Engraçado como este tema sobre o policial que matou um rapaz que queria roubar (uma moto? nem sei...) levantou um debate filosófico bastante interessante, entre autonomia do sujeito e determinismo social ou natural. As pessoas mais conservadoras tendem a afirmar que a decisão do bandido em roubar foi uma decisão autônoma e, por isso, é justificável que ele seja morto pela polícia, já que roubar é errado. O outro lado, não menos classe média, não menos burguês, vitimiza o rapaz, alegando que o principal culpado de tudo isto é a sociedade e as circunstâncias que levaram indivíduo a cometer tal ato. Porém, isto não é um problema moral ou um problema apenas com relação ao indivíduo (se ele é o culpado, ou se ele é vítima da sociedade). Acho que o moralismo nos impõe este inevitável paradoxo. No entanto, em meios aos problemas subjetivos impossíveis de opinar sem cair em prós e contras, há outras questões mais defensáveis e mais objetivas. Será que é este tipo de polícia que queremos em nossa sociedade, isto é, uma polícia acima da lei? Que medidas o estado poderia adotar de modo que crimes sejam reduzidos? Não seria melhor que tivéssemos boas escolas, compromissadas não só em criar robozinhos de vestibular, mas também com uma educação humanística? Não seria também interessante que as escolas públicas realmente tivessem professores melhor qualificados, com bons salários e bem preparados? Acho que escola não faz milagre, mas um bom estudo cria ocupações mais moderadas às pessoas; ler um bom livro só se torna perigoso em uma sociedade de brutos...
Posted on: Sun, 20 Oct 2013 12:32:36 +0000
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