Em movimentos coletivos há todo tipo de pessoas. 300 mil caminham em paz, expressam sua insatisfação com a própria caminhada, ombro a ombro, gente unida, levando cartazes e palavras de ordem. Isso já é muito e já derrubou o preço das passagens em várias cidades. Mas há muito mais a ser modificado. Por isso, seguem-se as marchas. Mas, entre 300 mil há 100 (o que equivale a menos de 0.034% dos manifestantes) que estão com outros objetivos. Pode haver gente infiltrada, paga por quem quer desmoralizar o movimento ou também por quem quer justificar algum outro tipo de desfecho. Minha mãe, do alto de seus 82 anos e com militância nos anos 60 e 70 defendendo presos políticos, teme algum tipo de golpe. Não acredito nisso, mas precisamos ficar atentos para outro tipo de coisa inesperada. Mas, no meio dessas pessoas também há gente naturalmente violenta. Que não é paga por ninguém, mas que carrega uma pulsão destrutiva dentro de si. Que já é violenta no trânsito, nas relações pessoais. Que não respeita patrimônios, nem a natureza, nem a si próprios, quanto mais ao outro. Olhando os caras no centro de Porto Alegre, lembrei daquelas gangues que se juntam em 10 para bater em um. Gente covarde e sem propósito na vida. Quebrando lojas, prejudicando, muitas vezes, um pequeno comerciante que está todo dia no seu batente dando duro e que acaba tendo um grande prejuízo. Sendo que aquela marcha também era em nome dele. Por outro lado, há uma violência surda que foi praticada durante muitos anos contra o povo, em forma de exclusão, de exploração, de desmoralização. Essa violência também acaba sendo devolvida nesse tipo de situação. Portanto uma análise do que está acontecendo no Brasi deve considerar todos esses fatores e motivações. Importante é que a Globo, que é a maior mídia brasileira, está ressaltando esse fato, que em todas as cidades, os baderneiros são a exceção.
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 02:02:24 +0000
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