Edição 1569 - Jornal Notícias de Poá Cidade : SOS em - TopicsExpress



          

Edição 1569 - Jornal Notícias de Poá Cidade : SOS em 01/09/2013 19:00:00 (209 leituras) Raspadão: abandono visível com solução plausível A situação do bairro do Raspadão, que se arrasta há quase 10 anos, ainda não ganhou solução. Inexistência de saneamento básico, alta quantidade de lama em épocas de chuva e a falta de entrega dos Correios são apenas alguns dos problemas que os moradores da última comunidade pertencente à área de Poá, na divisa com Ferraz de Vasconcelos, enfrentam todos os dias. O núcleo de habitação mescla residências ordenadas e outras situadas irregularmente em área de proteção ambiental. Algumas até em locais de risco. A maioria dos lotes integrava, no passado, uma grande área verde nas proximidades do Doctors Clube, na Avenida João Peckny. O bairro não possui imóveis registrados em cartório. Sem documentação, as empresas públicas não podem atender aos pedidos dos moradores. Sabesp e Bandeirantes, por exemplo, têm dificuldades para prestar serviços na localidade. Vários pedidos de regularização fundiária já foram solicitados à Prefeitura Municipal de Poá. Alguns ex-vereadores como Junior da Locadora (PR) e Lauriston Barros (PV) se sensibilizaram com a situação na época de seus mandatos. O primeiro conseguiu, em 2006, ao lado do vereador Ratinho, de Ferraz de Vasconcelos, a ligação de água, que agora é levada pela Sabesp até um ponto alto do bairro, de onde segue precariamente, em instalações próprias, até os moradores. Barros, por sua vez, enviou ofícios em três oportunidades (2009, 2010 e 2011) aos secretários de Habitação da cidade no período, Dorval Torres e Saul Pereira de Souza, solicitando resoluções jurídicas, sem sucesso. Outros pedidos foram com relação à limpeza e nivelamento de algumas ruas, que ficam intransitáveis após as chuvas. Alguns moradores, que possuem áreas acima de mil metros quadrados (1000 m²), pagam Imposto Rural, outros que possuem lotes menores, não pagam IPTU, o que dificulta os pedidos de benfeitoria aos órgãos públicos. Em fevereiro de 2012, relatório detalhado da quantidade de casas e moradores de cada uma das ruas do Raspadão foi finalizado. Ao todo 283 casas e 472 pessoas que vivem na área foram cadastradas. Moradores de outros 52 imóveis não receberam os funcionários que faziam o levantamento. De acordo com o Diretor da Secretaria de Habitação de Poá, Antônio Carlos Pereira dos Santos, o Raspadão foi, ainda em 2012, indicado para o Programa Estadual de Regularização Fundiária - Cidade Legal. Ele informou que a Secretaria aguarda o posicionamento em relação ao levantamento topográfico, que mensurará o tamanho da área. Em contrapartida, dos Santos disse que a pasta de Habitação poaense está em negociação com a Secretaria de Habitação de Ferraz de Vasconcelos para juntos fazerem a regularização fundiária do local, que fica entre as duas cidades. Diversos foram os depoimentos dos moradores ao Notícias de Poá. Eduardo Cabral, residente do Raspadão há um ano, ainda não conseguiu receber correspondências em sua casa pela falta de CEP em todo o bairro: “Sinto na pele a situação... Sem endereço regularizado, não temos entrega dos Correios. Tenho tido dificuldades para transferir minha CNH, por que o carteiro não desce aqui. As crianças que vão estudar em dia de chuva andam por ruas de pura lama... Ouço as reclamações dos vizinhos e os que moram aqui há muito tempo dizem que nada se modificou”, lamenta. Gessival, também morador do bairro, compactua: “Também sou recém-chegado ao Raspadão. Há mais ou menos um ano venho construindo minha casa e, nesse pouco tempo, prosperamos bastante no que diz respeito ao crescimento populacional. Gostaria muito que os vereadores da região e Prefeito dessem uma atenção especial. Precisamos de saneamento básico, iluminação, asfalto, entre outras benfeitorias”, conta. Segundo Antônio Afonso Castro, aposentado de 64 anos e um dos membros da comunidade, a água encanada e rede de esgoto são as principais reivindicações dos moradores. Morador do Raspadão desde 2008, ele diz que as pequenas conquistas, como a coleta de lixo e a ligação de energia e, em alguns casos, até telefone, ainda não são suficientes: “A situação ainda é bem ruim. Tem esgoto a céu aberto, lixo por toda a parte, nós mesmos temos que arrumar as ruas na enxada... Eu gosto muito do Raspadão, por isso vim para cá. Acho que falta um pouco de vontade política para arrumar a situação do bairro. Em época de eleição, pedir votos, todos vêm”, desabafa. Abandono Como todo bairro de periferia que necessita de atenção do Poder Público, o Raspadão também sofre com a falta de segurança. Após duas horas de entrevista e visita pelo bairro, a reportagem do NP flagrou, ao retornar à redação, carros abandonados que estavam sendo vistoriados pela polícia. Foram encontrados um Gol 1000 abandonado e um Corsa Classic, produto de roubo, totalmente depenado. Segundo um dos policiais que aguardava a perícia no local, esse tipo de episódio é comum no bairro: “Pela distância do centro e abandono da comunidade, o morador daqui fica mais exposto à criminalidade”, conclui.
Posted on: Mon, 28 Oct 2013 23:23:07 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015