A igualdade de instrução que se pode esperar alcançar, mas que deve bastar, é aquela que exclui toda dependência, ou forçada ou voluntária. Nós mostraremos, no estágio atual dos conhecimentos humanos, os meios fáceis de chegar a esta meta, mesmo para aqueles que só podem dar ao estudo um pequeno número de seus primeiros anos e, no resto de sua vida, algumas horas de ócio. Mostraremos que por uma escolha feliz, tanto dos próprios conhecimentos quando dos métodos de ensiná-los, pode-se instruir a massa inteira de um povo em tudo aquilo que cada homem precisa saber para a economia doméstica, para a administração de seus negócios, para o livre convencimento de sua indústria e de suas faculdades; para conhecer seus direitos e exercê-los; para ser instruído sobre seus deveres e poder cumpri-los bem; para julgas suas ações e aquelas dos outros segundo suas próprias luzes, e não ser alheio a nenhum dos sentimentos elevados ou delicados que honram a natureza humana, para não depender cegamente daqueles a quem é obrigado a confiar o cuidado de seus negócios ou o exercício de seus direitos, para estar em condições de escolhê-los e vigiá-los, para não ser mais vítima desses erros populares que atormentam a vida com temores superticiosos e esperanças quimeras; para defender-se contra os prejuízos exclusivamente com as forças da razão, para escapar dos prestígios do charlatanismo, que estenderia armadilhas à sua fortuna, à sua saúde, à liberdade de suas opiniões e de sua consciência, sob pretexto de enriquecê-lo, de curá-lo ou de salvá-lo. (CONDORCET, 1993, pág. 184/185). CONDORCT (Marie Antoine Nicolas de Caritat, marquês de Condorcet). Trad.: Carlos Alberto Ribeiro de Moura. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1993, págs. 181/182
Posted on: Mon, 26 Aug 2013 12:51:29 +0000
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