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AMIGOS LIBERAIS E SOCIALISTAS, LEITORES E AMANTES DESTA PÁGINA – SÉRIE MINHAS REFLEXÕES ADEMÁRIO ALVES POR ADEMÁRIO ALVES AS DIFERENTES POSIÇÕES POLITICAS NAS MANIFESTAÇÕES DE RUA NO BRASIL: O BRASIL VERSUS O BRASIL III PARTE O Brasil, então, entrou em uma nova fase. Se precisar de uma escala temporal, eu pegaria parte do século XX. No período do Estado reorganizado por Vargas e colocaria todo o seu período como um período de longas e desgastantes experiências políticas. Terrorismos, chantagens, atraso ideológico, visão mesquinha do país. Tudo isso Vargas enfrentou e, se por algumas circunstâncias, ele as utilizou, era preciso, talvez, pelas forças que demandam e emanavam das ruas. É justo ponderar que esse Brasil intenso deixou raízes profundas. Pegaria ainda um Brasil de Jango, mergulhado nas efervescências ideológicas e no oportunismo daqueles que o combatiam usando as legítimas inspirações democráticas e populares. Jango foi destituído porque o povo não entendeu as jogadas, o baixo jogo de quem, desde a colônia, não queria e nunca quis perder privilégios. Esse período estenderia até os finais de seu efêmero governo. O Brasil não optou, mas foi levado a optar por este caminho desastroso. Jango foi tirado. O resto da história todo mundo conhece, mas não sabe. As forças do atraso, desde a efervescência da regência trina provisória, emergiram das cinzas, do esgoto, dos pavilhões da corrupção, da traição, da entrega dos interesses públicos, da fúria e do ódio dos racistas. Estas forças, sem escrúpulos, infelizmente venceram e ficaram cantando em prosa e verso as suas benfeitorias. Outra vez, a nação foi obrigada a seguir por um caminho sombrio e, outra vez, a sociedade brasileira pagou caro. Este período duraria até o governo Sarney quando emergiu um Brasil com a cara de um Brasil que ainda que se via em desajustes com o passado e com a realidade do presente. O governo Sarney foi a chance de não mudar nada. Como realmente não mudou. Era aquele Brasil de Darcy Ribeiro que pareceria ganhar força, mas ainda com medo por conta de seu passado de sangue, de ódio, de medo e de traição e conspiração. Esse Brasil foi ás urnas e elegeu ainda os representantes da turma diretamente herdeira da regência trina provisória, com o conluio daqueles que derrubaram Vargas, Jango e impuseram o regime militar. Como as massas nunca foram treinadas e preparadas por um aparelho educacional capaz de identificar os papeis dos brasileiros neste cenário deixaram-se infringir ao temor vil, tacanho da covardia. Os capitalistas daqui não vivem numa economia de mercado. Não. Nada disso, vivem num canibalismo capital onde o que interessa mesmo são os lucros estratosféricos e a concorrência desleal entre eles próprios. Os possíveis socialistas, aqui, fundaram falsos partidos de esquerda e, falsas ideias comuns entre seus pares, moveram a arena da vida civil. Talvez, por estarem nessas trincheiras partidárias é que suas mensagens não surtem os efeitos políticos necessários. Educação e riqueza não são para unir a nação, mas juntar-se desiguais. O problema é a formação da república: um misto de interesses de todos os setores. Não houve lutas articuladas e também não existiram grandes projetos. E, contraditoriamente, o único projeto que vingaria foi exatamente o da nação. O Brasil do poder econômico venceu o Brasil do poder das ruas. Afinal, o Brasil das ruas era pobre e branco, de cabelos negros e sem cultura. Este Brasil não havia em sua construção as lutas, socialmente, reconhecidas pelas mudanças que provocava um povo mobilizado. Eram pontuais as conquistas populares. Pautas importantes, sequer, eram tratadas e não venciam as fúrias do atraso: do latifúndio, da indústria financiada com o peso do capital das massas em movimento para tocarem as riquezas dos espoliadores e sonegadores de tributos. O Brasil foi-se organizado nas sombras dos interesses antirrepublicanos. Para onde quer que olhemos é também um país fascinante. O Estado autoritário e formulado nas bases raciais não conheceu as chances de ser de todos. O Brasil precisaria enfrentar o Brasil. Há um Brasil desastroso. O Brasil dos anos noventa do século XX. O Brasil de Fernando Henrique Cardoso. Um Brasil que avança em termos técnicos, a sociedade moderniza-se, melhoram as instalações e a vida parece menos traumática no plano institucional. Mas padece na corrupção e crivação dos direitos civis porque o Brasil velho se move nas esteiras do Estado do autoritário, que sobrevive no Brasil de Irineu Evangelista de Souza. Este Brasil que pode dar certo. O Brasil fascista e corrupto de um poder judiciário hediondo. O Brasil mentiroso e traiçoeiro. Repleto de colonos, que não se integraram à cultura de um Brasil que Darcy Ribeiro revelava. O Brasil racista, entreguista e incapaz de se reconhecer como tal. Regionalmente desigual e profundamente tirânico quando teria que procurar entender os direitos dos pobres. Este Brasil, que se forjou com uma ideia de que Universidade é para rico, casa boa é para rico e segurança é para rico, é um Brasil animado nas ruas e derrotado nas urnas porque, por vezes, as representações não o representam de fato. Note-se que um Brasil destes vive desde a colônia, especialmente com a chegada de imigrantes estrangeiros, educados numa forma colonial, os quais não se integraram á sociedade como um todo. Este Brasil não quer reconhecer que está perdendo. É este Brasil que agora luta sem causas ou com todas as causas através das ideias desgastadas pelo tempo. Que se move sorrateiro em meio aos turbilhões de conquistas do outro Brasil que Darcy Identificou excepcionalmente. É necessário ressaltar que este Brasil, que escolhe bandeiras, incrivelmente justas, consegue manipular o Brasil dos caboclos que estiveram fora da Universidade. Com a chegada do governo Lula e com algumas transformações elencadas no governo Fernando Henrique Cardoso este Brasil foi às universidades. Este Brasil teve seus direitos ampliados, por exemplo, através dos programas de moradias populares. Este Brasil quer avançar e, por isso, vai às ruas. Só não pode se esquecer dos fascistas do outro Brasil que também vai ás ruas e têm suas militâncias aprendidas com o pessoal da esquerda militante, mas falsária. Os reacionários perceberam que a militância é vital enquanto as esquerdas abandonaram as militâncias e, por vezes, entraram nos campos enlameados da corrupção. Portanto, este Brasil também está nas ruas. Só não posso garantir se as intenções são as melhores porque as bandeiras sim são. E são nobres. ADEMÁRIO ALVES 26.06.2013 AS DIFERENTES POSIÇÕES POLITICAS NAS MANIFESTAÇÕES DE RUA NO BRASIL: O BRASIL VERSUS O BRASIL
Posted on: Thu, 27 Jun 2013 03:20:03 +0000

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