"Havia uma terra perdida no meio do nada. Mas engana-se que essa - TopicsExpress



          

"Havia uma terra perdida no meio do nada. Mas engana-se que essa terra era vazia. Nela, havia criaturas que viviam em harmonia, de acordo com as características de sua terra, compreendendo tudo apenas a partir dos contornos que a terra lhe dava. Então, certo dia, uma praga pairou sobre essa terra e todos os seus nativos foram dizimados. Mas, para que isso acontecesse, a praga usou uma bela estratégia: convenceu-os a aprender mais sobre a vida da praga, seus costumes. Deram-lhes presentes, ensinaram-lhes aquilo que aprenderam de terras distantes. O tempo passou, e assim a terra mudou. Já não era uma ilha isolada. Já não tinha contornos delimitados. Era uma terra de acesso global, vendida como uma linda e jovem terra de democracia. Os sucessores daqueles nativos la de trás formavam boa parte da população destes novos tempos, mesmo sem que esta população soubesse. Nao apenas seu sangue, como também seus costumes, hábitos, quase tudo tinha uma pequena relação com o passado. Mas, havia um fato que certamente insistia em permanecer o mesmo: os descendentes continuavam a ser governados num mundo de ilusões proporcionadas por presentinhos e ideologias baratas. Então, tal como as tempestades chegam sem avisar, os descendentes se revoltaram. E, mesmo sem acreditar, cada um viu que as características que marcavam aquela terra não foram destruídas, apenas deixadas para trás. Cada um sentiu que não estava só naquela realidade. E assim, dessa forma, um por um, os descendentes de um passado esquecido iniciaram uma revolta, contra séculos de opressão com presentes e promessas cheias de malícia. Os poderosos que mandavam na terrinha sentiram o ego rachar pela primeira vez. Afinal, perceberam que não eram de aço como pensavam. Na verdade, estavam mais vulneráveis que pensaram. Entretanto, estes mesmos poderosos eram astutos, sabiam que anos de repressão e ilusão acabara por criar uma dificuldade que permeava a todos: a dificuldade de se organizar politicamente. Viram nisso uma bela cartada e nela investiram. O tempo rodou mais uma vez, e os rebeldes aumentaram gradativamente. Entretanto, eles tinham uma regra: só participava quem não defendia uma ideologia prévia. A única ideologia permitida era a dos rebeldes naquele momento, as outras estavam proibidas. Houve um atrito entre os próprios rebeldes, além disso, os poderosos pareciam ter cedido um pouco, então havia uma confusão de porque continuar indo à revolta. Mesmo assim, lá foram. E foram. E foram. O tempo roda mais uma vez e a terrinha vira notícia num mundo de tantas outras terrinhas: os poderosos caíram do poder. Os rebeldes vibram, gritam, choram, achando que finalmente venceram e vingaram seus ancestrais. Porém, no passo seguinte, uma nova forma de poder surge, dizendo poder ajudar a recriar aquela terrinha de acordo com a ideologia dos rebeldes. Confiantes disso, e sabendo que não eram tão capazes, a nova forma de poder obtém autorização e passa a ocupar o lugar dos antigos poderosos. O tempo roda. E o que os rebeldes percebem? Que as coisas não mudaram tanto assim. Então, uma nova onda de rebeldia surge, na tentativa de tirar o novo poderoso de onde está. Porém, a onda desaba com apenas um golpe: o novo poderoso diz que eles estão contra a ideologia que o colocou naquele lugar. Por este motivo, são considerados traidores e um por um são mortos e esquecidos. Na tentativa de manter a força, ainda que fraca, e começar um novo combate, os rebeldes apelam àqueles que antes eram expulsos e xingados. E o que estes respondem? - Não podemos ajudar. Não fazemos parte da ideologia de vocês. Vocês quiseram assim, não podem reclamar. E assim a terrinha segue, num futuro tão incerto e descontente quanto aquele de tempos não tão distantes atrás. " Espero que entendam que o movimento sempre sofrerá assédios de diferentes bandeiras políticas, pois nós provamos e continuamos provando que podemos sim causar uma revolução. Mas nós nos destruiremos e iremos à ruína se continuarmos a expulsar quem sempre esteve do nosso lado, quem sempre esteve na rua. Entendo a estratégia, inteligente na minha opinião, de, num primeiro momento, mostrar que o movimento é espontâneo e apartidário. Isso cala a boca de jumentos como Sergio Cabral, que hoje certamente deve ter dormido o sono dos anjos. Mas, a partir de agora, se queremos algo verdadeiramente sério e justo, devemos começar a refletir sobre atos como expulsar aqueles que deixam claro suas posições esquerdistas e que sempre estiveram nas ruas. Se isso continuar, seremos os rebeldes que colocarão uma nova forma de poder em nossa sociedade e depois não teremos força para tirá-lo, uma vez que fomos nós que os colocamos lá. Não é mito, não é fantasia, tampouco exagero. Se o povo realmente acordou, deve saber que há uma guerra ideológica em constante movimento, e nós sempre fomos as peças deste gigante campo de batalha chamado Brasil.
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 06:46:51 +0000

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