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Este artigo faz questão de deixar claro, já na primeira frase, que é contra o fumo e todos os seus derivados, e a favor de toda a legislação, presente e futura, que se destina a combater o consumo de cigarros, charutos, cachimbos, cigarrinhos de palha e qualquer outra forma de tabaco capaz de produzir fumaça. Concorda com todas as pesquisas médicas e estatísticas que atestam a existência de causa e efeito entre o fumo e qualquer tipo de doença conhecida pela ciência; como esses estudos apresentam números desconexos entre si, acha melhor atestar que acredita em cada um deles, qualquer que seja. O artigo admite que não entende bem como o governo, que se apresenta como o inimigo número 1 do cigarro, seja quem mais se beneficia financeiramente com o seu consumo – no primeiro semestre de 2012, só no IPI federal, embolsou quase 2,5 bilhões de reais com a arrecadação tirada do fumo. É mais do que arrecadou com toda a indústria de bebidas, e pouco menos do que tirou da indústria automobilística. Somando-se todos os impostos, taxas e contribuições que aplica no setor, o poder público brasileiro fica com mais de 70% do preço pago por um maço, e planeja chegar a 75% em 2015. Ainda assim, o artigo apoia qualquer iniciativa para que os impostos sobre o cigarro continuem aumentando cada vez mais. Aplaude, enfim, todas as restrições ao “tabagismo”, mesmo as que ainda nem existem – a proibição de serem instalados acendedores e cinzeiros nos carros, por exemplo, ou a exigência de se apresentar uma licença da Anvisa para comprar um isqueiro. Ficou claro? Este texto, do começo ao fim, é 100% contra o fumo. Apenas pede licença, com todo o respeito, para ser a favor dos fumantes – ou melhor, para ser contra a perseguição cada vez mais rancorosa que é feita contra eles. Para começar, os fumantes estimam que as seguintes verdades são evidentes em si mesmas: que todos os homens são criados iguais, que foram dotados pelo Criador com certos direitos inalienáveis, e que entre eles estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade. É o que diz a frase mais citada da Declaração da Independência dos Estados Unidos, feita há mais de 200 anos, e que permanece até hoje como um dos mais potentes conjuntos de palavras já produzidos pelo espírito humano. Os fumantes pedem apenas isto: o exercício de um dos direitos inalienáveis que o Criador deu aos seres humanos – no caso, o direito à liberdade. Ela inclui, entre milhares de coisas, a liberdade de fumar, desde que o fumante obedeça todas as leis federais, estaduais e municipais, brasileiras ou estrangeiras, que regulam o consumo de tabaco. Os fumantes lembram ao público em geral, além disso, que também estão sob a expressa proteção da Constituição da República Federativa do Brasil, que estabelece, num dos seus princípios mais fundamentais (“cláusula pétrea”, provavelmente), que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei. Não há nenhuma lei no Brasil que proíba o fumo. Fumar, portanto, é um ato perfeitamente legal dentro do território brasileiro – e, sendo legal, os fumantes têm o direito de serem deixados em paz, se não incomodarem ninguém e respeitarem as restrições estabelecidas em lei. Os fumantes observam, igualmente, que o ato de fumar não envolve qualquer tipo de valor moral – uma pessoa não é pior, nem melhor, em seu caráter, conduta e atributos como ser humano por fumar ou não fumar. Há canalhas, criminosos selvagens, psicopatas, escroques e monstros de maldade entre gente que não fuma. Há pessoas honestas, generosas, corteses, prestativas, corajosas, dignas, ricas em compaixão e consideração com os outros, além de cidadãos exemplares, que fumam. A vice-versa é perfeitamente verdadeira. Está acima de qualquer discussão, também, que fumar não altera em absolutamente nada o comportamento pessoal e social de um indivíduo. O fumante não fica afetado por nenhum tipo de embriaguez. Não se torna agressivo, inconveniente ou chato. Não apresenta sinais de descontrole nervoso. Não mata ninguém quando sai guiando um carro, não bate na mulher ou nos filhos, não rouba para comprar um maço de cigarros. Não passa, enfim, por nenhuma mudança dos pontos de vista físico, psicológico ou moral. Todas essas misérias são consideradas normais quando um sujeito toma um porre ou se chapa de drogas; são vistas, até, com simpatia, e os responsáveis por elas são tidos como pessoas que têm “necessidade de ajuda”. O fumante, que não faz nada disso, é visto pelas crescentes brigadas antifumo como um perigo mortal para quem passa perto dele. Os fumantes, com raríssimas exceções, respeitam integralmente a legislação antifumo brasileira – dos milhões de leis que temos neste país é, com certeza, uma das que mais “pegaram”. Não há registro de restaurantes, bares, baladas, prédios de escritórios ou qualquer espaço fechado, público ou privado, onde alguém insista em fumar. Não se pode fumar debaixo de um guarda-sol, de uma marquise ou de um terraço aberto à imensidão do ar livre. Garçons, seguranças e porteiros assumiram as funções dos poderes legislativo, executivo e judiciário, tudo junto, e determinam a quantos metros de distância deste ou daquele estabelecimento o cidadão pode fumar. O restaurante Piselli, badalado endereço de São Paulo, é um exemplo, entre centenas de outros pelo Brasil afora, deste tipo de disparate: acha que é dono da calçada à sua frente, na Rua Padre João Manuel, nos Jardins, e proíbe que clientes fumem ali, ignorando que a rua é propriedade da Prefeitura Municipal de São Paulo. O Shopping Center Iguatemi, que se considera o mais distinto da cidade, criou uma linha imaginária no espaço público diante de sua entrada principal; são os seguranças que decidem por onde ela passa e autorizam ou proíbem que se fume por ali. A tudo isso, praticamente sempre, os fumantes se submetem sem criar caso. O que temos em toda essa história, no fim das contas, é uma onda cada vez mais histérica, irracional e autoritária de intolerância. Há médicos que se recusam, abertamente, a atender pacientes que fumam – atitude duvidosa, e possivelmente ilegal, do ponto de vista ético. O Ministério da Saúde dá a si próprio o direito de mentir na antipropaganda que manda imprimir nas carteiras de cigarro, por achar que a mentira é permitida quando dita em nome do “bem comum”. Coloca, por exemplo, a fotomontagem de um sujeito caído na rua, com sangue saindo pela boca, cercado por ratos e baratas, e diz que o cigarro é que provoca isso. Ou garante que um cigarro contém “4 700 substâncias tóxicas”, produz gangrena e morte cerebral. Ratos? Baratas? O que o fumo teria a ver com isso? Não se pode fumar numa festa particular, quando seu espaço é um salão alugado. Prega-se todos os dias em favor dos viciados em fumar crack, mas se considera que o fumante comum é um mau cidadão, mau-caráter e mau ser humano. Os antitabagistas pararam de pensar. É coisa que nunca dá certo
Posted on: Sat, 14 Sep 2013 00:25:45 +0000

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