Assunto: A Realidade Católica - Comentários Recebi o texto abaixo no meu email, enviado pelo meu líder e sem ressalvas de proibição de copiá-lo. Assim, gostaria de compartilhar com vocês: Estancando a Sangria II A perda monumental de Católicos para Igrejas Evangélicas no Brasil vai diminuir de ritmo? Ou pelo menos se estabilizar na atual proporção histórica de 57% do total da população? Na próxima visita papal a linha dos 50% já terá sido ultrapassada para baixo? Em texto publicado pela Folha, a articulista Eliane Cantanhede levantou algumas questões interessantes. Passo a tratar de alguns aspectos daquele texto. A mídia no Brasil, nesses dias de visita de Francisco, quase o beatificou antecipadamente. No geral, são uma enchente de artigos todos a "jogar confetes" no chefe da Igreja Católica. As questões levando em conta o conservadorismo da Igreja Romana, a posição firme contra o aborto, contra a união homoafetiva e a ordenação de mulheres parece ter desaparecido do "menu" jornalístico. A Folha de São Paulo, o Jornal "O Globo", o "Estadão" e programas televisivos como "Jô Soares Onze e Meia" em unanimidade aplaudiram a personalidade dócil, midiática e humilde do papa. Como pastor evangélico, devo concordar com todos. Ele realmente é uma figura formidável, simpaticíssima. Faço sinceros votos que ele tenha sucesso em trazer a Igreja Romana, de volta ao cristianismo puro do primeiro século. Este é um desejo de todos nós cristãos. É uma pena que a mídia, via de regra, fique a nadar na superficialidade quando o assunto é a explosão do crescimento evangélico. Essa mídia de viés "velho-católica" nem de longe vê a Reforma Protestante do séc XVI como um fator civilizatório que permitiu um salto incrivel nas liberdades democráticas, na livre iniciativa, na liberdade de consciencia, de culto e de participação política, na revolução científica, educacional, comercial e industrial. O que dizer da liberdade de imprensa? O primeiro jornal só foi autorizado a circular no Brasil a partir de 1808 com a chegada da corte portuguesa. Os Estados Unidos ja estavam independentes ha décadas. As diferenças culturais entre paises protestantes e católicos estão aí pra todos verem. Questões como analfabetismo, o viés autoritário e populista dos "salvadores da pátria", a falta absurda de planejamento governamental estratégico, a má qualidade de vida, o transito sem lei e caótico, a corrupção política generalizada, uma justiça paquidérmica, cega, surda e paraplégica, entre muitos outros problemas são indícios claros da ausencia dessa Reforma Protestante na herança cultural e ética da coletividade em cada um dos países latino americanos. Por causa do preconceito arrogante da mídia o diálogo conosco é zero! No geral, se escolhe para generalizar e malhar, meia dúzia de "Pop Pastors" da televisão que somados representam uma merreca ínfima do universo de quarenta milhões de crentes. É como se fôssemos homogêneos, todos iguais, nariz de um, focinho do outro. Não somos! Somos vistos como "direita religiosa" - engraçado que nós e o Papa temos muitas convicções em comum, colam-se em nós o rótulo de gente semi analfabeta ou fundamentalistas anacrônicos num mundo pós moderno. Enquanto isso uma revolução geracional sem precendentes avança inadiavelmente, silenciosa e de modo subliminar. Por que? O que explica essa "conversão" de católicos na casa das dezenas de milhões? Ninguém sabe explicar. Essa mesma mídia acordou para o fato de que ao invés de ser vanguarda, é levada a reboque. Não representa e nem é porta voz do povo. Essa mesma mídia anti PT não impediu a ascenção e queda dos níveis estratosféricos de popularidade Lula-Dilma apesar do bombardeio sistemático e persistente.Também não esteve à frente da "invasão jovem" às ruas dos últimos dias de protestos, ao contrário foi fustigada. Também nem de longe conhece, entende ou interpreta o crescimento evangélico. As tentativas de buscar sociólogos livrescos nas salinhas de cafezinho das Universidades com interpretações frias, vazias e mecânicas nem de longe "coça onde está coçando a coceira". A explosão evangélica segue devorando essa massa humana em escala gigantesca, apocalíptica... É mais fácil fazer coro contra, jogar pedras e se esvair em preconceitos, do que entender de verdade o que está por detraz disso. Quem sabe a resposta não está no óbvio, na explicação mais simples? A verdade é que o modelo religioso ritualizado, vazio e sem respostas concretas para a rotina e o dia-a-dia real de gente que sente, vive e sonha, se esgotou. Ponto! Essa imensa massa humana busca uma experiêcia com Deus, algo relacional, saturado daquela espiritualidade pura e genuina que toca o coração e inspira. Essa massa quer Deus e não tradição, mesmice e celebrações ôcas. Essa massa de dezenas de milhões quer encontrar um Deus pessoal, vivo e real. Ponto. As pessoas do mundo real tem fome de Deus, fome e sede do que é genuíno e não encontra isso em celebrações chatas, distantes, num blá, blá blá que não se traduz em nada pragmático. Que adianta frequentar um culto ou missa que não afeta a minha rotina? Uma dica para estancar a hemorragia está em aprender do sucesso dentro do próprio catolicismo que emprestou de nós uma espontanea, participativa e envolvente prática cristã. Vê-se algo semelhante no movimento Carismático Católico. As experiências pessoias com um Deus proximo, a amizade e relacionamentos com propósito dentro da Igreja, a êxtase de um louvor e profunda intimidade com Deus na adoração. Há movimentos dentro do Catolicismo que buscam isso. Esses movimentos estão crescendo, causam impacto e estão cheios de jovens. O melhor exemplo é o impressionante apelo espiritual e jovem da "Canção Nova". Veja lá a proporção de gente a se envolver com paixão e fervor espiritual. Gente com realidade espiritual e não com aquela conversa piegas de gente do tipo "por fora bela viola, por dentro, pão bolorento". Quanto ao heterogêneo espectro evangélico, não adianta a mídia bater no Bispo Macedo, na Sônia, no Estevam, no Marco Feliciano, colocar sujeira e incoerencias no ventilador, o diabo a quatro! Na vida real, esses "escolhidos para judas de vitrine" nada tem a ver com essa maioria silenciosa de crentes. Lá na periferia das metrópoles, nas pequenas cidades, na esquina de casa, pessoas sedentas por Deus certamente encontrarão um pastor dinâmico, simples que vive uma vida simples e relacional. Pastores por vocação, idealistas que vivem de salário apertado na esmagadora maioria e estão perto de outros casais que vivem as mesmas lutas e enfrentam as mesmas pressões das pessoas comuns. A estupenda notícia de que o papa Francisco lavou os pés de um aidético é um sintoma. Sintoma da imensa distancia da realidade. É tão incomum que vira notícia, assusta!!! Enquanto isso cozinhamos para aidéticos, abrimos centenas de centros de reabilitação gratuitos, estamos nas favelas, lavamos os pés, cortamos cabelo e cuidamos de crianças catarrentas às milhares. A mídia onde está num momento como este? No "Olimpo" a preparar o texto quadradinho da edição do dia segunte. Outro ponto a se destacar é que a Igreja de Roma como Instituição é por demais pesada para ser reformada. A história que o diga. A Igreja é boa para eventos, - a JMJ está aí para provar, foi um evento lindo - mas é pessima em implementar processos. Assim, no nível capilar, lá na ponta, lá no dia-a-dia da diocese de "Santa Rita do Passa Quatro", o padre local, não sabe liderar, compartilhar propósito, treinar equipes e inspirar a juventude mobilizando sua paróquia. O padre da paróquia foi treinado para "performance de púlpito", não treina líderes, não está na casa dos fiéis e nem abre caminhos para os sonhos de cada jovem. A Igreja templista - presa no templo; clerical - dependente de intermediários; e liderada por sacerdotes treinados meramente para duplicar o que consta em livrinhos de capa preta continuará tendo futuro incerto. Na esquina, haverá sempre uma Igreja Batista com muito estudo bíblico dinâmico; ou Presbiteriana com cultos sob medida pra gente que curte um pensamento profundo; uma Metodista com reuniões tranquilas e boa música; uma Assembléia de Deus com muita oração e milagres; uma Igreja Videira com grupos nas casas das pessoas e uma enxente de pequenas igrejas independentes. Se ligar a televisão ou rádio, aí ja se sabe o que se vai encontrar... Qualquer um que experimenta a consistencia, a densidade, a alegria, o toque de Deus, a amizade gostosa e despojada, a espiritualidade pura e despretenciosa não sai mais. Foi assim comigo, com meus pais, irmãos, cunhados, primos, tios, avó... Sendo sincero, acredito que não há previsão para a sangria ser estancada. Com eventos retumbantes mas sem processo, me refiro a processos capilares, nada tende a mudar. Deus abençoe o querido papa Francisco em seu retorno ao Brasil daqui a quatro anos a comemorar os trezentos anos da Senhora Conceição Aparecida, no ano que comemoraremos também os quinhentos anos da Reforma Protestante em 17 de outubro de 2017. Pastor Marcelo Oliveira de Almeida serve há vinte e cinco anos treinando líderes missionários e plantando igrejas em quatorze países. prmoa20@hotmail
Posted on: Tue, 06 Aug 2013 17:00:07 +0000
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