Faço minhas as palavras do Alexey Dodsworth Magnavita, porém, - TopicsExpress



          

Faço minhas as palavras do Alexey Dodsworth Magnavita, porém, atento para o fato de que a revolta e a violência contra as imagens é reflexo da violência a que mulheres e LGBT são expostas tds os dias. Pela sociedade, pela religiosidade. Portanto, embora não devamos deixar de criticar o ato e debater sobre, devemos ter mais empatia que reprovação revoltada: Sobre a tal manifestação da marcha das vadias, hoje: gostaria muito de ter uma opinião simples sobre tudo o que aconteceu, o tal quebra-quebra das imagens sacras no Rio de Janeiro. De cara, não me identifico. Gosto de contestar usando argumentos, no máximo ironia. Acho o procedimento de quebrar imagens sagradas da religião alheia um tanto tosco. Prefiro fissurar ideias, quando estou malvadinho. Ou dar uma pirraçada básica, que só incomoda mesmo quem tem muita falta de humor, ou é inseguro o suficiente pra dar chilique. Por outro lado, ainda que eu não me identifique e nem aprove a atitude de quebra das tais imagens, vale lembrar duas coisas: 1. A atitude de alguns manifestantes não espelha toda a marcha das vadias. Soube que o procedimento foi longe de ser unânime, e muita gente não gostou. 2. Qualquer atitude que me lembre Edir Macedo não tem minha empatia. 3. Não sou mulher, então nem faço ideia do nível de fúria que poderia se apossar de minha alma ao me deparar com um grupo religioso que deseja impedir que eu aborte, se estuprada for. São quinze estupros POR DIA, segundo estatísticas apontadas pelo médico Dráuzio Varella. Querem impedir quem ficou grávida após estupro de abortar. Pensando nisso, me dá vontade de quebrar um santo, sim. Se quisessem quebrar meu corpo, eu acho que eu ficaria muito furioso e faria mais do que chutar imagens de gesso. 4. Enfiar uma cruz no cu, como ao que parece uma pessoa fez, foi um gesto de muito mau gosto e ameaça a uma região tão sensível. Tanta coisa neste mundo pra enfiar no cu e esse povo vai me enfiar um objeto DILACERANTE? Mas justamente pensando no ponto 1 que apontei, não posso concordar com a agressão ao símbolo religioso alheio. Justamente porque nem todo praticante da fé católica concorda com as ideias dos que se dizem do tal grupo "pro-vida" [nome engraçado pra quem me manda tanto e-mail evocando a pena de morte no Brasil]. Então, ao arrebentar o símbolo religioso de uma religião inteira, estou agredindo a todos, e não a uns e outros radicais. Dito isso, aos católicos que não concordam com este "fascismo em nome de Deus" sobre o qual Drauzio Varella fala, façam-me o favor: peitem vossos confrades de fé que querem forçar mulheres estupradas a ter as crianças. [em tempo: não acho que a mulher estuprada que engravidou TENHA QUE ABORTAR. Não é um imperativo, apesar de eu apoiar a liberdade disso. Há um caminho possível, que é de uma generosidade profunda: ter a criança e se afeiçoar a ela, ou dá-la para adoção. Acho que quem faz isso deveria virar santo na igreja católica, porque tamanha abnegação, vou te dizer...]
Posted on: Sun, 28 Jul 2013 06:46:20 +0000

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