergonha aos verdadeiros jornalistas, compromissados com a investigação da verdade e com a idoneidade da informação. O mais paradoxal de tudo isso é que, apesar da má fé, ambos têm razão quanto à sujeira que enxergam no lado oposto. Contudo, fazem questão de não notar a trave em seu próprio olho. E, enquanto senadores corruptos propõem CPIs para investigar as falcatruas um do outro, enquanto o governo aproveita-se, descaradamente, desse embate sórdido para desviar os holofotes dos problemas reais, usando o mar de lama do vizinho para esconder sua própria podridão, o povo, única vítima dessa tragicomédia, permanece desassistido, sem esperanças de uma vida com mais saúde, segurança, educação e dignidade. E, o que é mais preocupante: lendo os mesmos jornais e votando nos mesmos canalhas.
Posted on: Mon, 15 Jul 2013 10:50:15 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015