Bom dia!!! *********************************************** - TopicsExpress



          

Bom dia!!! *********************************************** Porque hoje é quarta-feira, é dia da crónica semanal escrita por Agry White. Aviso: As opiniões expressas são unicamente da responsabilidade do autor. *********************************************** A IDEOLOGIA DO CONSENSO (3) A FARSA NEOLIBERAL Por Agry White Atrás da expressão neutra da “mundialização da economia” e seu corolário já mais explícito da “vitória do mercado”, esconde-se um modo específico de funcionamento e de dominação política e social do capitalismo. O termo “mercado” é a palavra que serve hoje para designar pudicamente a propriedade privada dos meios de produção (Chesnais) A farsa neoliberal fundamenta-se na ideologia do “consenso”, e no pensamento único. Para o neoliberalismo, qualquer tentativa de justiça social torna-se inócua porque novas desigualdades fatalmente ressurgirão. A desigualdade é um estimulante que faz com que os mais talentosos desejem destacar-se e ascender ajudando dessa forma o progresso geral da sociedade. À luz deste modelo, tornar iguais os desiguais é contraproducente e conduz à estagnação. O discurso neoliberal atribui à intervenção estatal e à esfera pública todos os males sociais e económicos, exaltando a livre iniciativa como solução frente aos problemas. Noções como igualdade, justiça social e direitos adquiridos cedem lugar às noções de produtividade, eficiência e qualidade. O Estado deve garantir e proteger o livre mercado. A sua sacralização é a pedra de toque que reforça a ideia do misticismo que envolve o modelo neoliberal: basta recordar a crença cega num receituário fraudulento que falhou a toda a linha onde quer que tenha sido ensaiado. “Os defensores do FMI querem fazer crer que o fim da recessão é testemunha da eficácia das políticas do Fundo. Bobagem. Toda a recessão acaba algum dia. Tudo que o FMI fez foi agravar as recessões tornando-as mais profundas, mais prolongadas e mais difíceis” (Joseph Stiglitz ex-economista chefe do Banco Mundial). Cair nos braços do Fundo Monetário Internacional (FMI), autoproclamado como instituição salvadora equivale a credibilizar as suas velhas receitas: corte de salários e apoios sociais, privatizações, “flexibilização laboral”,etc. Desde o início da década de 1990, as reformas macroeconómicas adoptadas nos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) têm apresentado muitos dos ingredientes essenciais dos programas de ajuste estrutural (PAEs) aplicados no Terceiro Mundo e no Leste Europeu” (Chossudovsky, 1999, p. 13). A pretensa infalibilidade dos modelos e dos ajustamentos estruturais, tão ao gosto dos neoliberais, têm lançado o caos, o empobrecimento e o retrocesso social nos países reféns das políticas dos agiotas internacionais patrocinadas por instituições antidemocráticas como o Fundo Monetário e, mais recentemente no continente europeu, pela santíssima trindade: UE,BCE e FMI. Através dos programas de ajuste estrutural, elaborados com o objetivo de indicar aos países endividados os meios para a obtenção dos recursos necessários ao pagamento dos juros, os especuladores condicionam sistematicamente seu "auxílio" financeiro à colocação em prática dos “mandamentos” elaborados e definidos pelo esquadrão da morte das economias em crise. Funcionários da 5ª ou 6ª linha, permitem-se evangelizar e controlar países soberanos: dão entrevistas aos chamados jornais de referência, aparecem nos ecrãs das televisões públicas e privadas e debitam fórmulas e penitências que deverão ser escrupulosamente observadas pelos cidadãos e respectivos governos: é a lei divina, ponto fundamental, indiscutível e subordinador dos comités de especulação financeira. Pressionados pelo FMI e pela União Europeia a pôr as contas públicas em ordem, os países em crise entraram em forte recessão, as falências e o desemprego dispararam, mas a dívida e o défice do Estado mantêm-se fora de controlo. Recordo Samir Amin: “O crescimento explosivo do investimento financeiro requer, e alimenta-se, da existência de dívida em todas as suas formas, especialmente da dívida soberana. Quando os governos que estão no poder dizem estar perseguindo a redução da dívida, estão mentindo deliberadamente.”
Posted on: Wed, 02 Oct 2013 08:49:19 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015