“Ela observava as horas passando e aos poucos sendo transformada em um tipo de válvula de escape às pessoas. Geralmente quando ela queria ir além do que realmente deveria, acabava sofrendo por decisões inocentes. Viu-se a vida aos poucos passar, e como um padre de confessionários, fazia dos problemas alheios uma forma de se sentir útil. Não era exatamente o que ela tinha planejado quando era jovem, mas confiava que os planos de Deus eram maiores do que os dela, e assim, de alguma forma ela se importava e valorizava grandemente uma poeira ameaçada pelo vento, logo corria e fechava a janela. E quando chegou o dia em que ela precisaria de fato ajudar uma pequena flor, doou-se incondicionalmente àquelas pétalas fragilizadas — o perfume da flor a cativou. Serviu de vaso com água e de terra fértil. Pois aquilo que é bem cuidado também é bem amado, aquilo que é bem vindo também é bem recebido e aquilo que é bem planejado também é bem concluído. A pergunta sempre foi uma: qual o porquê de um propósito que fazia de sua eloquência um motivo de se sentir especial? E retoricamente, a resposta sempre foi a mesma: Deus criou sonhos e propósitos tão especiais quanto as pessoas que são capazes de realizá-los; uma especialidade exclusiva. Uma flor revigorada gera sementes especiais que em campo aberto se transforma em lindos ramalhetes colorindo e perfumando todas as formas de vida.” — Eu tenho um dom, R.
Posted on: Fri, 18 Oct 2013 23:44:50 +0000