Diferença entre Projeto Arena e Remendão Parceria Grêmio x - TopicsExpress



          

Diferença entre Projeto Arena e Remendão Parceria Grêmio x OAS O que fica com o Grêmio? – Quadro social – Patrocínios – Venda de produtos – Venda de atletas – Placas publicidade – Cotas de TV – 354 vagas de estacionamento – 2 mil cadeiras para uso exclusivo – O clube receberá R$ 8 milhões por ano nos primeiros 7 anos, e R$ 16 milhões por ano nos últimos 13 anos de parceria. Estes valores são GARANTIDOS EM CONTRATO pela OAS – Ganhará também um CT O que fica com a construtora OAS? – Receberá a área do Olímpico, avaliada em R$ 80 milhões – Receitas oriundas do restante do complexo arena (hotel, shopping, prédios residenciais/comerciais etc) O que fica com a superficiária (SPE criada para administrar o estádio, cujo lucro será dividido entre Grêmio – 65% – e OAS – 35%)? – Aluguéis das áreas comerciais do entorno da arena (cerca de 29 mil metros quadrados) – Bilheteria de jogos e shows (todos os setores do estádio, incluindo setor VIP e 120 camarotes) – Publicidade no estádio (propaganda nos telões etc) – Venda de naming rights (tanto do estádio como dos setores dentro do estádio) – Pouring rights (comidas e bebidas) – Estacionamento DO ESTÁDIO (cerca de 2500 vagas) Análise da parceria do Grêmio: Hoje o Olímpico possui 50 mil lugares. Na Arena, a capacidade será aumentada para 60 mil. Um aumento de 20%. Considerando que o Grêmio possui 25 mil sócios que não necessitam comprar ingresso (contribuintes, locatários, remidos etc), a superficiária terá cerca de 35 mil ingressos por jogo para vender (atualmente este número chega a 25 mil). Apesar de “abrir mão” da bilheteria (ela na verdade entrará como receita da superficiária, da qual o Grêmio faz parte), o clube também “abre mão” das despesas de manutenção do novo estádio. O que isto significa? Bom, estabelecendo uma renda média de R$ 300 mil por jogo, podemos dizer que o clube arrecada em torno de R$ 12 milhões/ano com bilheteria. Após a retirada dos valores destinados à manutenção do Olímpico, o clube tem um resultado normalmente negativo. Ou seja, o Olímpico hoje dá prejuízo, pois as receitas de bilheteria não são suficientes para pagar os custos do próprio estádio. Com isto, fica claro que como a OAS se encarrega da manutenção do estádio, incluir a bilheteria como parte das receitas da superficiária não constitui um grande prejuízo para o clube. Mas e a questão dos sócios? Digamos que durante o ano uma média de 15 mil sócios assistam aos jogos, e que o clube deva desembolsar R$ 15 por cada sócio (este é um valor FICTÍCIO, pois ainda NÃO FOI DEFINIDO). Isto significa um desembolso de R$ 9 milhões/ano, um pouco acima do valor fixo que o clube receberá nos primeiros 7 anos. Até aqui podemos dizer que o clube não teve praticamente NENHUM aumento nas suas receitas, visto que até o momento também estaria tendo prejuízo. Então qual a vantagem do clube este contrato e com o seu novo estádio? A vantagem é justamente a parte variável deste contrato, ou seja, os 65% aos quais o Grêmio tem direito sobre os lucros obtidos pela SPE (a famosa superficiária, controlada pela OAS mas que possui 2 membros do Grêmio no seu Conselho de Administração, ambos com poder de veto sobre as decisões). Se a Arena não der lucro, nos primeiros 7 anos a Arena representará exatamente o que hoje representa o Olímpico: déficit. Nos anos seguintes, o clube passaria a ter um lucro de 7 milhões/ano. Porém, os estudos de viabilidade feitos tanto pela AAA quanto pela FGV apontam para um incremento nas receitas do GRÊMIO de cerca de R$ 36 milhões POR ANO. Logo, podemos concluir que no pior dos cenários a Arena não terá nenhum impacto financeiro na vida do clube, mantendo a situação financeira no patamar que hoje se encontra. Mas se as previsões de faturamento se concretizarem, os R$ 36 milhões gerados pelo novo estádio podem transformar o Grêmio em um clube auto-sustentável, considerando que o déficit anual do clube gira em torno de R$ 25 milhões. Parceria internacional x Andrade Gutierrez O que fica com o Internacional? – Quadro social – Patrocínios – Venda de produtos – Venda de atletas – Placas publicidade – Estacionamento existente – Cotas de TV – Bilheteria (45 mil lugares no estádio e camarotes antigos) – Ganhará também um CT O que fica com a construtora AG? – R$ 26 milhões provenientes da venda dos Eucaliptos (deverá ser repassado pelo Internacional) – R$ 8 milhões relativos à venda de 8 novos camarotes (deverá ser repassado pelo Internacional) – Renda do edifício-garagem construído pela AG – Renda dos camarotes novos (os 8 novos camarotes já construídos pelo Internacional além de todos os camarotes que a AG vier a construir) – Renda dos skyboxes (55 no total) – Renda das cadeiras VIP (5 mil lugares onde hoje fica a social do clube, o melhor local do anel inferior) – Naming Rights – Exploração das áreas comerciais construídas pela AG O que será dividido entre as partes? – Nada Análise da parceria do Internacional: Hoje o Beira-Rio possui 56 mil lugares. Após a reforma, o Internacional ficará com 45 mil lugares (dos 53 mil que estarão disponíveis), uma redução de aproximadamente 20%. Considerando que o Internacional possui 25 mil sócios que não necessitam comprar ingresso (contribuintes, locatários, perpétuas etc), o Internacional terá apenas 20 mil ingressos por jogo para vender (atualmente este número chega a 31 mil). Uma redução de cerca de 33% em BILHETERIA. Sem contar que os setores pertencentes ao Internacionalserão os de menor valor econômico (Visto que as cadeiras VIP, os camarotes e os skyboxes serão explorados unicamente pela construtora). Apesar de manter as receitas atuais (o que representa uma boa segurança para o clube, diminuindo bastante os riscos na parceira), o Internacional pode vir ter uma diminuição na arrecadação com venda de ingressos em grandes jogos se comparado com o cenário atual. Mas o fato de não ser responsável pela manutenção do estádio (será responsabilidade da AG) acaba por equilibrar esta perda, pois se as receitas diminuem, os custos também diminuem (acredito que em uma proporcão maior). Contudo, com um cenário econômico favorável no país e o futebol brasileiro se tornando um negócio mais caro a cada ano que passa, o clube está abrindo mão de ter a participação em importantes fontes de receitas, capazes de torná-lo auto-sustentável no que tange a histórica necessidade dos clubes brasileiros em vender jogadores para cobrir o seu corriqueiro déficit anual. Portanto, o contrato parece ser muito bom para oInternacional (poucos riscos), mas o negócio em si não parece ser muito favorável. Comparativo entre os dois contratos (Eu não vou considerar nesta análise os ganhos que os clubes terão – e certamente terão – com aumento do número de sócios, valores de patrocínio e cotas de TV): Bom, em um cenário negativo (com a Arena não apresentando lucro) o Grêmio teria um pequeno prejuízo nos 7 primeiros anos de parceria (R$ 1 milhão/ano), algo que não aconteceria com o Internacional caso as novas áreas construídas pela AG não tragam as receitas esperadas, pois o seu risco na questão financeira é praticamente zero. Neste sentido, o contrato do co-irmão tem uma leve vantagem sobre o contrato da Arena. Mas o que realmente diferencia as duas parcerias e que pode representar uma grande vantagem é a parte variável da parceria tricolor. Caso os novos empreendimentos do Beira-Rio tragam o retorno esperado pela construtora, as receitas doInternacional não sofrerão nenhum acréscimo direto (apenas indiretamente, com aumento de público, etc). Já as finanças tricolores teriam um aumento substancial, suficientes para garantir a sustentabilidade do clube sem a necessidade de se desfazer de jogadores para cobrir eventuais déficits com o futebol. Estudos apontam que em um cenário otimista os ganhos do Grêmio podem chegar a mais de R$ 60 milhões/ano. No caso do Internacional, as estimativas neste cenário apontam para R$ 35 milhões/ano. Com base nisso, concluo que a apesar de ser um contrato mais “arriscado”, a parceria entre Grêmio x OAS é capaz de tornar o clube auto-sustentável durante os próximos 20 anos. Já a parceria Internacional x AG não me parece suficientemente favorável para garantir ao co-irmão a mesma condição, mantendo o clube neste círculo vicioso de necessitar vender jogadores para cobrir os déficits anuais corriqueiros no futebol.
Posted on: Wed, 26 Jun 2013 03:23:43 +0000

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