"A inutilidade de certas previsões ... o ministro afirmou, com - TopicsExpress



          

"A inutilidade de certas previsões ... o ministro afirmou, com inamovível segurança: "A data crucial para o regresso aos mercados é 23 de Setembro de 2013 e certamente que esperamos ter crescimento positivo antes disso". Ou seja, hoje. Como se sabe, nada disto se confirmou. Vítor Gaspar fez as malas e deixou o Governo, admitindo o fracasso da sua política; juros a dez anos acima dos 7% destroem qualquer esperança no almejado "regresso aos mercados" de Gaspar; e até já Passos Coelho começa a insinuar, de forma algo babulciante, que talvez Portugal precise mesmo de um novo resgate. Como se vê, há previsões que são de todo inúteis. Tal como certas contas, feitas antes do tempo" A direcção do Público é cada vez menos permeável aos factos, para evitar que estes influenciem as suas ideias. O texto de cima é retirado do editorial de hoje. Note-se que citando uma declaração de Gaspar que diz que 1) hoje seria um dia crucial para o regresso aos mercados; 2) que esperava crescimento positivo antes disso, a direcção do Público elabora sobre o erro destas previsões e a sua inutilidade. Para isso elenca um conjunto de factos que, na opinião do Público, desmentem estas duas previsões: 1) que Gaspar saiu do Governo; 2) que admitiu o fracasso da sua política; 3) que os juros a dez anos estão acima dos 7%; 4) e que Passos Coelho admite um segundo resgate. O que têm os factos elencados pelo Público com as previsões referidas na declaração é um mistério para mim. O que sei é que: 1) conseguirmos pagar hoje, com toda a tranquilidade, seis mil e quinhentos milhões de euros é um facto crucial no regresso aos mercados; 2) que antes disto houve um crescimento positivo do PIB no segundo trimestre e é previsível que o mesmo aconteça neste segundo trimestre (mas aí ainda estamos no campo das possibilidades). Ou seja, que os factos confirmam, em toda a linha, o que disse Gaspar. Mas o jornal que previu uma recessão entre 2,8% e 5,3% para 2013 acha, com base em afirmações que nem sempre configuram factos (o mais delicioso é quando se pretende demonstrar que uma previsão falhou com base noutra previsão que ainda não pode ser verificada) que "há previsões que são de todo inúteis. Tal como certas contas, feitas antes do tempo". Eu também acho. Acho mesmo que a Direcção do Público bem se podia deixar destas figuras tristes se se concentrasse nos factos, que é para isso que os leitores pagam jornais, deixando o proselitismo para a conversas com os amigos.
Posted on: Mon, 23 Sep 2013 07:12:35 +0000

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