Abaixo o teor do Artigo que escrevi e que está publicado na edição de hoje, do Jornal O Estado do Maranhão, Pag. 4. Confiram e opinem. Redução da Necessidade de Transporte "A Haroldo Tavares grande urbanista que ousou sonhar com uma cidade moderna e livre da opressão do tráfego" Tem se discutido muito a Mobilidade Urbana. O tema está na pauta de técnicos e gestores em razão do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, exigido para cidades com mais de 20 mil habitantes. Propostas são muitas – Corredores exclusivos para Ônibus, Viadutos, Metrô, VLT, BRT, Rodízio, Pedágio Urbano, Ciclovias etc. Soluções mais para os efeitos pontuais do que para os problemas em sua raiz. Essas soluções não consideram que a oferta da infraestrutura para o sistema de transporte sempre cresce numa escala menor que a demanda. É que o problema não está na infraestrutura em si, mas, sim, no “crescimento da demanda” por transportes. Não que não precisemos melhorar a infraestrutura, mas a ênfase deve estar na “contenção da demanda”. Esta não pode crescer geometricamente como ocorreu em São Luís nas últimas décadas. E qual a solução? De forma simplista ela pode está na “redução da necessidade de transporte”. Num documento que escrevi, denominado“São Luís – Os Desafios de uma Cidade que Agoniza – Olhares para além de 400 anos”, defendo a transferência, no longo prazo, do centro gravitacional da cidade para o interior da Ilha. E como se dará isso?. O Governo Municipal, em parceria com o Governo Federal e Estadual, executar um forte plano de investimento visando a criação ou a restruturação de bairros dotando-os de infraestrutura completa. Os serviços públicos (nos três níveis) serão deslocados para esses bairros e servirão de polo de atração para os servidores, empresas e demais serviços. Os investimentos nesses bairros, comtemplarão todos as áreas como moradias, ruas e grandes avenidas, ciclovias, praças, equipamentos comunitários, arborização, escolas de todos os graus, saneamento, unidades de saúde, hospitais, redes de abastecimento, feiras, supermercados, shoppings center, serviços bancários, etc. Os servidores que aceitarem a relocação para essas unidades da periferia, receberão incentivos como moradia, escola, etc. O mesmo será concedido as empresas que para lá se mudarem que, em troca, assumirão compromisso de contratarem empregados entre os moradores da região. Esses conglomerados, associados aos já existentes, de grande densidade populacional, constituirão uma economia ativa e um mercado vigoroso como instrumento de sustentação ao projeto de descentralização proposto. Será elaborado plano de mobilidade urbana especifico para cada região. Nele se priorizará o transporte não motorizado. A malha viária comtemplará além de ruas e avenidas, ciclovias dotadas de toda infraestrutura para o trafico de bicicletas mecânicas e/ou elétricas. A população desses bairros, auto sustentados, não precisará sair da região – disporá de tudo que precisa. A locomoção interna será em ônibus interbairros. Quando houver necessidade de se locomover para o centro da cidade, será usado ônibus executivo, no modo ponto a ponto. Isso, sem dúvida, provocará uma “contenção da demanda” e, por conseguinte, a “redução da necessidade de transporte”, tese aqui defendida. Será uma nova cidade. A velha cidade, Patrimônio Cultural da Humanidade, poderá, então, recuperar o encanto de suas ruas e casarios, usufruindo da comodidade de vias livres e se livrando da agonia de um tráfego que a asfixia e a aprisiona. Utopia? Claro que não! Evidente que isso significa uma transformação estrutural da cidade que demandará esforço político e sacrifícios de longo prazo. Mas é necessário, a cidade atual está estrangulada. O que proponho é plausível e possível. Basta pensar a cidade com olhares da modernidade, com “olhares para além de 400 anos”. É o que o Prefeito Edivaldo Holanda Junior está fazendo, planejando a cidade para além do primeiro quartel deste século.
Posted on: Sat, 13 Jul 2013 12:13:17 +0000
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