Então… adeus! E no meio desta confusão alguém partiu sem se despedir. Parece triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mesmo triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece num baile de carnaval - uma pessoa perde-se da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer máscara. Não se despediram, a vida é que os despediu. Cada um para seu lado - sem glória nem humilhação. Creio que será permitido guardar uma leve tristeza e também uma boa lembrança. Que não será proibido confessar que às vezes temos saudades, nem será odioso dizer-se que a separação até nos traz um inexplicável sentimento de alívio e sossego... e um indefinível remorso... e um recôndito despeito... E que houve momentos perfeitos que aconteceram, mas não se perderam. Estão na memória que nos faz sentir maiores e mais felizes. Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões. Se vierem, nós vamos recebê-los obedientes como as cigarras e as paineiras - com flores e cantos. O inverno - lembram-se? - maltratou-nos; não havia flores, não havia mar e fomos sacudidos de um lado para outro como bonecos na mão de um titeriteiro inábil. Para quê mais explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes. O silêncio torna tudo menos penoso. Lembremos apenas as coisas douradas em nome de um simples adeus.
Posted on: Sat, 03 Aug 2013 08:05:23 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015