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E assim segue a vida...Sem Compromisso. Jornal da Carioca Sarca - Sociedade Amigos da Rua da Carioca e Adjacências - Presidente Roberto Cury Nº 103 Set/Out 2013 SEM COMPROMISSO Paulo Roberto de Oliveira Carta Aberta ao Governador Sr. Governador, Sei que o momento político que Vossa Excelência está vivendo não é dos mais fáceis. Sei também que o senhor é duro na queda e não vai desistir em hipótese alguma desse enfrentamento. Esse desafio o torna mais valente, mais brigão e incoerentemente resistente. Eu o conheci no inicio da década de 80. Lembra-se? Claro que não. Aquele Serginho que era um garoto sonhador, romântico e cheio de projetos para a vida, nada tem a ver com o atual Governador do nosso Estado do Rio de Janeiro. Lembra-se dele? Claro que não. Aquele Serginho que namorava a irmã de uma amiga minha, não existe mais. Foi engolido pela ambição e pelo poder a qualquer custo. Naquela época, nós frequentávamos o Amarelinho. Tenho certeza que Vossa Excelência também não lembra. Eu lembro! Uma noite, você saiu da nossa mesa e quando voltou me disse que ia sentar em outra mesa porque havia uma moça que você tinha interesse em estreitar amizade. Era sobrinha-neta de um grande político da época. Você foi e nunca mais voltou. Ali começava o político. Se eu soubesse que isso ia acontecer, teria o aconselhado a tomar mais um chope e não fosse para aquela mesa. Daquela mesa no Amarelinho para o Ritz em Paris ficou o Serginho meu amigo. Em 1995 eu era administrador do Teatro João Caetano e não permiti que um corrupto afilhado do governador da época, cometesse um super faturamento no teatro e o denunciei. Fui afastado do cargo porque exigi a abertura de um Inquérito Administrativo contra ele. Amigos meus, comunicadores da Rádio Globo, provocaram uma entrevista com Vossa Excelência, que era presidente da Alerj na época. O objetivo maior deles era me apresentar ao senhor e denunciar a injustiça política que eu estava sofrendo. Ao ser apresentado, o senhor disse que já me conhecia. Não tenho certeza disso porque o Serginho de 15 anos atrás não existia mais e o deputado que ali estava não me pareceu que falava a verdade. Afinal, eu não o reconhecia também. Lembro que o senhor me convidou para ir à Assembleia Legislativa no dia seguinte, e eu fui. Lá, o senhor me encaminhou a um assessor para "tratar do meu caso". Nem o procurei e fiquei sete anos só assinando ponto para aprender a não denunciar mais corruptos. Não aprendi não, felizmente. Em 2004, novamente nos encontramos, o senhor já era Governador e eu diretor do Teatro João Caetano. Pelo meu cargo e cumprindo a praxe, o recebi e fiz as "honras da casa". Ao nos despedirmos, eu perguntei se não lembrava de mim. Recordei-o da época de 1980 e naquele momento o Serginho adolescente reviveu em Vossa Senhoria e, depois de me abraçar, apresentou-me ao seu staff como "a pessoa que o tinha protegido quando era jovem". Protegi não ... se o tivesse feito, o Serginho não tinha saído daquela mesa no Amarelinho em 1980. Depois disso nos encontramos algumas vezes no teatro. Vossa Excelência como Governador e eu como diretor do teatro. Em 2008, aposentei-me porque a sua Secretaria de Cultura tinha como lema que a cultura tinha que ser movida por "sangue novo" e o meu sangue não era novo para ela. Pena, porque ela que se considerava sangue novo, acabou com a cultura no nosso Estado, fechando teatros e inventando obras para outros espaços, tudo com a sua anuência, claro. Essa carta, Senhor Governador, serve apenas para que eu me desabafe, lamentando que o Serginho que era meu amigo, hoje não é o político mais querido desse Estado. Quando as manifestações populares estiverem perturbando o seu sono, saia e dê um esticada até o Amarelinho, quem sabe lá o senhor encontre um Serginho cheio de sonhos e, entre um chope e outro, peça perdão a ele por tê-lo abandonado atrás de outras ambições! Abração do Paulo Roberto
Posted on: Sat, 14 Sep 2013 11:34:27 +0000

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