Eu, Nathalie, apoio os professores. Texto compartilhado... - TopicsExpress



          

Eu, Nathalie, apoio os professores. Texto compartilhado... (Roselaine Neimi) Nós, professores, não temos verbas para explicar o motivo da greve através da mídia televisiva. Se você tem interesse em entender o real motivo, perca alguns minutos lendo esse texto explicativo do colega Richard de Paula (e divulgue, se lhe aprouver...) ----------------------------------------------------------------------- A prefeitura do Rio de Janeiro resolveu se reportar à população sobre seus planos em relação à educação pública. Nas grandes emissoras, comprou espaço para sua publicidade em horário nobre. Bradesco, Coca-cola, Itaú... grandes empresas habitualmente pagam milhões de reais por uns poucos segundos nesses canais, com o objetivo de nos convencer a comprar seus produtos. Eduardo Paes fez o mesmo! Coçou o NOSSO bolso e prestou seus "esclarecimentos". Em seguida, reuniu-se com o conselho de diretores e pais. A pauta da reunião seria a greve, que dura dois meses. Na Globo, aparece uma mãe com bebê de colo, fala truncada, defendendo o fim do movimento. Depois surge a fala de um diretor, avaliando o plano como bom. Enfim, Paes usou de suas armas para convencê-lo. Nós, professores, não temos dinheiro para alugar tempo na TV, nem cara de pau para mentir ou fazer semblante de injustiçados. Somos aguerridos, e nossa arma, a mais forte, é a palavra. Então, peço só um minutinho para que leia esse texto. Lutamos para que haja melhores condições de trabalho. Ou seja, reivindicamos condições de ensinar! O prefeito, por sua vez, faz ouvido de mercador. Mas vai à TV afirmar que os professores não querem diálogo. Tivemos que mobilizar mais de 20 mil educadores em frente à prefeitura para que, enfim, ele sentasse à mesa de negociação. Nessa ocasião, ele se comprometeu a confeccionar um Plano de Cargos em conjunto com os profissionais que trabalham nas escolas municipais. Porém, não cumpriu com a palavra. Preferiu criar um plano sozinho, às escondidas, que logo foi apresentado à sua base aliada na Câmara. Sujeito sem honra, na minha terra, teria vergonha de aparecer na rua. Mas o Sr. Paes não tem vergonha nem de sentir vergonha! Indignados, todos, fomos à Câmara tentar impedir que esse plano fosse votado. No sábado, a polícia, sem ordem judicial e completamente contrária às leis, invadiu a Câmara e expulsou os educadores à base de cacetete e pimenta. Na segunda-feira seguinte, o choque nos recepcionou com bombas. Na terça-feira o plano foi votado. Lá fora, policiais atiravam balas de borracha, bombas, e pedras do alto da Câmara sobre os educadores e em muitos alunos das escolas públicas do Rio de Janeiro. Por que os educadores não aceitam o novo plano? Pelo motivo de que ele vai acabar com a educação no Rio de Janeiro. Entendeu? Não é só por salário, como o prefeito repete! Em primeiro lugar, ele criou o PEF. Sabe o que é? Claro que não. Ele não ia divulgar isso na mídia. PEF é a sigla para professor polivalente. Esse sujeito deverá dar aula de tudo para todos. Ou seja, uma alfabetizadora sabe... alfabetizar! Ela aprendeu os instrumentos e técnicas necessárias a ensinar a ler e escrever. Já um professor de matemática passa 4 anos e meio aprendendo a ensinar... matemática! O mesmo ocorre com os professores das demais disciplinas. Porém, o PEF vai (des)ensinar tudo para todas as classes. Ora, ninguém sabe tudo! Como reivindicar melhorias na educação se o professor de Artes vai ensinar História, Matemática, Geografia, Ciências, Inglês e Português? Se os profissionais da educação querem melhorias, serão, portanto, contrários ao PEF implantado à força no Plano de Cargos. O prefeito tenta denegrir a imagem do sindicato acusando-o de partidário. De antemão, como em todo sindicato que se preza, muitas pessoas são partidarizadas. Mas ele não chamou atenção ao fato de que não foi o sindicato que votou pela greve, mas sim a classe que ele representa. Nós, educadores, levantamos a mão votando pela greve. O sindicato já tentou sair da greve em outras ocasiões, mas nós votamos pela sua continuação! Somos loucos? Gostamos de ficar na Cinelândia tomando bomba? Sentimos "frisson" de ficarmos parados na porta da prefeitura debaixo do sol quente ou da chuva? A resposta óbvia é: não! O Plano que o prefeito criou pretende colocar apenas um professor no lugar de sete, e pagar um salário pouco maior para esse sujeito que será responsável por lecionar todas as disciplinas. Isso já acontece na rede sob o nome de “projeto”. Você sabia que a aprovação automática continua? Sim, continua, pois temos cotas de reprovação. Digamos que a SME libere a reprovação de 4 alunos numa turma de 50 – isso mesmo, 50 adolescentes, entre 12 e 16 anos – escolhemos os 4 piores e mandamos para o “projeto”. O projeto é levado adiante por um professor responsável por ensinar todas as disciplinas aos reprovados. Basicamente os alunos assistem vídeos feitos pela Fundação Roberto Marinho e com material do Instituto Ayrton Senna - tudo ao custo de milhões de reais. Sem aprender nada, esses alunos são aprovados para o ensino médio. Agora, a partir do plano do Paes, todos assistirão aulas pela televisão. Devemos lembrar, também, do Fundeb. O Fundo da Educação Básica destinou uma verba que passa os 2 bilhões de reais para a cidade do Rio de Janeiro. Por lei, desse dinheirão, 60% devem ser aplicados na melhoria do salário dos profissionais da educação. Porém... o Sr. Prefeito não explica onde está gastando esse dinheiro todo! Barrou, junto com sua base aliada, a criação da CPI do Fundeb. Sabe-se, segundo o Tribunal de Contas do Município, que algo próximo a 700 milhões foram desviados para reforçar o caixa da Previ-Rio; outros milhões são pagos às ONGs e instituições privadas que preparam material para os projetos (aquele, de um professor para todas as disciplinas). Também não podemos esquecer os 50 milhões transferidos à Fetranspor, às empresas que prestam serviços de informática (só o custo de um único programa de computador chegou aos 30 milhões de reais). E até Banco Imobiliário para fazer campanha eleitoral o prefeito ordenou a compra com o dinheiro do Fundeb, entre dezenas de outras maracutaias. O que sobra para ser investido onde interessa? Pois é, quase nada. As escolas estão caindo aos pedaços, as turmas lotadas, e o salário ó, desse tamanhinho. A ideia do Sr. Paes é abrir mais espaço na rede municipal para a atuação de seus compadrios empresários. Com apenas um professor no lugar de 7, vai sobrar mais verba para ser subtraída. Entendeu? Se conseguiu ler até aqui, e entendeu o que está escrito, agradeça aos seus professores e os apoiem nessa luta. O futuro depende da nossa força!
Posted on: Sun, 06 Oct 2013 14:15:18 +0000

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