Depois do milagre, a realidade: ser cliente Unimed SETEMBRO 12, - TopicsExpress



          

Depois do milagre, a realidade: ser cliente Unimed SETEMBRO 12, 2013 TRANSPLANTANDO 66 COMENTÁRIOS Tava bom demais pra ser verdade. O meu anjo doador apareceu, aliás, nunca sumiu, tenho certeza disso. Mas as forças do mal infelizmente ainda estão por aí. E ela tem nome: UNIMED. Pai de família, mãe de família, muita atenção: perca 15 minutos da sua vida lendo o que eu tenho pra contar. Isso pode salvar as suas vidas, a vida de seus filhos. Tenho que agradecer pela vida que tive. Desde criança, minha família sempre pôde me garantir um plano de saúde para as pequenas artes dos tempos de meninice. E para isso os planos são ótimos. Mas atreva-se a ter uma doença grave. Sou cliente da Unimed desde 2006, quando, ainda em Uberlândia, passei a assumir a responsabilidade pela minha vida. Meu pai já não estava mais aqui. Nossa família seguia firme. Em 2011, já formado e no mercado de trabalho, mudei de cidade e meu plano para a Unimed Goiânia, a mesma que agora tenta – pela segunda vez – acabar com a minha vida. Pode até acabar, mas todos saberão disso. Contem com isso. E sim, vou aproveitar a repercussão do meu blog e do meu caso, notícia de capa dos principais sites do país. 50 países acompanhando essa saga. Senhoras e senhores. O ano é 2011. Fazendo exames de rotina em Goiânia (um mero hemograma), e pagando o plano mais completo que eles ofereciam (uma nota!), descobri que minhas plaquetas estavam em 12.000 u/L (pergunte a um médico o que isso significa, uma pessoa normal tem no mínimo 150.000 u/L). Exames precisavam ser feitos. Todos negados. Alegaram carência, pois mudei de cidade. Paguei, é claro. Tomografia, ressonância, tudo. Múltiplas lesões nodulares nos dois rins. O que é isso? Tem que fazer um mielograma (exame na medula). Negado. Tem que fazer uma transfusão urgente de plaquetas. Negado. Resultado do exame: LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA, com 97,2% das células tomadas pelo câncer, estado grave. Vocês devem estar se perguntando: “não é possível que depois disso negaram o tratamento?” Fizeram PIOR. Informaram os hospitais privados que não arcariam com nada. O contrato dava garantia total em caso de urgência e emergência. Sabe o que disseram?? Não se aplica, agora vale a regra da carência para quimioterapia, de 6 meses, e não tem esse tempo que você migrou pra a Unimed Goiânia. Tenho isso documentado assim como todo o desenrolar dessa história… Eu, nessa condição, com 97,2% das células com câncer, sem plaquetas no sangue, e com zero de imunidade, tive que sair procurando os pronto-socorros públicos de Goiânia (pra quem é daí, só achei vaga no CAIS Chácara do Governador) pra tentar uma vaga no Hospital das Clínicas. Lá? Um monte de esfaqueados, pessoas com infecções, coisas normais de pronto socorro, e eu, com minha família, sem força, sem imunidade nenhuma, esperando um plantonista me atender. Arrumaram uma ambulância velha, e fui para outro Pronto Socorro, o do HC. Outro universo de pessoas com infecção, e sentado numa cadeira plástica quebrada (lembro-me da cor, azul!), e ao lado de uma lixeira contendo lixo hospitalar, fui transfundido naquele ambiente proibido para um paciente hematológico. Após 12 horas de espera, finalmente a vaga para internação. Surpresa, era um quarto com 5 pacientes, cada um com sua patologia. Somados aos acompanhantes, éramos 10 pessoas no mesmo quarto, 1 único banheiro. Foi assim que começou o tratamento de alguém que já era cliente Unimed há 5 anos e pagava religiosamente suas prestações. Estava a ponto de me conformar com aquele destino cruel. Mas um fato mudou a chave na minha cabeça após algum tempo naquele lugar. Precisava urgente de uma bolsa de sangue e plaquetas. Mas o hospital federal não tinha os kits para avaliação da qualidade do sangue e plaquetas doados. Estava com menos de 10.000 plaquetas u/L. DE-SES-PE-RA-DO, conclamei os meus amigos goianos. 42 foram doar o sangue pra mim naquele dia. Não chegou, não tinha kit, não tinha onde comprar, estava morrendo. Não dava mais, os médicos diziam pra ter paciência. A família surtou. Era tudo ou nada. Decidimos pegar o primeiro vôo pra São Paulo, o médico de Goiânia chegou a dizer que eu poderia não suportar a viagem, era muito perigoso. Tive que assinar – vejam vocês – um termo de responsabilidade da minha própria vida para conseguir ser liberado. Chorando, mas assinei… Entrei num avião comercial, e quando desembarcamos, sem dinheiro (amigos de fé assumiram a bronca), estava com 6.000 plaquetas u/L e medula tomada pelo câncer. Um dia a mais teria sido fatal. Unimed?? Virou as costas, desligavam o telefone quando dizia que era eu. Abro um parêntese nessa história. Seu Adair, meu colega de quarto do lado direito em Goiânia. Antes de sair do HC Goiânia, redigi de próprio punho uma carta deixando todas as 42 bolsas de sangue para o único dos 5 colegas de quarto que também tinha leucemia. (lembro de todos: o do lado esquerdo tinha erisipela, uma bactéria que já havia consumido mais da metade de umas das pernas, e os dois da frente tinham câncer de rins e problemas cardíacos, respectivamente). Pede lá os prontuários Dona Unimed, pode pedir… Não sei se o sangue chegou até ele, mas o fato é que dias depois recebi aos prantos, de Sandra, sua filha guerreira e acompanhante fiel, a notícia de seu falecimento. Nutro um carinho especial por você Sandra. Também por ele, que hoje está nos céus de Tocantins. Já em São Paulo, e agora sim, num hospital de primeira, pude ser salvo pela primeira vez. Minha médica, outro ser abençoado. Custou caro (mais do que vocês podem imaginar), minha mãe teve que vender nossa casa pra pagarmos parte ao hospital e ao nosso amigo. Mas tudo valeu a pena. Com a doença controlada, voltei ao SUS, agora diferente, acompanhado pela excelente estrutura do Hospital do Câncer de Uberlândia, chefiada pelos competentes Drs. Luis Cláudio Duarte, Elmiro Chaves e Paulo Henrique Paiva e abraçada pelo Grupo Luta pela Vida. Quanta dedicação… Unimed? Nada, para ela continuava a carência. Nunca chega a vez deles… Decidi colocar a Unimed na Justiça. Não é possível que isso estava certo. Contamos essa história na ação. Surpresa geral, dias depois, a UNIMED, como uma fênix, ressurge das cinzas querendo fazer um “acordo”. Enfim, o primeiro contato. Vejam só vocês! Pena do Gabriel? Que nada… Devolveram tudo o que eu gastei pra evitar a repercussão do caso, pra evitar um depoimento como o de Sandra. Abri mão dos danos morais para realizar um sonho: devolver à minha mãe o apartamento que lhe custara a primeira fase do tratamento. Sou a parte fraca do negócio, que pra eles rendeu mais de 33 bilhões (BILHÕES!) de reais só em 2012. Tá lá na Revista Exame, lindo. Mas a doença, que estava longe, voltou meus amigos, um ano depois do dia em que comemorava a cura. E a maldade desse Grupo chamado UNIMED voltou junto, agora com outros personagens. Meu plano é de Goiânia. Então deveria fazer o transplante lá, certo? Certo, mas nenhum Hospital do Estado de Goiás tem autorização para fazer esse tipo de transplante (O Hospital Araújo Jorge só faz o autólogo e quando o doador é aparentado). Mesmo assim me exigiram uma declaração. Goiás não tem mesmo. E agora? Uberlândia? Infelizmente, também não. O que me resta? Solicitar o transplante no Hospital de São Paulo que me acompanha desde o inicio, na equipe médica que eu confio, que conhece as reações do meu corpo a cada medicamento, a ÚNICA dentre as que passei habilitada para o meu transplante. No mesmo Hospital onde a UNIMED TINHA ACABADO DE FAZER ACORDO RECONHECENDO A DÍVIDA, devolvendo tudo o que era do meu direito. Negativa. Negativa. Negativa. Não dá pra acreditar! Esse povo é tão forte que mudam até os ditados populares: “Devo não pago, nego enquanto puder“. Cartaz Unimed Tive que, doente, entrar com outra ação, agora para o transplante. E a justiça goiana soltou o grito, mandando a UNIMED pagar tudo, rigorosamente todo o tratamento em São Paulo no Hospital em que eu fiz a primeira fase do tratamento. O Tribunal de Justiça estampou a notícia na página principal do seu site por um dia inteiro. tjgo.jus.br/index.php/home/imprensa/noticias/119-tribunal/2977-liminar-manda-unimed-custear-transplante-no-sirio-libanes. Mas infelizmente através da decisão de um único Desembargador, a saúde financeira da UNIMED foi colocada na frente da minha saúde física. Vejam trecho da decisão: “Dessa forma, a manutenção da liminar na forma concedida, poderá ensejar graves problemas econômicos/financeiros à empresa Agravada”. Os 33 bilhões por ano não dão conta disso? Para eles, se eu quiser ficar onde estou, devo pagar a diferença entre o que o hospital cobra e a TABELA UNIMED! Hahaha. A ta-be-la da Unimed!! Aquela que representa uma fração ridícula do valor real dos procedimentos. Aquela que paga esmolas para os médicos, que estão se recusando (com razão) a atender por esse convênio. “Unimed, faz parte de sua vida”. Ô se faz!! Não paro de pensar nela. Taí uma propaganda que não é enganosa. Mas a grande figura sinistra dessa história responde pelo nome de Sizenando da Silva Campos Junior, Diretor-Presidente da Unimed Goiânia. Sizenando Liguei para o celular desse Senhor, que se diz tão católico, e assim que me apresentei, com a educação que recebi de meus pais, fui tratado e pisado no telefone como se fosse uma barata, como alguém que representa um câncer para os seus interesses econômicos. Sem saber o assunto, falou que não tinha o que conversar, que o papo comigo era na Justiça. Mas esse Senhor meus amigos – que dá nome até a postos de saúde por aí – ao saber que trabalho para uma pessoa influente (como se alguém precisasse disso pra ser atendido como um ser humano), retornou a ligação com uma cordialidade surpreendente, recheada de pedidos de desculpas, dizendo que submeteria o meu pedido à Diretoria da Unimed e que daria retorno no dia 26/08. A falsidade e a falta de palavra são suas principais marcas. Não só não deu retorno, como determinou – como uma rapina sorridente – que ninguém na Unimed estaria autorizado a atender minhas ligações a partir daquele momento. Quando ligo, e digo quem sou, dizem que não podem me atender por ordens da Diretoria e desligam na minha cara. ESSE É O MEU PLANO DE SAÚDE. Sim, eu tive que ceder Dr. Sizenando, passei a mão no meu diagnóstico, em plena recuperação da quimioterapia e totalmente sem defesas no corpo para achar um outro local para continuar o tratamento dentro da rede básica (o curioso é que em Goiânia pago o plano Top, mas quando saio do Estado, pois ele não me garante o tratamento, sou enquadrado como básico). VOU SAIR DESSA, com a força de Deus e Nossa Senhora. Mas saiba, negar a palavra, negar ouvir a um CLIENTE/PACIENTE/PESSOA em seu principal momento de agonia e determinar que seus funcionários não atendam meus telefonemas, depõe contra sua profissão de médico, depõe contra seu juramento e contra a posição que o Senhor ocupa. Nunca vou me perdoar por ter cruzado a Praça da T-1 com a T-7 em Goiânia e ter entrado por aquela porta de vidro pela primeira vez. A partir dali, os meus problemas estavam começando. Quanto ao processo, tenho muita confiança de que o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, o mesmo que repercutiu com orgulho a primeira liminar em seu site que me garantiria o tratamento, quando analisar o mérito desse recurso, não vai compactuar com essa situação. É uma corte reconhecida pela excelência de suas decisões coerentes e sensatas. Peço apenas o que for justo. Saiba Dona Unimed, saiba Seu Sizenando: vocês não me derrotarão. A minha fé é muito maior do que a maldade de vocês. A minha Santa Milagrosa, a minha Nossa Senhora D’abadia, o meu Divino Pai Eterno e a força das orações de todas as religiões que tenho recebido vão mostrar do que somos capazes, até onde podemos (e vamos!) chegar. Dizem que em determinado momento da vida descobrimos o nosso propósito nessa passagem pela Terra. O meu está escancarado: ajudar o próximo, através de campanhas, doações e conscientização, e para que a cada dia menos famílias caiam nessa A R A P U C A. Amigos brasileiros que acompanham minha luta, eu quero pedir a vocês uma única coisa: abram os olhos enquanto é tempo. Façam isso por seus filhos, pois quando precisarem, e for grave e caro, acharão um jeito de negar, de dificultar. MUDEM DE PLANO, EXIJAM A PORTABILIDADE. Fiquem com isso. Fiquem com Deus. Fiz minha parte.
Posted on: Thu, 12 Sep 2013 17:41:44 +0000

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